quarta-feira, 26 de março de 2014

Capas que não fizeram história, nº 26: Erros meus

Nos últimos dias, o presidente do Conselho de Arbitragem tem-se desdobrado em entrevistas, coisa pouco frequente num homem que habitualmente prefere esconder-se no seu gabinete, sem explicar o bizarro critério das nomeações que tem feito ao longo do ano.

Uma dessas entrevistas foi dada ao Record.


Entre outras coisas, ficámos a saber que Vítor Pereira recusa-se a entrar nas aritméticas dos benefícios e prejuízos. Admite que têm existido erros de arbitragem que definiram resultados, mas não quer entrar em afirmações que apontem para a existência de algum clube em concreto que possa ter mais razões de queixa do que os restantes.

É uma atitude que, vindo do líder de arbitragem, todos deveríamos compreender. O problema é que Vítor Pereira fez exatamente o contrário há alguns anos, em circunstâncias que certamente não eram mais graves do que as atuais:

Setembro de 2010

É mais um caso entre tantos outros em que se verifica que, no futebol português, existem mesmo tratamentos especiais para alguns. Se nuns casos Vítor Pereira tem uma postura completamente submissa, noutros já se sente à vontade para libertar toda a frustração que vai acumulando dentro de si.

in O Jogo

Imagem retirada do blog Com quem é que joga o Sporting?

Se Camões fosse vivo, poderia dedicar às declarações de Vítor Pereira dirigidas a Benfica e Porto o célebre verso "Erros meus, má fortuna, amor ardente". Para o Sporting sobraria um "Erros acontecem, habituai-vos, ficai calados".