domingo, 25 de janeiro de 2015

Chegou para as encomendas

Durante uma grande parte do jogo de hoje parecemos querer repetir os erros que tantos pontos já nos custaram este ano. Mais um começo de jogo amorfo, dominado por uma lentidão de processos exasperante que caía que nem ginjas ao arrojado 9-1-0 que Paulo Sérgio trouxe a Alvalade. Se Marco Silva estava insatisfeito pelo evoluir da situação, pelo menos não o demonstrou. As substituições foram tardias mas acabaram por agitar o jogo e aumentar a nossa presença na área adversária, que acabaria por ser decisiva no único golo da partida.



Positivo

William está a voltar a ser Sir - chegou perfeitamente para as encomendas no capítulo defensivo perante um opositor que raramente incomodou, mas foi no plano ofensivo em que se destacou dos companheiros de equipa. Foi o único a imprimir a velocidade de execução necessária para desmontar o autocarro adversário, fosse através de desequilíbrios no miolo, fosse através de passes longos laterais para colegas mais desmarcados. E fez aquele grande passe para o cabeceamento de Tanaka que antecedeu o cabeceamento de sucesso de João Mário. Já são alguns jogos consecutivos em bom plano, o que leva a crer que Sir William está mesmo de volta.

As substituições - mexeram com o jogo e acabaram por ser decisivas no desfecho final. Com a entrada de Tanaka e Mané a equipa passou a ter mais presença na área (coisa que Montero teima em evitar como o diabo da cruz) e um pouco mais de capacidade de desequilibrar pelo meio. E para não variar, Tanaka acabou por estar na jogada que nos valeria a vitória. Amuleto japonês de alta eficiência.

Cinco vitórias consecutivas - jogámos mal mas conseguimos os três pontos. De vez em quando também sabe bem. E chegou para nos aproximarmos do segundo lugar.

Muita miudagem em Alvalade - e não me refiro aos que estavam dentro de campo com a nossa camisola, falo mesmo das muitas crianças de 5, 6, 7 ou 8 anos que acompanharam os pais ao estádio. Os números oficiais dizem que eram 37500 pessoas, mas houve muito meio-palmo de gente que passou por debaixo dos torniquetes, ajudando a compor ainda melhor as bancadas. Exibição à parte, foi uma bela tarde de futebol em Alvalade.


Negativo

Substituições tardias - já todos no estádio tinham percebido 15 minutos antes que era necessário mexer no esquema tático da equipa. O Sporting até entrou na segunda parte com mais genica, mas era óbvio que precisávamos de mais alguém lá na frente - uma equação que nem era nada complicada visto que também estava à vista de todos que não precisávamos de tantos jogadores lá atrás. A Académica simplesmente não justificava tanto respeito da nossa parte. Marco Silva não devia ter esperado tanto tempo.

Mais uma vez faltou inteligência para gerir os últimos minutos - Nani parecia querer dar o mote à equipa para congelar o jogo, mas foi em vão: cometemos asneiras atrás de asneiras que nos poderiam ter custado bem caro se houvesse mais talento do outro lado. Alguns exemplos: um cruzamento de Cédric para uma área deserta, perdas de bolas infantis no centro do terreno, ou uma falta de Miguel Lopes no enfiamento da área junto à linha lateral quando tínhamos uma situação de 2 contra 1. Já tinha acontecido contra o Rio Ave, e hoje foi mais do mesmo.



Para já era difícil pedir mais para esta jornada: aproximámos-nos 3 pontos do Porto (agora a apenas 1) e afastámo-nos de Guimarães (que está a 4 pontos) e Braga (a 8). Para um clube em crise as últimas semanas não têm sido nada de deitar fora.