quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Bom ano!

Que 2016 vos traga tudo(*) de bom, e que seja ainda melhor que 2015!

(apanhei esta magnífica imagem na internet, infelizmente não me lembro quem a fez)
(*) alegrias desportivas não incluídas para quem não seja sportinguista.

Aproveito para fazer um pequeníssimo balanço, recordando aqueles que foram para mim os melhores momentos do Sporting em 2015.





À conversa com um benfiquista



O Benfica assinou há um mês o contrato com a NOS, não é verdade?
É.

E chegou a acordo com a NOS por valores que refletem aquela que é de longe a marca mais importante do futebol português?
Certo.

Ficaram satisfeitos com os valores?
Claro.

De qualquer forma, o Benfica colocou uma salvaguarda para o caso de alguém conseguir um contrato melhor.
Colocou.

Agora que todos assinaram, acha que o contrato do Benfica é o melhor dos três grandes?
Sim.

É o melhor porque o Benfica recebe mais dinheiro pelas transmissões televisivas que os outros?
Exato.

Mas o Benfica quer renegociá-lo em janeiro por causa da cláusula de salvaguarda...
Pois.

Isso não é um bocadinho incoerente?
Psshht!............ É o melhor contrato. Mas tem que ser renegociado. Porque é o melhor contrato. Quem é que tem o melhor negócio? O Benfica. O que é que a NOS tem que fazer? Pagar mais ao Benfica. Por causa da cláusula de salvaguarda.

Portanto, o Benfica tem o melhor contrato.
Tem.

Mas o Benfica quer acionar a salvaguarda.
É.

Ah.

O negócio Sporting / NOS / PPTV, parte 2: comparação com os rivais

A forma como o Sporting fechou o seu acordo com a NOS e a PPTV tem gerado alguma confusão em muitas das análises que se têm feito. Apesar de existirem três entidades envolvidas e dois contratos distintos (Sporting/NOS + Sporting/PPTV), não deve haver qualquer dúvida: faz tudo parte do mesmo negócio. Sem acordo Sporting/NOS nunca teria havido a renegociação Sporting/PPTV. Sem renegociação Sporting/PPTV provavelmente não haveria acordo Sporting/NOS. É, portanto, um único negócio que engloba dois contratos e envolve três entidades.

Neste sentido, fica também claro que o negócio Sporting/NOS/PPTV é o maior de sempre do futebol português. Isto porque, quando se fala de maior negócio de sempre, o que conta são os valores envolvidos - neste caso 515 milhões de euros. Mas isso não implica automaticamente que seja mais vantajoso que os acordos assinados por Benfica ou Porto.

Se quisermos comparar corretamente o negócio do Sporting com os dos rivais, devemos considerar exclusivamente o valor que o Sporting garantiu com a assinatura dos novos contratos. Esse montante é de 470 milhões de euros: aos 446 do acordo com a NOS temos que somar os 24 milhões de euros adicionais que o clube irá receber da PPTV até junho de 2018. Os restantes 45 milhões do contrato com a PPTV já estavam assegurados no contrato anterior. 

Resumindo: Benfica - 400 milhões; Porto - 457,5 milhões; Sporting - 470 milhões.

A partir daqui fica praticamente impossível estabelecer comparações pelos contratos. Os direitos adquiridos pela NOS e PT a cada clube não coincidem entre si: têm componentes diferentes, cada qual com durações distintas. E, mais importante, não é possível determinar o que realmente vale cada componente pela falta de detalhe nos R&C, nomeadamente:
  • quanto fatura o Benfica pela publicidade estática no estádio?
  • quanto fatura o Benfica pela publicidade da Emirates nas camisolas?
  • quanto custarão aos clubes a BTV, Porto Canal e Sporting TV?

À primeira vista, os contratos de Porto e Sporting são aqueles que mais facilmente se poderão comparar. A principal diferença está na duração do patrocínio das camisolas (12,5 épocas para o Sporting contra 7,5 épocas para o Porto). Os 12,5 milhões que o Sporting receberá a mais certamente que não compensarão os 5 anos de patrocínio da camisola que o Porto negociará posteriormente. Mas, por outro lado, existe a diferença de custos do Porto Canal para a Sporting TV.

A Sporting TV é um canal low cost que, no arranque, previa um orçamento anual de €1,8M. O carácter generalista e o passado do Porto Canal levam a crer que os custos serão, comparativamente, mais elevados. 

Especulando: se o Porto Canal tiver custos anuais de €4M anuais, ao longo de 10 anos isso representará um diferencial de lucro superior a 20 milhões. Juntando os 12,5 milhões que o Sporting recebe a mais, podemos limitar as diferenças a 32,5 milhões que o Sporting lucra a mais contra 5 anos de patrocínio das camisolas que o Porto poderá negociar no futuro.

Claro que, ao longo destes 10 anos, muitas coisas poderão mudar, mas diria que os contratos de Porto e Sporting equiparam-se. Se algum poderá ser considerado melhor ou não, depende dos custos reais do canal de televisão e do valor que o Porto conseguirá de patrocínio das camisolas no final dos 7,5 anos contratados com a PT.

Em relação ao Benfica, o exercício é ainda mais difícil de fazer. Neste caso, a chave está nos custos da BTV. Na primeira época de funcionamento como canal premium os custos de operação da BTV foram de 11 milhões, que incluiam €2,5M anuais dos direitos da Premier League. Na época passada os custos não foram divulgados. Para o ano já não existirá Premier League, mas entretanto a BTV assegurou as ligas italiana e francesa por três épocas, ou seja, certamente que os custos do canal aumentaram este ano para além dos €11M/ano. Ou seja, neste momento a BTV custa mais de €10M/ano que a Sporting TV. E mesmo excluindo os conteúdos da equação - na próxima época só está garantido que desaparecem os custos da Premier League e dos diretos da equipa principal -, a BTV é um canal com uma estrutura bastante pesada (infraestruturas, equipamentos e profissionais) que não será fácil de reduzir a médio prazo.

A favor do contrato benfiquista está a não inclusão dos patrocínios e da publicidade estática. Os patrocínios são, de facto, uma fatia importante (apesar de, ao que tudo indica, o contrato da Emirates não ter os valores inicialmente apontados), enquanto que a publicidade estática tem um peso reduzido na globalidade da rubrica - não estamos a falar do naming do estádio, do pavilhão ou de bancadas, apenas dos espaços publicitários à volta do relvado.

Perante tudo isto, diria que o contrato do Benfica tem potencial para ser o mais vantajoso dos três. Mas não é totalmente certo que essa vantagem se venha a verificar, considerando o nível de equilíbrio entre as três propostas. Isso dependerá da capacidade de redução dos custos da BTV (que, convenhamos, não é propriamente a especialidade da direção de Vieira) e dos montantes dos contratos de patrocínio que o Benfica conseguir daqui a três anos.

Por último, uma constatação que nunca poderá deixar de ser referida. Os direitos televisivos são a principal fonte de receitas dos clubes. Considerando as pesadas estruturas que tanto Benfica como Porto têm que suportar, é no Sporting que este aumento de receitas se fará sentir de forma mais positiva.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Recordar é viver

A profecia de Rui Gomes da Silva, na ressaca da assinatura do contrato entre e Benfica e NOS, sobre aquilo que Sporting e Porto poderiam esperar no futuro para a negociação dos seus direitos televisivos. Priceless!


O negócio Sporting / NOS / PPTV, parte 1: significado político

515 milhões de euros. Direitos televisivos por 10 anos. Patrocínio da camisola por 12 anos e meio. Publicidade estática no interior do estádio por 10 anos. Exploração do canal do clube por 12 anos. Aditamento ao atual contrato com a Sport TV. Números astronómicos que incluem rubricas muito diversas, o que dificulta uma comparação direta com os contratos dos nossos rivais. Mas, na minha opinião, a conclusão mais importante a retirar de todo este processo não é perceber qual o clube que acabou por conseguir o contrato mais favorável.

Convém lembrar que, há pouco mais de um ano, Benfica e Porto elegeram Luís Duque para a presidência da Liga. Fizeram-no com dois objetivos fundamentais: afrontar e isolar o Sporting, e abrir caminho para uma centralização de direitos televisivos patrocinada por Joaquim Oliveira. Essa ideia de centralização tinha um propósito bem definido: uma repartição de receitas à espanhola, em que Benfica e Porto ficariam bastante acima de todos os outros. Aos clubes pequenos prometiam-se valores mais elevados, percebendo-se que esse aumento aconteceria sobretudo à custa daquilo que o Sporting deixaria de receber.

Entretanto a centralização acabou por cair. O peso da dívida de curto prazo levou o Benfica a iniciar um processo de negociação individual dos seus direitos, que acabou por provocar uma reação em cadeia. Seguiram-se vários clubes de dimensão inferior e, depois, o Porto. O Sporting, clube a quem os rivais sempre pretenderam bloquear o acesso a receitas adequadas à sua dimensão, ficava mais uma vez para trás. 

Os profetas da desgraça que tão bem conhecemos venderam o seu peixe com a persistência habitual: anunciaram que Benfica e Porto faziam pressão junto da NOS e Meo para que não fosse assinado com o Sporting um contrato da mesma dimensão, relembraram a existência de cláusulas para atualizações automáticas de valores em função dos valores negociados pelos rivais, bateram insistentemente na tecla que o Sporting já tinha baixado as suas exigências e que, mesmo assim, os operadores não estavam dispostos ir ao encontro das suas pretensões. 

Esses profetas da desgraça - que, como sabemos, não são apenas especialistas em futebol, pois dominam outros temas tão diversos como estratégia empresarial ou técnicas de negociação -, foram sempre categóricos no triste destino que nos estava reservado, e foram sempre fazendo questão de ignorar a óbvia e vantajosa posição negocial em que o Sporting ficou a partir do momento em que Benfica e Porto assinaram com empresas diferentes.

Nos próximos posts hei-de entrar mais nos detalhes dos contratos dos três clubes. Mas, para já, partilho as duas certezas que tenho sobre o assunto. 

A primeira é que não é possível indicar de forma clara qual dos contratos é o melhor. Por muitos quadros comparativos que se possam fazer, não há em nenhum R&C das SADs números suficientemente detalhados para perceber o valor de todos dos componentes destes acordos.

A segunda, e mais importante por agora, é que, politicamente, foi uma grande vitória do Sporting e de Bruno de Carvalho. Os esforços concertados de Benfica e Porto realizados na ressaca do pior período da história do Sporting falharam redondamente no objetivo de diminuir o seu real estatuto no futebol português. 

Os dados financeiros estão lançados para a próxima década e o Sporting conseguiu resistir à desvalorização que os outros nos tentaram impor. Naquilo que diz respeito às principais fontes de receita dos clubes de futebol, ninguém nos pode impedir de, nos próximos dez anos, irmos à guerra com meios semelhantes aos do nossos rivais. A questão decisiva deixou de ser o acesso ao dinheiro. Passou a ser a utilização mais eficiente desses recursos. E, em questões de eficiência de utilização de recursos, o Sporting leva neste momento uma grande vantagem sobre os rivais.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Valeu bem o tempo dos sportinguistas

Apesar das muitas alterações no onze, o Sporting fez esta noite um jogo muito interessante contra o Paços de Ferreira. Não tendo sido uma partida disputada com um nível máximo de intensidade, foi possível ver bom futebol e um punhado de excelentes exibições. O Sporting dominou completamente o Paços, foi sempre mais perigoso, marcou três belos golos e poderia, caso houvesse maior eficácia na finalização, chegado à meia dúzia com facilidade.


Positivo 

Matheus - foi, na minha opinião, o melhor em campo. Foi um perigo à solta para a defesa do Paços, dando a sensação de poder causar perigo sempre que tinha a bola nos pés. Procurou o golo, por pouco que não o conseguiu, mas picou o ponto com a assistência para Bryan Ruiz. Mas, dos vários lances que protagonizou, aquele que provavelmente ficará mais na retina será o passe a rasgar que deixou André Martins isolado na cara de Defendi.

Gelson - mais um bom jogo, coroado com um golo e uma assistência. Para um jogador que tem revelado algumas dificuldades no momento de definição, é importantíssimo que vá acumulando golos e assistências que o ajudem a estabilizar emocionalmente. Uma vez conseguindo isso, será uma enorme dor de cabeça para qualquer defesa.

Jefferson - é bom vê-lo novamente a avançar com confiança pelo seu flanco. Nem sempre foi feliz, mas esteve vários furos acima em relação aos últimos jogos. Fez a assistência para o golo de Gelson. Bem precisamos que comece a subir de rendimento de forma consistente.


Negativo

O golo sofrido - o jogo teria sido perfeito, caso não fosse a desconcentração de Marcelo que esteve na base do golo do Paços. Um frango que, recordo, se junta à oferta que fez na Albânia. Não há sportinguista que não aprecie o profissionalismo de Marcelo Boeck, mas a verdade é que tem cometido demasiados erros para tão poucos jogos que tem feito. Estando no ano final do seu contrato, fica complicado não começar a pensar em alternativas para a próxima época.


Outras notas

A estreia de Schelotto - não teve um jogo particularmente feliz, mas foi interessante seguir a sua estreia. É claramente um jogador com mentalidade de extremo, sempre preparado para subir no terreno. Poderá ser ser muito útil contra equipas mais fechadas. A exibição de hoje foi frouxa, mas há que lembrar que foi o primeiro jogo do italiano em sete meses. Para continuar a acompanhar.




Boa vitória sobre uma equipa complicada, boa exibição, bons golos, sem lesões ou expulsões, e interrompeu-se a sequência de duas derrotas. Uma boa forma de iniciar a preparação do clássico de sábado.

#DiaDeSporting: Taça da Liga being Taça da Liga

O emparelhamento dos grupos da Taça da Liga desta época faz com que, mais uma vez, a competição não justifique uma grande aposta por parte do Sporting. O grupo que nos calhou é complicado - considerando aquilo que nos poderia calhar em sorte - e inclui uma viagem ao batatal de Arouca no pico do inverno, ficando-nos reservada uma ida ao Dragão caso terminemos esta fase em primeiro, e uma eventual final contra Benfica ou Braga.

Portanto, mais uma época em que a Taça da Liga é... a Taça da Liga. Ou seja, uma inconveniência sem grande interesse.

Como não gosto de perder e até seria positivo quebrar esta série de duas derrotas, espero que os jogadores que entrem em campo façam os possíveis para alcançar a vitória. Mas sempre tendo em mente que uma expulsão os deixará fora do clássico do próximo fim-de-semana, para não falar no risco de lesões...

Receio particular para o centro da defesa e meio-campo. São setores em que se nota que o plantel é curto, em virtude das lesões de Paulista e Tobias, e da má condição física de Ewerton. Infelizmente parece-me provável que um ou outro titular tenham mesmo que ser utilizados.


O descaramento da CMVM


Não tiveram qualquer curiosidade quando rebentaram os rumores da disputa PT/NOS pelos direitos do Benfica. As ações da SAD subiram 30% em poucas horas - só com base nos rumores -, mas aparentemente a CMVM não viu nisso motivo para pedir esclarecimentos ao Benfica. Ficaram caladinhos, como caladinhos ficaram perante a ausência de esclarecimentos sobre o contrato da Emirates ou sobre as "fabulosas" vendas de Roberto, Cancelo e Cavaleiro.  

Mas um par de horas depois de surgirem rumores relacionados com o Sporting, pulou-lhes a pulga atrás da orelha.

Típico. Falamos dos mesmos indivíduos que exigiram esclarecimentos imediatos quando explodiu a notícia de que Jesus poderia ir para o Sporting. Por que não perguntaram diretamente ao amigo Vieira?

As audiências televisivas de Sporting, Benfica e Porto em 2015

Sendo os contratos televisivos dos grandes um dos temas do momento, pareceu-me útil e interessante fazer um apanhado das audiências que Sporting, Benfica e Porto tiveram nos jogos transmitidos por canais em sinal aberto ao longo do ano de 2015. Infelizmente, não sei como obter os dados relativos às transmissões da Sport TV. Se alguém tiver esses dados ou souber como os obter, agradeço que me diga ou que mos forneça. Enriqueceria o debate público sobre o que valem efetivamente os grandes em termos de audiências televisivas.

Pesquisei no site atelevisao.com (obrigado, Valdemar!) as audiências dos jogos oficiais transmitidos em sinal aberto durante o ano de 2015. Isto abrange as partidas da Liga dos Campeões (RTP e TVI), Liga Europa (SIC) e finais da Taça de Portugal e Taça da Liga. Como o Sporting não participou em nenhum jogo da fase de grupo da Liga dos Campeões nesta época, acrescentei as duas partidas transmitidas na época passada (contra Chelsea e Maribor) para servirem como termo de comparação mais fiável.

O resultado, ordenado pelo número de espectadores, é este:


Ou seja, há pelo menos três conclusões mais ou menos óbvias que se podem tirar olhando para este quadro:

1. O nível de importância do jogo faz as audiências explodir, pois atrai muitos espectadores de outros clubes. O facto de os dois jogos entre Porto e Bayern estarem nas três primeiras posições é a melhor prova disso. As menores audiências dos jogos da Liga Europa em relação aos da Liga dos Campeões também se explica, como é óbvio, pela menor relevância da competição.

2. O horário dos jogos é decisivo para determinar o número de espectadores. Os três jogos que o Sporting realizou às 18h são de longe os menos vistos (perdem no mínimo 1/3 da audiência em relação aos restantes). Também terá afetado o jogo da final da Taça de Portugal, que teve a agravante de ser numa tarde de um fim-de-semana de muito calor. O facto de se disputarem em período de férias também tem influência, como se pode ver nos jogos do playoff do Sporting contra o CSKA.

3. Retirando os fatores importância/horário da equação, o Benfica é o clube com mais audiências. O Sporting vem a seguir, e o Porto em terceiro lugar. Isolando apenas os jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões (jogos de importância idêntica, no mesmo horário), a ordem seria a seguinte:


Neste quadro, a anomalia "estatística" é provocada pelo Chelsea, que é um adversário de maior prestígio que os restantes. Seria normal que o Benfica conseguisse o jogo de maior audiência das fases de grupos se também tivesse tido a oportunidade de defrontar uma equipa do nível mediático do Chelsea.

Considerando os jogos deste quadro, diria que as audiências médias do Sporting serão cerca de 10% inferiores às do Benfica. As do Porto andarão cerca de 20% abaixo das do Benfica. Mas, como é evidente, é um universo de jogos muito pequeno para se tirar qualquer conclusão definitiva. Com acesso aos números da Sport TV será possível tirar conclusões muito mais rigorosas.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Banhos de multidão

Engraçado como os banhos de multidão desvalorizaram no espaço de três anos.


(obrigado, @captomente; via página de Facebook SportingLeaks)

Janelas de oportunidade

Se, há um mês, alguém me dissesse que o Porto assinaria a muito curto prazo um contrato de direitos televisivos com uma empresa que não a do velho amigo Joaquim Oliveira, e que ambos os nossos rivais anunciariam acordos de longa duração com valores globais a igualar ou superar os quatrocentos milhões de euros, não seria capaz de dar qualquer crédito a essa teoria. Parecer-me-ia demasiado desfasada da realidade do futebol português para se poder concretizar.

No entanto, a realidade consegue muitas vezes superar a ficção e hoje, quer Benfica, quer Porto, têm acordos diretos com operadores por valores que vão muito além das dimensões que eram prática até agora. Valores de encher o olho, à partida bastante favoráveis aos clubes, mas cujas conclusões definitivas apenas poderão ser tiradas daqui a muitos anos. Por exemplo, será que em 2023 - ou seja, quando o Porto terminar a 1ª metade do contrato - estes 45 milhões / ano serão assim tão interessantes? O tempo o dirá.

Já se sabe que, nos próximos dias, benfiquistas e portistas discutirão quem de entre eles conseguiu o melhor contrato. Dificilmente haverá um consenso, pois não são facilmente comparáveis: o Benfica incluiu os elevados custos de funcionamento da BTV no pacote, enquanto que o Porto vendeu o patrocínio das camisolas e a exploração de publicidade no Dragão.

Registe-se, no entanto, a ironia: a pressa que o Benfica teve em anunciar ao mundo o maior negócio de sempre do futebol português acabou por fazer com que o maior negócio de sempre do futebol português apenas fosse o maior negócio de sempre do futebol português durante menos de um mês. A pompa e circunstância com que o acordo foi anunciado apenas fez com que a NOS perdesse margem negocial com os restantes clubes e que o orgulho da PT fosse severamente atingido por uma derrota tão mediática para o seu principal concorrente. Poucas semanas depois, os resultados estão à vista.

Perante isto, resta saber o mais importante: como fica o Sporting no meio desta loucura que se instalou no futebol português? A meu ver, com uma posição negocial reforçada - mesmo considerando que Benfica e Porto farão pressão junto da NOS e Meo para não assinarem um contrato na mesma ordem de grandeza com o Sporting. Mas, por muita pressão que Benfica e Porto façam, isso não altera a realidade: o Sporting tem o poder de desequilibrar os pratos da balança de forma decisiva nesta guerra de operadores. E, ao contrário do que benfiquistas e portistas possam imaginar, as operadoras estão sobretudo focadas nos seus próprios interesses, e não nos desejos daqueles que ficaram atados a si durante uma década.

Não que haja particular pressa para o Sporting em fechar um negócio deste tipo - à semelhança do Porto, o Sporting tem em vigor um contrato com a Sport TV até junho de 2018 -, mas parece-me sensato aproveitar a curto prazo uma guerra tão feroz como aquela que agora se verifica.

Outro facto que pode ser muito interessante para o Sporting é a recente legalização das apostas online. Falamos de um setor com várias empresas que apostam com frequência no patrocínio direto aos clubes, empresas essas que poderão muito em breve operar em Portugal. Isso poderá significar uma nova oportunidade para resolver a questão do patrocínio das camisolas.

Os próximos meses serão seguramente muito interessantes de seguir.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Globe Soccer Awards: a melhor academia do ano

Sei bem que existem muitos sportinguistas que, com a sua dor de cotovelo, tentam menorizar este prestigiante prémio que só descobriu Lionel Messi em 2015, que já deu um prémio de carreira a Pinto da Costa, e que atribui todos os anos o prémio de melhor agente a Jorge Mendes.

Sei bem que muitos sportinguistas têm dificuldade em aceitar que a academia do Benfica seja considerada a melhor do mundo numa cerimónia tão ilustre quanto esta. Mas antes de começarem a criticar, convém lerem primeiro os fundamentos que levaram a Globe Soccer (SOCCER?) Awards a atribuir esta distinção aos nossos rivais. Se pensam que foi por causa de jogadores como Bernardo Silva, João Cancelo, André Gomes ou Ivan Cavaleiro, estão muito enganados...


Sim, isto foi retirado do site oficial dos prémios... (LINK)

(obrigado, @miguelcpaiva e @paraver)

Então, mas...


Então, mas... 10 milhões não estavam já garantidos?


Até dia 2 de janeiro, é esperar muitas "notícias" destas. O Jogo a dar tudo por tudo até ao clássico.

sábado, 26 de dezembro de 2015

A sério, Lusa?


Zeegelaar é a principal ausência? Como é que alguém que ainda não foi oficialmente contratado pode ser considerado uma ausência num treino?

E vão duas notícias incorretas relacionadas com o Sporting em pouco mais que 48 horas. Ficamos à espera da invenção que estará reservada para amanhã.

O dia em que os estagiários tomaram conta das redações

Compreende-se que, na véspera de Natal, a maior parte dos jornais - não tendo nenhuma edição para publicar no dia 25 - dê descanso aos seus colaboradores mais seniores e proporcione aos juniores e estagiários o privilégio de ter um pouco mais de autonomia na redação. Supostamente, é um dia em que o caudal de notícias relevantes não será complicado de gerir.

Infelizmente, calhou ser o dia em que a Lusa - entidade que, nos últimos anos, tem parecido fazer questão em deitar abaixo a credibilidade que construiu no passado - enviou para as redações uma notícia sobre o Sporting com um título enganador: 

SPORTING TEM TRÊS DIAS PARA PAGAR À DOYEN

Ao contrário do que deixa subentender, este título não se refere aos 12 milhões de euros que o Sporting foi condenado a pagar ao fundo, mas sim à partilha com a Doyen da percentagem de mais-valia a que o clube terá direito caso o Manchester United venda Rojo por uma verba superior a 23 milhões de euros. Ou seja, o Sporting tem três dias para pagar à Doyen...

... se o Manchester United vender Rojo...

... e se a venda for superior a 23 milhões de euros...

... o que fará com que o Sporting tenha direito a 20% da mais-valia acima de 23 milhões de euros (ex.: se o Manchester United vender o jogador por 25 milhões, o Sporting terá direito a 20% de 2 milhões, ou seja, 400.000€)...

... e aí o Sporting terá três dias para entregar 75% da mais-valia que recebeu à Doyen (ou seja, no exemplo acima teria três dias para pagar 300.000€ à Doyen).

Como, pelos vistos, os jornalistas destacados no dia 24 de dezembro não têm competência (ou paciência) para ler o corpo da notícia (que incluía um texto divulgado pelo TAS com alguns detalhes da decisão), acabou por ser isto que invadiu as redes sociais e os sites da nossa comunicação social:






Mas o mais extraordinário foi o facto de terem existido alguns órgãos de comunicação social que conseguiram distorcer ainda mais o sentido da notícia:




Aquele que se aproximou mais da notícia verdadeira acabou por ser o Diário de Notícias. Mesmo assim o verbo utilizado não foi o mais claro:


Se eu escrevesse um título, teria optado por: "Sporting terá três dias para pagar à Doyen 75% de eventual mais-valia com Rojo". Mas, na realidade, é um elemento da decisão do TAS que nem sequer é suficientemente relevante para ser merecedor de uma notícia à parte - a não ser que o sensacionalismo seja o objetivo principal de quem tem o dever de informar o público.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal!

Desejos para estes dias:
  • que todos possam desfrutar destes dias da melhor forma, junto da família e de quem é realmente importante;
  • que o José Eduardo não se lembre de ir viajar, para não correr o risco de encontrar um repórter da RTP à entrada do aeroporto.

Feliz Natal a todos! 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Bruno de Carvalho acusado de ser ditador, agora por um especialista na matéria

Faz-me confusão que pessoas que, tendo algum estatuto pelo papel que desempenharam na vida do Sporting em determinada altura das suas vidas, não consigam selecionar melhor os momentos para deixarem as suas críticas e que, quando assim o decidem, não as façam de forma tão construtiva quanto possível. Vem isto a propósito das declarações de hoje de João Paiva dos Santos à RR.


Se João Paiva dos Santos considera que Bruno de Carvalho age como um reles ditador, teve inúmeras oportunidades de dizer de sua justiça ao longo dos últimos meses. Optou, no entanto, por atacar o presidente do Sporting precisamente no momento em que o clube (e não só o presidente) está na situação mais vulnerável desde que a presente época começou. Paiva dos Santos pode não se ter apercebido, mas está a fazer coro com aqueles que desejam que o Sporting volte a ser aquilo que era há dois anos e meio, criticando de forma igualmente destrutiva.

É lamentável que continuem a existir tantos sportinguistas que não consigam ter o discernimento necessário para saberem criticar no momento e no tom apropriado.

Já agora, gostaria de fazer duas observações ao que foi escrito na entrevista. A primeira é que João Paiva dos Santos nunca foi candidato à presidência do Sporting, pois nunca chegou a ir a votos. Anunciou que seria candidato, que é uma coisa completamente diferente. Isso até eu posso fazer. Querem ver? SOU CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DO SPORTING EM 2017! Pronto, já está. AGORA JÁ NÃO SOU! Isto faz de mim candidato? Não, não faz. 

A única coisa a que João Paiva dos Santos tentou realmente candidatar-se foi ao Conselho Leonino, mas mesmo aí acabou por não ser candidato, pois atrasou-se na entrega da sua lista.


A segunda observação é que existe uma pequena possibilidade de, na realidade, João Paiva dos Santos ter querido elogiar Bruno de Carvalho ao chamá-lo de ditador. Isto porque, em 2013, o entrevistado de hoje da RR tinha estes interesses declarados no seu Pinterest:

(podem ler o que se escreveu na altura sobre esta imagem AQUI)

Nota: não confundir com Paulo Paiva dos Santos (irmão de João Paiva dos Santos), que foi (efetivamente) candidato a vice-presidente na lista de Pedro Baltazar nas eleições de 2011. Já agora, até podemos recordar o que disse Paulo Paiva dos Santos duas semanas após a tomada de posse de Bruno de Carvalho. Há que ter memória antes de se criticar gratuitamente quem realmente resgatou o clube da falência.

(obrigado, @baavin!)

O negócio Miguel Lopes

Nas últimas semanas, o Football Leaks revelou dois documentos relacionados com a aquisição de Miguel Lopes por parte do Sporting: o contrato da transferência assinado com o Porto (que incluía a venda de Izmailov) e o contrato de intermediação do negócio com a empresa Pacheco & Teixeira. 

Os traços gerais do acordo que o Sporting assinou com o Porto já eram conhecidos, mas alguns detalhes não eram do domínio público. Aqui ficam os principais pontos do contrato:
  • Sporting e Porto ficaram cada qual com 50% do passe do jogador (de referir que Miguel Lopes passaria a ser um jogador livre daí a seis meses, pelo que o Porto se arriscava a ficar sem direitos sobre o jogador caso deixasse o contrato chegar ao fim).
  • O Sporting pagou €1M por 50% do passe, o mesmo valor em que se avaliou metade do passe de Izmailov transferido no sentido inverso.
  • O Sporting comprometeu-se a não vender Miguel Lopes por menos de €10M. No caso de vender Miguel Lopes por menos de €10M, então o Sporting é obrigado a indemnizar o Porto em €5M.
  • Caso Sporting ou Porto (!) recebam alguma proposta igual a superior a €10M para vender Miguel Lopes, o Sporting está obrigado a vender o jogador ou a comprar os 50% do Porto pelo valor proporcional da proposta.
  • Em caso de venda de Miguel Lopes, o Sporting comprometeu-se a suportar na totalidade (!) os encargos do mecanismo de solidariedade aplicáveis. No caso de uma venda de Izmailov pelo Porto, os encargos do mecanismo de solidariedade seriam partilhados equitativamente por Sporting e Porto.
  • A cláusula de rescisão de Miguel Lopes não poderia ser inferior a €20M.
  • O acordo atribui ao Porto o direito de recomprar os 50% de Miguel Lopes pertencentes ao Sporting por €8M. Ou seja, surgindo alguma proposta superior a €16M, compensaria ao Porto comprar os 50% do passe ao Sporting.


Paralelamente, o Sporting assinou um contrato com a empresa Pacheco & Teixeira pelos serviços de intermediação do negócio, onde o clube se comprometeu a:
  • Pagar €450.000 à Pacheco & Teixeira.
  • Adicionalmente, pagar 20% do valor total (!) de uma futura transferência de Miguel Lopes.

Ou seja, graças a estes dois contratos, o Sporting nunca poderá receber mais de 30% de uma eventual venda de Miguel Lopes. O Sporting terá ainda que ceder 3,33% do total para efeitos do mecanismo de solidariedade (os clubes que teriam direito aos restantes 1,67% abdicaram desse direito).

Ou seja, considerando...
  • ... todas as cláusulas acima mencionadas...
  • ... o €1M que Miguel Lopes custou ao Sporting...
  • ... e os 600.000€ que Miguel Lopes custou ao Porto aquando da sua compra ao Rio Ave...
... o lucro que cada entidade (Sporting, Porto e Pacheco & Teixeira) terá com uma eventual futura venda de Miguel Lopes - considerando uma amplitude de valor de transferência a variar entre €1M e €20M) - será o seguinte:


O Sporting só conseguirá ter lucro vendendo o jogador por um valor igual ou superior a €9M. O lucro máximo que o Sporting pode obter, depois de abatidos os custos com a contratação do jogador e entregue as parcelas pertencentes a outras entidades, é de €2,8M. E, como é evidente, desses 2,8M terão que ser subtraídos os custos adicionais de intermediação que uma venda inevitavelmente implica.

Estamos, portanto, perante mais um negócio godinhesco, em que todas as partes saem a ganhar. Com exceção, claro, do próprio Sporting.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Bruno tem que dar o exemplo

Três breves notas sobre o episódio da saída noturna do presidente no último fim-de-semana:

1. Enquanto presidente do Sporting, Bruno de Carvalho tem que dar o exemplo aos jogadores, ainda mais quando está ao serviço do clube. Saídas à noite até altas horas da madrugada simplesmente não são toleráveis, pois passa a mensagem errada ao plantel. Bruno de Carvalho deveria também cortar os fritos, enchidos e doces da sua alimentação.

2. Esta questão dos horários impróprios não se deveria aplicar apenas aos momentos de lazer. O presidente também deveria parar com essa palhaçada de trabalhar constantemente até altas horas da madrugada. Como é que pode estar fresco nas manhãs seguintes?

3. Em relação aos desacatos que certa imprensa destacou, imagino o quão irritado Bruno de Carvalho terá ficado ao ouvir cânticos de adeptos cujo clube já derrotou por três vezes, e que nessa altura ainda estava a sete pontos de distância. Tudo bem que o homem está habituado a que malhem nele 24x7, mas ter que ouvir bocas de lamps alcoolizados na discoteca... isso ninguém aguenta.


A verdadeira derrota

Ao fim de ano e meio de disputas legais entre o Sporting e a Doyen, o TAS acabou por dar razão ao fundo. O Sporting foi ontem condenado a pagar cerca de 12 milhões de euros. O desfecho não é, obviamente, aquele que os sportinguistas desejariam. Mas, ao contrário daquilo que muitos tentarão fazer crer, não foi ontem que o Sporting foi derrotado. 

O dia em que o Sporting foi derrotado no processo Rojo foi o dia em que decidiu contratar o jogador sem ter meios financeiros para o fazer. A falta de condições financeiras para investir num jogador como Rojo levou os nossos antigos dirigentes a sujeitarem-se a uma "parceria" em que o clube abdicava de todos os direitos e assumia todos os riscos e responsabilidades. Graças a essa decisão, o Sporting andou durante duas épocas a desenvolver e a valorizar um jogador que, graças às cláusulas do contrato de TPO assinado com a Doyen, nunca poderia dar qualquer retorno financeiro ao clube. Fosse vendido por um euro ou fosse vendido pela cláusula de 30 milhões, era matematicamente impossível para o Sporting conseguir recuperar o dinheiro gasto na aquisição dos seus 25% de passe e nas comissões e outras despesas pagas no processo de contratação do jogador argentino.

Nota: este gráfico não inclui custos de comissões e outras despesas suportadas ou a suportar pelo Sporting.

O Sporting foi derrotado no dia em que contratou um jogador para os seus quadros e depositou na mão de terceiros o poder de definir a continuidade do atleta no clube. O Sporting foi derrotado quando se sujeitou a cláusulas abusivas que retiraram ao clube até a capacidade de renovar com o jogador sem ter primeiro que consultar a Doyen.

Ontem foi o dia em que perdemos as hipóteses de reequilibrar os pratos da balança de um contrato desigual. Mas se do ponto de vista financeiro as consequências traduzem-se num retorno à estaca zero - o Sporting terá que entregar à Doyen o montante que lhe caberia pelos seus 75% somados de juros de mora que estão ao nível da taxa de financiamento médio do clube -, não posso concordar com quem fale de uma derrota do clube ao nível da imagem passada para o exterior.

Basta comparar o antes e o depois de todo este processo. Em agosto de 2012, altura em que Rojo foi contratado, o Sporting era um clube sem dinheiro e sem ativos, com um plantel pouco valorizado e hipotecado - basta lembrar a quantidade de jogadores cujo passe eram detidos por terceiros. A Doyen era um fundo que operava de forma completamente livre no mercado futebolístico e sem qualquer tipo de controlo ou escrutínio. Hoje a situação é completamente diferente: o Sporting é um clube com um plantel muito mais rico e está a valorizar os seus ativos em seu próprio proveito - e não para enriquecer sobretudo terceiros -, enquanto que a Doyen viu-se obrigada a operar praticamente na clandestinidade, recorrendo a sistemas ainda menos claros de financiamento de transferências de e para clubes que fazem ou faziam parte do seu catálogo, como o Porto, Marselha, Watford, Udinese, Inter, Gijón, Granada, Atlético Madrid ou Twente.

O Sporting iniciou sozinho uma cruzada que mudou a forma como o mundo do futebol vê os fundos - pelo menos a parte do mundo do futebol que prefere não tapar os olhos. Não é possível retirar o mérito a Bruno de Carvalho pela forma como conseguiu colocar o assunto na agenda mediática do futebol europeu - até mais no estrangeiro do que em Portugal, vá-se lá perceber o motivo. O caso Rojo e a ação do Sporting foram os pretextos usados pela UEFA para avançar contra a influência crescente destas entidades opacas, acabando por forçar a FIFA a tomar a histórica decisão de banir a partilha de passes com terceiros a nível mundial. 

Como seria de esperar, os fundos tentaram adaptar-se à nova legislação e encontrar novas formas de fazer aquilo que faziam, mas já não se livram da imagem de organizações agiotas que estão dispostas a atropelar tudo e todos em nome do lucro. Aquilo que aconteceu recentemente na Holanda com o Twente será provavelmente o melhor dos exemplos.

Neste momento, tudo isto pode servir de pouco consolo perante a decisão desfavorável do TAS. Mas todo este processo acabou por ter uma outra vantagem que não se esgota no presente: deu-nos a conhecer os nossos verdadeiros inimigos. E não me refiro apenas aos responsáveis de Porto e Benfica que usufruíram de uma deslocação e custas pagas até à Suiça para testemunhar a favor da Doyen. Falo, sobretudo, dos antigos dirigentes do Sporting que aceitaram testemunhar voluntariamente contra o seu próprio clube:


Os sportinguistas podem e devem sentir-se desiludidos com o desfecho de ontem. Mas em vez de direcionarem a raiva ou frustração que possam sentir contra os dirigentes que não recearam enfrentar forças extremamente poderosas para defender os interesses do clube, devem primeiro relembrar-se da pesada herança que Bruno de Carvalho recebeu dos seus antecessores. Falando concretamente de Godinho Lopes, é a ele que devemos dois anos de incompetência extrema - dos quais o contrato com a Doyen sobre Rojo é apenas um de inúmeros exemplos - que conduziram o clube a uma situação desesperada de pré-falência. Infelizmente para nós, esses dois anos de incompetência tiveram, têm e terão consequências cujos efeitos continuarão a fazer-se sentir, no mínimo, até 2026. Resíduos altamente tóxicos (*) que condicionarão a ação desta direção e das que se seguirão. É bom que nunca ninguém se esqueça disto.

(*) em breve apresentarei outro exemplo.

As respostas a todas as dúvidas no "caso Doyen"

Não responde a tudo, tudo, mas é um excelente apanhado das questões que muita gente (incluindo eu) tem colocado. As respostas a todas as dúvidas no "caso Doyen", do blogue Mister do Café. (LINK)

(obrigado, Frost SCP!)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Comunicado do Sporting sobre a sentença do TAS



Sporting perde caso Rojo

Era o desfecho mais previsível, mas não deixa de ser uma derrota pesada e dolorosa. Há que aguardar agora pelos detalhes. Será o salário de Nani no ano em que esteve emprestado considerado nos valores que o Sporting terá que pagar ao fundo? E em que prazo deverá ser esse pagamento efetuado?

Bruno de Carvalho disse em AG que o Sporting recorreria caso perdesse no TAS. Infelizmente, parece-me escusado colocar quaisquer esperanças numa eventual mudança de decisão.

Aguardemos também para perceber que efeito terá esta decisão na atual época desportiva. A não ser que exista alguma reserva com o objetivo de precaver este cenário, muito provavelmente o Sporting será obrigado a vender jogadores já em janeiro.

Entrevista aos criadores do Football Leaks

Desde o passado mês de setembro que eles estão a publicar documentos confidenciais relacionados com o lado cinzento do futebol. Eles são os membros anónimos do Football Leaks que, através de um servidor baseado na Rússia, estão a revelar algumas verdades que pessoas poderosas do futebol e das finanças prefeririam manter escondidas. É uma grande quantidade de dados, números e transações, que por vezes confirmam suspeitas antigas, e que por vezes abrem cenários que ainda não tinham sido pensados.  Obviamente que a sua atividade assusta muitas pessoas poderosas do futebol, e algumas denúncias já foram feitas contra este grupo. Consideramos que é interessante ouvir o seu ponto de vista, pelo que organizámos uma entrevista coletiva por e-mail, realizada por @baavin, @domrousseaublog, @oartistadodia e @pippoevai, e divulgada em francês, italiano e português.


Em primeiro lugar, por que motivo o Football Leaks se foca tanto em Portugal? Por que motivo, na vossa opinião, este país é tão relevante na economia-sombra do futebol?

Quando começámos este projeto, em setembro, o nosso principal objetivo era expor todas as mentiras e controvérsias relacionadas com clubes portugueses, pois estamos baseados em Portugal. A última silly season foi a mais intensa de sempre em Portugal, onde ocorreram algumas transferências chocantes e controversas, com muitas questões a ficarem por responder - a maior parte envolvendo o Sporting. Decidimos ajudar as pessoas a compreender o que realmente aconteceu, pelo que nos focámos em desmascarar isso.

Entretanto, começámos a obter muitos documentos que incluem clubes de outras ligas, e especialmente sobre TPO. Atualmente, estamos focados nisso, porque pensamos que as pessoas e a imprensa necessitam de compreender as interferências danosas de TPO na gestão dos clubes de futebol. Depois de analisarmos vários ERPA's de diferentes empresas, percebemos que a Doyen Sports é claramente a mais prejudicial para os clubes, com muitas cláusulas agressivas que quebram a estabilidade contratual entre clubes de futebol e jogadores.

Trocaram e-mails com Nélio Lucas? De que falaram?

Nunca falámos com Nélio Lucas e, na realidade, ficámos surpreendidos pelas acusações da Doyen sobre a existência de pressões e exigências da nossa parte. O timing foi conveniente (o início do escândalo Doyen/Twente) e a única explicação que encontramos, para essas acusações, é ser uma tentativa desesperada para tentar descredibilizar o Football Leaks.

Foram acusados de roubar documentos e propriedade intelectual. Como respondem a isto?

É possível que, ao publicar esses documentos, estejamos a violar várias leis de propriedade intelectual, mas esta é a única forma de mostrar, ao mundo, a verdade. Por exemplo, em breve, iremos expor contratos assinados com efeitos retroativos, o que é uma prática comum nos negócios entre os fundos e os clubes. Um dos casos é o de um contrato com data de 30 de março de 2015, mas provaremos que, na realidade, foi assinado em junho de 2015.

Publicaram documentos que são bastante recentes, um dos quais sobre uma reunião da Liga Portuguesa, que aconteceu há apenas uma semana. Ainda estão à procura de novas fontes de material para publicar?

Sim, e encorajamos as pessoas para que nos mandem mais e mais documentos.

Por que razão apenas publicam 1/2/3 tópicos por dia? Parece que estão a filtrar as publicações e escolhendo criteriosamente aquilo que deve ser exposto. Por que não publicam todos os documentos de uma vez e deixam os jornalistas e adeptos fazer a investigação e análise dos documentos?

Estamos a tentar manter o conceito vivo. Se publicássemos tudo de uma vez, provavelmente ninguém falaria sobre o assunto passado um mês.

Há uma teoria que corre sobre os servidores da Doyen Capital serem a única fonte para toda esta informação, incluindo dos documentos relacionados como outros clubes como o FC Porto e o Sporting. Corresponde à realidade?

Isso é incorreto, temos uma enorme diversidade de fontes.

Quais são as vossas motivações? A vossa rede de colaboradores é grande? Querem denunciar o sistema, reformar o sistema ou fazer explodir o sistema?

A nossa motivação é simples: os adeptos do futebol nunca sabem o que acontece realmente atrás das cortinas, por isso queremos expor tudo isto. Amamos a essência do jogo, mas odiamos todo o negócio e a forma como entidades offshore se associam aos clubes e aos jogadores. Graças à nossa ação, as pessoas e a imprensa começam finalmente a compreender as interferências danosas de TPO nas políticas dos clubes de futebol, o que também viola o artigo 18bis do regulamento de transferências da FIFA.

O caso Twente foi um escândalo na Holanda, mas os documentos que temos divulgado mostram que não é apenas um problema do Twente, afetam também vários outros clubes europeus. A diferença é que a KNVB respeita a lei, e outras federações - como a portuguesa, a espanhola ou a brasileira - não o fazem.

Por que motivo há tão poucos documentos de Mendes e da Gestifute? Deve-se a dificuldades de acesso a documentos ou é uma escolha voluntária?

Por exemplo, era ridícula a quantidade de pessoas que, em setembro, nos acusava de trabalharmos para o Benfica. As pessoas pediam-nos para publicarmos sobre isto e aquilo, mas não podemos publicar sobre o que não temos. Infelizmente, parece que não temos muitos documentos da Gestifute.

Como fazem a seleção dos documentos que divulgam? Sentem que estão a ter apoio das pessoas que acompanham o futebol?

A seleção começa por ser feita ao acaso, mas depois começamos a fazer as ligações. É um processo difícil e trabalhoso, mas também divertido, porque estamos a aprender coisas novas todos os dias. Prestamos muita atenção às reações nas redes sociais e, hoje, já vemos algumas declarações poderosas sobre nós, a maior parte, surpreendentemente, vinda dos Estados Unidos. É como se tivessemos iniciado uma nova era no desporto.

Ainda têm documentos em reserva sobre os acionistas ocultos da Doyen?

Segundo todos os detalhes que conhecemos sobre a Doyen Sports, não existem acionistas ocultos. Já foi tudo exposto, mas continuaremos a analisar a informação, e se detetarmos alguma coisa nova haveremos de a anunciar.

Interview with the creators of Football Leaks

Since last September they are publishing confidential documents concerning the grey side of football economy. They are the anonymous members of Football Leaks. Using a russian web-server they are spreading some truths that football and finance powerful people would love to keep hidden. It's a big amount of data, numbers and transactions that sometimes confirm former suspicions, and sometimes open unthought scenarios. Their activity scares a lot of powerful people in football, and some complaints have already been placed. We thought it would be interesting to hear their point of view, so we arranged a collective email interview (with contributions from @baavin, @domrousseaublog, @donodocirco and @pippoevai), and published in english, french, italian and portuguese.

First of all, why does Football Leaks focus so much in Portugal? Why, in your opinion, is this country so important for football shadow economy?

When we started this project, back in September, our main goal was to expose all the lies and controversies within Portuguese clubs, because we are based in Portugal. This last silly-season was the most intense ever in Portugal, there were some shocking transfers, controversy and many unanswered questions, mostly involving Sporting Lisbon. We decided to help the people understand what really happened so we focused on unmasking that.

In the meantime we were getting a lot of documents that include other Leagues and especially the TPO. Currently we are focused on that fact, because we think the people and the press need to understand the damaging interferences of TPO inside football clubs policy, and after analyzing several ERPA’s from different companies, we realized that Doyen Sports is clearly the most damaging for clubs with a lot of aggressive clausules that break the contractual stability between football clubs and players.

Have you exchanged any emails with Nelio Lucas? What did you talk about?

We never spoke with Nélio Lucas, and actually we were clearly surprised by Doyen’s accusations about pressure and demands. The timing was perfect (the beginning of Doyen/Twente scandal) and the only explanation for such acts was a desperate attempt to discredit Football Leaks.

You’ve been accused to steal documents and intellectual property. What do you reply to this?

It’s possible that by publishing those documents we are breaching several intellectual property laws worldwide, but that’s the only way to show the world the truth. For example soon we will expose that backdating contracts is a common thing in TPO deals with clubs. The agreement between Braga and Vela Management Limited for the player Vincent Sasso is dated 30th March 2015, but we will show that it’s was really signed in June. 

You have published documents that are quite recent, one of them from a portuguese league meeting that took place just a week ago. Are you still searching and getting new sources of material to publish?

Yes, and we encourage people to send us more and more documents. 

Why do you only release 1/2/3 topics per day? It seems like you are filtering the releases and selectively choosing what should be leaked. Why don't you dump all the documents at once and let journalists and fans do its analysis?

We are trying to keep this concept alive. If we dump all the documents at once, probably after 1 month no one will talk about it anymore.

There is a theory running about that Doyen Capital's servers are the only source for all this information, including all documents regarding other clubs such as FC Porto or Sporting. Can you confirm this?

That’s incorrect, we’ve got a huge variety of sources.

Which are your motivations? Is your network of advisors wide? Do you want to denounce the system, to reform the system, or to explode the system? 

Our motivation is simple, the football fans never know what really happens behind the curtain, so we want to expose all that. We love the essence of the game, but we hate all the business involved and how offshore entities were getting attached to clubs and players. Thanks to our activity the people and the press are finally understanding the damaging interferences of TPO inside football clubs policy, which also violates FIFA Regulations on the Status and Transfer of Players article 18bis.

The Twente case was a scandal in the Netherlands but the documents we’ve been posting show it's not only a problem within Twente, but also affects several other European clubs. The difference is that KNVB respects the law, and other Football Federations like Portugal, Spain or Brazil don't.

Why so few documents on Mendes and Gestifute? Difficulties of access to the documents or your voluntary choice? 

For example, back in September the amount of people accusing us of working on Benfica’s behalf was ridiculous. People asked us to publish about this, about that, but we can’t publish about what we don’t have. Sadly looks like we don’t have many Gestifute documents.

How do you make the selection of the documents that you publish? Did you receive any support from the football world?

The selection starts randomly, but then we start making the connections. It’s a hard and consuming process, but also fun because we are learning a lot everyday. We pay a lot of attention to the reactions on social networks, and nowadays we’ve seen really powerful statements about us, surprisingly most from the United States. It’s like we started a new era on sport. 

Do you still keep documents in reserve on the hidden shareholders of Doyen?

According to all the details we know about Doyen Sports, there are no hidden shareholders. Everything was exposed already, but we will keep analyzing the information, and if we detect something new we will announce it.

Frustrante ineficácia

É mais por uma questão de falta de tempo do que por falta de vontade - se bem que a vontade é pouca - que não faço o comentário ao União - Sporting nos moldes do costume. Perceberão o motivo às 9 da manhã. 

Foi um daqueles jogos em que parecia haver um escudo de forças que impedia a bola de entrar na baliza. Na realidade, por escudo de forças, entenda-se a boa exibição de André Moreira e uma enorme desinspiração finalizadora de muitos dos nossos jogadores. Do lado do União registou-se precisamente o oposto: uma oportunidade, um golo marcado, com muitas facilidades dadas do nosso lado: Ruiz com passe disparatado a oferecer a bola a um adversário, Esgaio a não acompanhar a linha de fora-de-jogo, Jefferson a demorar uma ETERNIDADE para se reposicionar após sair em contenção, e finalmente Esgaio a marcar o homem que era de Oliveira e a dar nas suas costas todo o espaço de que Danilo Dias precisava para marcar.

Dentro de tudo o que de mau aconteceu, e já dando o devido desconto em função da ineficácia finalizadora, dou um destaque positivo para Montero que, na primeira parte, foi o jogador mais ativo e esclarecido na construção de lances de ataque. Esgaio subiu bem pelo seu corredor, pena que tenha acabado por ter responsabilidades no golo do União. Na outra lateral esteve o pior jogador do Sporting: Jefferson. Está num momento de forma terrível, e pergunto-me se Jonathan não será mais útil - ou menos prejudicial, como preferirem - do que o brasileiro. Jefferson é daqueles jogadores que precisa de concorrência real para render. Foi assim no princípio da época passada e só se espevitou quando perdeu a titularidade. O Sporting ainda não confirmou Zeegelar, mas estamos de facto a precisar de reforçar aquela posição.

Esta derrota é tremendamente frustrante. Não só porque surge na sequência da eliminação da Taça de Portugal, mas também porque este era um jogo que era obrigatório ganhar para nos permitir encarar o clássico de 2 de janeiro com outro tipo de confiança. Por outro lado, é a primeira derrota para o campeonato ao fim de catorze jornadas. Aproveitemos a pausa para recarregar as baterias e inverter esta fase negativa. Já não estamos em primeiro, mas ainda há muito campeonato pela frente.

domingo, 20 de dezembro de 2015

#DiaDeSporting: Regressar às vitórias se o nevoeiro e a nossa determinação o permitir

Segunda deslocação à Madeira no espaço de duas semanas, mas um jogo de risco elevado para o Sporting. Depois de resultados opostos na última jornada do campeonato, esta semana trouxe uma inversão naquilo que tem sido a tendência das duas equipas: o Sporting teve a sua primeira derrota nas competições internas e viu esfumar-se um dos objetivos da época e o União conseguiu um surpreendente empate a zero contra o Benfica que poderá servir de estímulo psicológico para inverter aquilo que vinha sendo a sua carreira recente no campeonato.

O Sporting está portanto avisado. Se o nevoeiro não aparecer, iremos encontrar um adversário completamente fechado junto à sua área a tentar replicar a fórmula que lhe deu um inesperado pontinho na terça-feira. Do nosso lado cabe-nos a responsabilidade de tentar aplicar um futebol rápido e imprevisível desde o primeiro minuto. Entrar a meio gás pensando que o jogo mais cedo ou mas tarde se resolverá é meio caminho andado para aumentar o moral do União.

Curiosidade para ver qual o onze escolhido por Jorge Jesus, que seguramente dependerá muito do estado físico dos jogadores após os duros 120 minutos de Braga. De realçar a possibilidade da estreia de Schelotto, que foi incluído nos convocados pela primeira vez - exatamente um mês depois de ter assinado contrato pelo Sporting.

 

sábado, 19 de dezembro de 2015

VMOC's: problema adiado para 2026

A solução para um dos temas que levantava algumas interrogações sobre a reestruturação do Sporting foi conhecida ontem. Refiro-me aos €48M de VMOC's da Sporting, SAD, que vencem em janeiro de 2016. 

Solução é uma força de expressão perante um problema que carecia de uma tomada de ação imediata. Caso nada fosse feito, no dia 17 de janeiro de 2016 as VMOC's converter-se-iam em ações que ficariam na posse da banca, o que representaria o fim da posição maioritária do Sporting Clube de Portugal na SAD. Na prática o problema não foi resolvido em definitivo, apenas adiado: a SAD irá propor a extensão do prazo de conversão em ações para 2026, ou seja, ficando estes €48M nas mesmas condições que os restantes €80M de VMOC's que foram emitidos recentemente aquando do acordo de reestruturação financeira.

Esta solução é a única saída lógica para um problema que a SAD não tinha forma de resolver em função do tempo que decorreu desde o acordo com a banca, pelo que suponho que esta extensão de prazo já está prevista desde que se definiu o plano de reestruturação financeira.

Mantém-se, portanto, o grande desafio financeiro do Sporting para a próxima década: encontrar a liquidez necessária que lhe permita impedir que em 2026 o clube perca a maioria do capital da SAD.

Balanço das arbitragens: 13ª jornada e União - Benfica

Setúbal 2-4 Benfica (Manuel Mota)

11': Suk cai na área ao tentar antecipar-se a Jardel, o árbitro assinalou fora-de-jogo - decisão errada, Suk não estava em fora-de-jogo e é agarrado por Jardel, pelo que ficou um penálti por assinalar

38': Lisandro simula penálti mas o árbitro não lhe mostra amarelo, que seria o segundo - decisão errada, o jogador do Benfica deveria ter sido expulso por acumulação de amarelos

=: Um penálti por assinalar a favor do Setúbal quando o resultado ainda era 0-0 e uma expulsão perdoada ao Benfica com o resultado em 0-1 (1X)


Sporting 3-1 Moreirense (Nuno Almeida)

30': No 1º golo do Sporting, Esgaio bloqueia na barreira a saída de Evaldo; o árbitro não assinalou qualquer falta - decisão errada, existe falta de Esgaio, que impede a reação do adversário ao lance estudado

58': Slimani cai na área ao disputar a bola com dois adversários, o árbitro assinalou penálti - decisão certa, o argelino é derrubado à margem das leis

66' - Naldo acerta com o braço na cara de Rafael Martins, o árbitro não considerou agressão - decisão certa, o defesa do Sporting estava a ser agarrado de forma insistente por Rafael Martins, tenta-se libertar e parece acertar sem intenção no adversário

80': Rafael Martins cai na área por ser agarrado por Naldo, o árbitro assinalou penálti - decisão errada, antes do agarrão, Rafael Martins estava em posição de fora-de-jogo e estorva a ação de Naldo; como tal o lance devia ter sido interrompido antes

=: o primeiro golo do Sporting surge a partir de um lance irregular (1X)


Nacional 1-2 Porto (Jorge Sousa)

49': Marcano corta uma bola cruzada por Willyan com o braço, o árbitro não considerou penálti - decisão errada, o defesa do Porto tem o braço longe do corpo e faz um movimento que acaba por cortar a bola, pelo que devia ter sido assinalado penálti

83': João Aurélio cai na área após disputa de bola com Marcano, o árbitro não assinalou penálti - decisão errada, Marcano não joga a bola e acerta em cheio no adversário, penálti por assinalar

=: dois penáltis por assinalar a favor do Nacional, ambos numa altura em que o resultado era de 1-2 (1X)


União Madeira 0-0 Benfica (Cosme Machado)

36' - Renato Sanches agarra pelos calções um adversário que se preparava para fugir na direção da baliza, já perto da área; o árbitro optou por não mostrar o segundo amarelo ao jogador do Benfica - decisão certa, aceita-se a decisão de dar alguma tolerância a uma falta pouco ostensiva, considerando que se tratava de um segundo amarelo

=: arbitragem sem influência no resultado



Estatísticas da jornada


Estatísticas acumuladas



Classificação



Jogos com influência da arbitragem no resultado



Erros de arbitragem com o resultado em aberto



Erros de arbitragem com o resultado em aberto agrupados por árbitro, desde 2013/14