segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Noite de desperdícios

Foi um empate tremendamente frustrante. Não aproveitar deslizes dos dois mais diretos rivais é algo que custa a aceitar, principalmente atendendo ao facto que o Sporting jogava em casa contra um adversário que vencera com facilidade na 1ª volta.

A exibição não foi convincente. É verdade que o Sporting teve ocasiões suficientes para marcar e vencer o jogo, mas não foi pela sua qualidade de jogo ofensivo. Raramente a bola chegou em condições de finalização em lances construídos com cabeça, tronco e membros. O perigo chegou sobretudo através de cantos, livres, alguns cruzamentos em subidas pela linha, bolas bombeadas para o meio da área, que causaram várias vezes a confusão na área da Académica. Infelizmente faltou esclarecimento dos jogadores do Sporting e sobraram corpos de adversários para manter o resultado em 0-0.

O problema principal, para além da organização defensiva da Académica (se excluirmos o 4-0 da 2ª jornada, apenas sofreu 16 golos nos restantes 16 jogos), está no facto de passarmos por uma fase em que os jogadores da frente andam com pouca inspiração. E quando é assim, ajuda que existam jogadores que façam uso da meia distância para pôr o adversário em sentido, ou que aproveitem melhor os poucos lances de contra-ataque que o adversário permitiu.

E para provar que era uma noite que estava destinada a correr mal, William Carvalho viu um amarelo (justo) e Jefferson sofreu uma entorse que os impedirão de jogar contra o Benfica.

Não sei se é a desilusão a falar, mas parece-me que os únicos jogadores que estiveram ao seu melhor nível foram Cédric (está um lateral-direito tremendo, a defender e a atacar), Maurício, Rojo (enquanto foi defesa central) e Rui Patrício (pouco trabalho, mas esteve sempre bem quando foi chamado a intervir).



O facto de ter ficado um penalty por marcar a nosso favor (Halliche joga uma bola com o braço, que ia dando auto-golo) não deve servir de desculpa para uma noite pouco conseguida da maior parte dos jogadores do Sporting. Mais uma vez ficamos com razões de queixa, mas verdade seja dita que não é um daqueles lances evidentes. Pelo menos eu no estádio não me apercebi desse lance. Só ao chegar ao carro é que ouvi na rádio uma referência a esse penalty ter ficado por marcar.

É verdade, no entanto, que podemos sempre argumentar que quando o Porto precisa, lá aparece um Capela a assinalar um penalty inexistente a 5 minutos do fim. Ou quando o Benfica precisa, basta um jogador atirar-se para o chão nos descontos para o árbitro apontar de imediato para a marca de penalty, como foi contra o Arouca e o Gil Vicente.

Todas as equipas têm noites más, e não é justo que umas sejam levadas ao colo quando a necessidade aperta.

Não peço isso para o Sporting. Bastar-me-ia que não nos anulassem golos limpos e que marcassem os penalties que realmente o são, para que a tabela classificativa tivesse um aspeto diferente.