A fonte normal o comunicado original.
A bold a versão explicada for dummies.
Resistiu, até esta segunda-feira, o Sport Lisboa e Benfica a entrar
numa discussão que entendeu ser natural num primeiro momento, mas que no
tempo e no tom em que a mesma se está a prolongar é completamente
absurda e merece repúdio.
Estávamos à espera que a polémica da arbitragem do jogo para a Taça desaparecesse por si própria ao fim de 24 horas, mas esta previsão saiu-nos tão acertada como a da final da Liga dos Campeões.
Sejamos sérios. Há lances de dúvida
no jogo? Claro que há, como há em todos os jogos com a intensidade em
que decorreu o jogo do passado sábado. Os lances duvidosos
repartiram-se, mas os reparos e acusações limitaram-se a apontar, de
forma parcial, prejuízos apenas para o Sporting Clube de Portugal.
Sim, o árbitro errou, mas ninguém fala do penalty do Rojo sobre o Luisão que deu golo 2 segundos depois? Porque motivo só querem falar do fora-de-jogo no golo do Cardozo e dos dois penalties que deviam ter sido assinalados a favor do Sporting?
É
claro que a omissão, por parte do operador televisivo, da linha virtual
em alguns casos e da má colocação da mesma em outros também contribuiu
para desvirtuar a análise de alguns lances.
A SportTV não deu 15 repetições nos lances duvidosos que eventualmente nos possam ter prejudicado e teimaram em dar uma ou outra repetição dos lances duvidosos que nos possam ter beneficiado. Têm que aprender com as boas práticas da Benfica TV.
A discussão faz
parte do Futebol e por isso é legítimo que o Sporting peça os relatórios
que entender sobre o jogo, e que disso dê publicidade nos jornais que
entende, mas seria coerente que pedissem, com a mesma indignação que
publicamente têm exibido, os relatórios do jogo com o Benfica em
Alvalade, com a Académica em Coimbra, com o Olhanense no Algarve e com o
Marítimo, também em Alvalade.
Não percebemos porque só pedem relatórios nos jogos que nós ganhamos e que ditaram a nossa permanência numa prova a eliminar. Também deviam ter pedido um relatório sobre um jogo em que o Maxi podia ter sido expulso duas vezes, noutro em que ganharam 4-0 mas que o 2º golo estava 20 cm fora-de-jogo, noutro em que ganharam 2-0 mas que o 1º golo estava 20 cm fora-de-jogo, e noutro em que por acaso o Sporting até foi prejudicado (mas como não temos mais exemplos e temos que encher uma folha A4 colocamos também).
Não podemos reclamar apenas de
algumas cenas do filme, temos de ser coerentes e ter memória do filme
todo. Quando assim não acontece perdemos credibilidade e ficamos reféns
da demagogia e do mais primário populismo.
O Sporting está a cair no ridículo e a perder credibilidade. Isso é limpinho, limpinho.
Quantas vezes já
vimos alguns directores, editores ou articulistas de jornais escreverem e
condenarem o excesso de protagonismo que os dirigentes assumem em
detrimento dos jogadores? E do absurdo de discutir as arbitragens da
forma como se discutem em detrimento do jogo?
Ter dirigentes que procuram protagonismo para si em vez de terem uma postura discreta é algo totalmente condenável e corrói o cimento que une os agentes desportivos bem intencionados. Por falar em cimento, não percam a próxima reportagem do Record sobre as 7 maravilhas da engenharia da presidência de Luís Filipe Vieira.
Pois bem, os
jornais e os seus directores têm toda a legitimidade de definir a linha
editorial, os editores e opinadores têm todo o direito em assumir o que
bem entenderem, mas uma vez percorrido este caminho não podem, no
futuro, estes mesmos responsáveis voltar a cair na tentação hipócrita de
criticar este tipo de comportamento por parte dos dirigentes
desportivos, dada a forma como estão a dar eco de algumas declarações
irresponsáveis.
Opinadores de Portugal, juntem-se a nós nesta cruzada! Nós nunca criticámos nenhuma decisão de arbitragem na nossa vida! Nem gostamos de lançar suspeitas sobre outros clubes! Nem nunca pusemos em causa a honra de nenhum árbitro ou fiscal-de-linha que tenha cometido um erro contra nós num jogo que decidia uma competição!
Registe-se, ainda, que não houve da parte de
nenhum dirigente do Benfica qualquer palavra desrespeitosa em relação a
algum profissional do Sporting. Não é admissível, por isso, que o
presidente do Sporting, pela segunda vez, se dirija da forma que se
dirigiu ao treinador do Sport Lisboa e Benfica. A liberdade de expressão
tem fronteiras que devem ser respeitadas. Não é por gritar mais alto
nem por insultar mais vezes que se ganha a razão.
Nós, ao contrário do Sporting, somos um clube respeitador! Dos profissionais adversários, como Manuel Machado ou Luís Alberto, do trabalho da polícia que tenta evitar que adeptos invadam o campo, e até já demonstrámos num comunicado recente genuína preocupação sobre problemas oftalmológicos de Paulo Fonseca. E gritar mais alto é um direito divino do nosso treinador, principalmente quando está a ganhar!
<sem assinatura>
Não me peçam para colocar o meu nome nisto, foi escrito em cima do joelho e não tem ponta por onde se pegue.