No final do Braga - Estoril, Jesualdo Ferreira comentou desta forma a vitória da sua equipa.
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Esta frase referia-se ao facto de, nesse jogo, o Braga ter chegado ao empate quando tinha 10 jogadores contra 11 do Estoril, após ter sofrido um golo de penalty não existente. No entanto é preciso dizer que a expulsão do jogador do Braga foi justa. O árbitro compensaria mais tarde o Braga, e com juros, marcando um penalty não existente a favor do Braga e expulsando injustamente o defesa do Estoril que fez a falta.
Pois bem, Jesualdo hoje poderia ter dito que "Deus escreve direito por linhas direitas". Não o fez, preferindo de imediato condenar a vitória do Sporting por causa de uma suposta falta que antecedeu o golo de Cédric. Para mim, isso é folclore. Lances divididos há-os às dezenas por jogo, e o facto de a bola ter ressaltado para um jogador que rematou do meio da rua foi um acaso. Chamar a atenção para este tipo de erros de arbitragem (e atenção, não estou a dizer que tenha sido ou não um erro) é desonesto, principalmente quando não se mostrou nada incomodado com os erros que o beneficiaram uma semana antes.
O Sporting voltou a não fazer um jogo perfeito. Faltou muita clarividência na segunda parte, quando a equipa teve muitas oportunidades para construir um resultado tranquilo. O Braga deu espaços, o Sporting aproximou-se da área com muita facilidade, mas no momento do último passe ou no remate a execução foi quase sempre pobre.
No entanto, o Sporting ganhou por todo o mérito. O lance decisivo do jogo (a expulsão de Aderlan Santos e a lesão de Paulo Vinícius) acontece porque faz parte da forma de jogar do Sporting pressionar alto para provocar erros desses. Montero recuperou uma bola a Paulo Vinícius (que se lesiona sozinho na sequência desse lance), adiantou a bola e foi colhido pelo Aderlan, que foi corretamente expulso, pois Montero ficaria isolado. Este lance é todo ele mérito do Sporting. Porque o Sporting corre mais para pressionar os defesas adversários, desgasta-se mais a correr atrás da bola, arrisca mais desguarnecendo o meio-campo (o golo do Braga foi um exemplo disso), com o objetivo de forçar o erro do adversário.
E mostrando que Deus escreve direito por linhas direitas, nada mais apropriado que um remate direito à baliza de fora da área, num momento em que tudo começava a apontar para o empate. A procura dos flancos para cruzar não funcionou, as tabelas à entrada da área também não. Teve que ser bem de fora da área. Não era claramente um dia para escrever por linhas tortas.