Ao fim de dois ou três jogos oficiais a comunicação social e os portistas em geral já estavam rendidos ao génio de Quintero. Pareciam-me exagerados e acima de tudo prematuros a quantidade e o tom dos elogios, como pude escrever neste post.
Não tenho nada contra o rapaz e não ponho em causa que poderá vir a ser um grande jogador. Até pode vir a ser a figura do jogo contra o Sporting daqui a duas jornadas. Mas declará-lo antecipadamente como o melhor jogador do campeonato coloca uma carga nos ombros de um miúdo que tem que passar por um processo de adaptação a um campeonato e clube que lhe são novidade.
Até agora, os efeitos práticos do jogo de Quintero foram um golo que deu a vantagem ao Porto contra o Setúbal (30 segundos depois de ter entrado, numa altura em que o adversário estava apenas com 10), a marcação de um canto para o golo (irregular) de Jackson contra o Paços, e provocar um penalty (inexistente) que deu a vitória contra o Guimarães. De positivo também mostrou uns passes a rasgar que demonstram muita visão de jogo. Mas por outro lado, nos últimos dois jogos em que entrou como suplente foi incapaz de ajudar o Porto a segurar o jogo ou a sacudir a pressão de que a sua equipa era alvo. Aliás, contra Estoril e Atlético Madrid, o Porto acabou por consentir o golo do empate e da derrota, respetivamente, após a entrada de Quintero em campo.
E enquanto os adeptos, paineleiros e comentadores ligados ao Porto continuam encantados com Quintero, guardando-lhe os maiores elogios sempre que escrevem ou falam sobre a sua equipa, parece-me que andam a cometer uma grande injustiça ao esquecerem-se do único jogador de categoria mundial que ainda têm, e que é o principal responsável (dentro das quatro linhas) pelo facto de o Porto estar em primeiro lugar. Este sim, é um jogador fantástico. A este podemos colocá-lo na discussão quando se fala sobre quem é o melhor jogador a atuar em Portugal.