No programa "Trio de Ataque" de ontem, foi mencionada a reportagem da France 2 sobre os negócios obscuros com fundos e outros intervenientes de muito duvidosa reputação, na qual se deu destaque à aquisição de Mangala e Defour pelo Porto e cedência posterior de percentagens do passe.
Para mim o mais estranho não é que Porto tenha vendido 33% do passe de Mangala e Defour à Doyen a troco de €2.5M cada. Muitos outros clubes o fazem, entre os quais Benfica e Sporting. É uma forma legítima (apesar de eticamente muito discutível) de financiar aquisições que de outra forma seriam mais complicadas.
Onde Jorge Gabriel e João Gobern falharam redondamente, foi ao não referir que foram oferecidos 10% do passe de Mangala (e não vendidos, como disseram os dois paineleiros) a uma empresa encapotada de Luciano D'Onofrio, homem com relações antigas com o Porto e que por acaso era dirigente do Standard de Liege, clube que vendeu Mangala ao Porto. E havia muito material para prosseguir a discussão à volta do lodo em que o Porto é constantemente apanhado a chafurdar.
Como Jorge Gabriel e João Gobern não perceberam a questão, Miguel Guedes mencionou os casos de Rojo e Ola John para mostrar que a Doyen Sports faz acordos com todos os clubes, e encerrou-se a discussão sem se ter abordado o essencial. Está visto que naquele programa só há uma pessoa que faz o seu trabalho de forma competente.