quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Exibição cintilante em noite de apagão

Depois do amargo empate conseguido na Eslovénia, em que um lance duplamente infeliz traiu uma exibição personalizada, o Sporting voltou a demonstrar uma superioridade evidente em relação ao Maribor. Não faltou o habitual tiro no pé, mas felizmente a produção ao longo dos 90 minutos foi mais que suficiente para evitar que tivesse efeitos tão nefastos como o da 1ª jornada. Uma exibição categórica numa partida em que tínhamos muito mais a perder do que a ganhar, coroada com um golo de antologia que ficará na memória de quem assistiu ao jogo.



Positivo

Nani de alta cilindrada - fez um jogo absolutamente magnífico. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre se a cabeça do jogador está em Lisboa ou em Manchester, esta exibição é totalmente elucidativa. Participou nos três golos, mas aquele que marcou foi um hino à sua genialidade, deixando primeiro Cédric e o estádio inteiro à beira de um ataque de nervos, mas terminando com um enorme estrondo. Para além disso, foi uma máquina de criatividade e nunca se poupou no apoio à defesa. Ah, e esteve muito bem na flash interview.


Vendaval de oportunidades - a quantidade de ocasiões de golo que desperdiçámos pode ser visto como um aspeto negativo, pois poderíamos ter conseguido sem qualquer favor marcar 6 ou 7 golos, mas prefiro destacar a qualidade de jogo que o Sporting apresentou durante a maior parte dos 90 minutos. Nani foi a maior estrela, como já referi, mas também estiveram em muito bom nível João Mário, Slimani e Jefferson (não merecia o autogolo). Mané não teve uma exibição feliz mas esteve em dois golos, o que acaba por tornar a sua participação positiva. Carrillo, Montero e André Martins também entraram muito bem.

O equilíbrio de William - num jogo em que Adrien esteve mais discreto, William destacou-se pela forma como conseguiu secar uma grande parte das iniciativas ofensivas do Maribor. Muito participativo defensivamente, preciso no passe, fortíssimo nos duelos com os adversários, e ainda teve forças para uma grande jogada que só não acabou em golo devido a uma grande defesa do guarda-redes esloveno.

Oito portugueses no onze titular, sete dos quais da formação - Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, William, Adrien, João Mário, Nani e Mané. E André Martins entrou na segunda parte. Já que grande parte da comunicação social prefere continuar a ignorar estes números, cabe-nos a nós relembrá-los.


Negativo

O apagão - é uma daquelas coisas que não se conseguem prever, mas que se deve fazer os possíveis por evitar. Não sendo nada de inédito no futebol internacional, é algo que não é suposto acontecer no estádio de um clube como o Sporting, ainda mais numa competição desta visibilidade.

A oferta da praxe - mais uma vez acabámos por ser os nossos piores inimigos, pois fomos nós que reintroduzimos o Maribor na discussão da partida: primeiro com a atrapalhação mútua de Cédric e Paulo Oliveira que deixou o jogador do Maribor prosseguir pela esquerda, e depois a distração de Jefferson, sem ninguém nas costas, a colocar a bola na própria baliza. 

O eclipse coletivo após o apagão - a segunda parte começou com os holofotes de novo a funcionar, mas em contrapartida desapareceu o Sporting mandão na primeira parte. O Maribor controlou o primeiro terço da segunda parte, jogando demasiado perto da nossa área - controlo esse que apenas terminou quando Slimani voltou a repor a vantagem em 2 golos.

A arbitragem - critério estranho no benefício ao infrator, amarelos perdoados a jogadores do Maribor na primeira parte, um vermelho por mostrar a um jogador do Maribor por uma entrada violentíssima sobre Nani e um penálti por assinalar a favor do Sporting.


Depois de uma primeira volta em que acabámos com menos 3 pontos do que deveríamos, o Sporting soube aproveitar o fator casa para se reintrometer na discussão pelo apuramento para a fase seguinte. E fê-lo com brilhantismo, com exibições muito convincentes contra Schalke e Maribor. A equipa soube dar a volta ao profundo golpe que foi a derrota na Alemanha e neste momento depende apenas de si própria para confirmar o 2º lugar. Considerando a falta de sorte que tivemos na primeira volta, é uma reviravolta notável.