Não tive possibilidade de ver o jogo, pelo que fui acompanhando as incidências do Penafiel - Sporting e do Porto - Marítimo regularmente pelo telemóvel. Não sei se houve ou não penalties mal assinalados. Não sei se jogaram bem ou mal. O que sei é que mais uma vez o Porto usou um estratagema antigo para seguir em frente numa competição que sempre apregoou desdenhar, sem que as entidades que regulam a competição tenham feito algo para o impedir.
Temos que reconhecer que o sorteio dos grupos foi favorável ao Sporting. Ao receber o Porto em casa, tínhamos à partida melhores condições que o adversário para seguir em frente. Nesse jogo, o Sporting fez uma exibição que em condições normais seria suficiente para vencer, mas do outro lado esteve um Fabiano inspirado que acabou por segurar o empate.
A partir daí pareceu haver uma enorme vontade dos astros em ajudar o Porto a seguir em frente. Primeiro, tendo na 2ª jornada a possibilidade de jogar com o Penafiel conhecendo o resultado do Sporting - Marítimo, o que é importantíssimo atendendo ao facto de ser evidente para todos que o apuramento se resolveria pela diferença de golos.
Curiosamente, o Penafiel deu uma réplica interessante, que foi quebrada pela interrupção do jogo por causa da chuva. A partir dessa interrupção o Penafiel acabou para o jogo e o Porto conseguiu ampliar o resultado de um comprometedor 1-0 para um confortável 4-0.
Quis também o destino que para a 3ª jornada o Marítimo abdicasse de levar alguns dos seus jogadores mais perigosos, como Héldon (o 3º melhor marcador da Liga) e Derley, apesar de ainda terem hipóteses matemáticas de discutir o apuramento.
A sequência afortunada do Porto prosseguiu com o facto de ninguém da Liga se preocupar em assegurar que os dois jogos se iniciavam em simultâneo. Por acaso, os quatro minutos de atraso com que o jogo começou acabaram por ser o suficiente para transformar um desaire difícil de aceitar numa qualificação miraculosa.
É muita sorte junta.