Descansem os mais sensíveis de ouvido: este post não é uma compilação do legado que os Blind Zero deixaram para a história da humanidade. É apenas um pequeno apanhado daquilo que Miguel Guedes, um homem que não gosta de falar de arbitragens, disse ontem durante os primeiros 20 minutos do programa Trio d' Ataque.
O Porto foi prejudicado pela arbitragem no jogo de ontem? Parece-me evidente que sim. Os erros de arbitragem custaram-lhes dois pontos na luta pelo título? É quase certo que custaram.
Mas é muito curioso olhar para alguns adeptos portistas, como Miguel Guedes, a queixarem-se ruidosamente da arbitragem de ontem, quando a hegemonia que têm gozado nas competições nacionais dos últimos 30 anos se confunde com episódios como o dos quinhentinhos, das viagens Cosmos ao Brasil, da importação de café com leite e fruta diretamente da América do Sul, dos conselhos matrimoniais do presidente a árbitros de coração partido, dos bilhetes para a bola que se fornecem às deusas que servem de acompanhantes a fiéis servidores, da infinidade de telefonemas a escolher árbitros, a encomendar notícias a jornalistas, a fazer pressão para castigar jogadores adversários, e tantos, tantos outros episódios que mancharam da forma que sabemos o futebol português.
Enquanto continuarem a eleger a mesma dinastia que os governa há 30 anos, seria bom que se deixassem destas dramatizações. Podem e devem queixar-se quando têm direito a isso - e ontem foi de facto um dia em que têm muitas razões de queixa -, mas poupem-nos a estas teorias de todos-contra-nós.
E depois nós é que somos os calimeros? Livra...