Foi ontem divulgada a notícia sobre a venda que Luís Filipe Vieira fez de 70.000 ações da SAD benfiquista.
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Aquilo que é uma transação normalíssima, fica no entanto imediatamente a cheirar a esturro após a notícia que saiu há cerca de uma semana:
in desporto.sapo.pt |
Não acredito que Vieira tenha cometido alguma ilegalidade. Desde que passou a ser presidente do Benfica tem conseguido subir inúmeros degraus na escadaria dos mais ricos do país, pelo que não são as mais-valias adicionais que conseguiu por vender 10% das suas ações do clube que irão fazer grande diferença.
Para além disso, numa altura em que a CMVM pede explicações pela valorização de 255% das ações desde o início do ano, escusava de se pôr a jeito para alimentar suspeições sobre a utilização de meios ilícitos para aumentar a sua fortuna.
O problema, para mim, está no simples facto de Vieira ter vendido ações. Se num homem de negócios é um procedimento perfeitamente previsível, num presidente do clube, que supostamente deveria ser o mais benfiquista de todos os benfiquistas, é mais um sinal que demonstra algum desprendimento emocional com a instituição que lidera.
Uma coisa eu posso garantir. Eu nunca venderei as ações do Sporting que possuo. É um valor insignificante? É. Mas se calhar, proporcionalmente, têm um peso superior ao que aquelas 70.000 ações representam para a fortuna de Vieira.