Os posts que o Benfica usa como argumento para forçar a Google a revelar os meus dados pessoais são os seguintes:
Todos eles são artigos de opinião sobre temas relevantes que têm sido discutidos largamente pelo país fora, seja nos cafés, nas redes sociais, nas rádios, nos jornais e televisões: a estratégia de tomada de poder do futebol nacional, o recurso à propaganda encapotada, as múltiplas cortesias concedidas a organismos que superintendem o desporto nacional, o apoio às claques ilegais que negam ter, por aí fora. Tal como fizeram os jornais e televisões e inúmeros blogues e contas de Twitter ou de Facebook, recorri a imagens de emails que eram do domínio público para sustentar as minhas opiniões e conclusões. Não fiz mais do que usufruir do meu direito de liberdade de expressão sobre questões de inequívoco interesse público.
Fonte: JN (Link) |
O argumento de que estou envolvido "num esquema concertado" é absolutamente falso. O blogue é um espaço pessoal que desenvolvo no meu tempo livre, para publicar as minhas opiniões pessoais, da forma mais sustentada possível, sem descontextualizar ou deturpar intencionalmente o quer que seja. Não sei quem retirou os mails ao Benfica, não sei quem os anda a disponibilizar na internet, e nunca tive acesso antecipado a esses dados. Sou e sempre fui completamente independente de qualquer clube, dirigente de clube ou empresa de comunicação que trabalhe ou alguma vez tenha trabalhado para um clube.
Considerando a reação da Google ao New York Times, abre-se uma possibilidade forte de que os meus dados pessoais venham a ser revelados ao Benfica. Nas últimas semanas, aconselhei-me com advogados da Califórnia e, segundo o que entendi, o facto de não ser cidadão americano retira-me a possibilidade de recorrer à primeira emenda - que confere a um indivíduo o direito de escrever anonimamente -, pelo que me sobrava a hipótese de colocar uma moção de proteção no tribunal central da Califórnia. A conclusão a que cheguei é que seria um processo caríssimo (só colocar a moção para procurar seria algo que me iria custar um montante na casa das dezenas de milhar de dólares, valor que poderia ir aumentando em função das ações posteriores que os advogados do Benfica pudessem interpor) e para o qual não haveria probabilidades elevadas de ser eficaz. Tendo consciência de que não tenho meios financeiros que se equiparem aos do Benfica, optei por guardar os recursos que tenho para a defesa que for obrigado a fazer em Portugal.