Acho graça à conversa daqueles que dizem que existe uma aliança entre Sporting e Porto. Acho extraordinário que haja ainda quem não compreenda que o motivo que leva o Sporting a fazer queixa de atitudes como as de Samaris nada tem a ver com auxiliar o Porto na luta pelo título. Existe uma guerra sem tréguas entre Sporting e Benfica desde que Jorge Jesus trocou de clube. Tudo o que temos visto acontecer nos últimos meses não é mais do que um reflexo de episódios anteriores de ataques mútuos. Aconteceria o mesmo se o Benfica estivesse a 8 pontos do primeiro lugar, assim como o nosso atraso na classificação não tem impedido Vieira e os seus minions de fazer todas as queixas possíveis e imaginárias contra o Sporting.
O Sporting - Benfica de sábado será um jogo especial, na medida em que um Sporting - Benfica é sempre um jogo especial, independentemente das circunstâncias. Existe um século de intensa rivalidade que se alimenta a cada ano, e que transforma um confronto entre ambas as equipas em algo mais do que um simples jogo - mesmo que seja a feijões. Este dérbi em particular será, para nossa infelicidade, mais importante para o Benfica do que para o Sporting porque os nossos rivais estão a lutar pelo título, enquanto nós já temos o terceiro lugar mais ou menos fechado.
Não obstante isso, o Sporting deverá fazer tudo ao seu alcance para vencer o Benfica porque essa é a sua obrigação. Era só o que faltava que a principal motivação do Sporting no dérbi fosse ajudar o Porto ou para compensar uma época pouco conseguida. Nem uma vitória, por mais volumosa que seja, vai salvar a época do Sporting, como também não me interessa que possa eventualmente estragar a época ao nosso adversário.
Da parte que me toca, o cenário ideal é este: que seja um grande jogo de futebol, com respeito mútuo nas bancadas e espetáculo no relvado, e com o Sporting a conquistar no final a vitória e a reduzir a distância para o 1º lugar para 5 pontos. No dia seguinte, que o Porto perca mais uns pontitos contra o Feirense para ficarmos a 2 ou 3 pontos do 2º lugar. O resto é conversa.