segunda-feira, 23 de março de 2015

Vitória formosa e segura

E ao 14º jogo em Alvalade para o campeonato, finalmente uma vitória tranquila. Não tendo sido uma exibição primorosa nem estando isenta dos habituais percalços que parecem não nos querer largar, o Sporting conseguiu uma exibição segura e eficaz que resolveu a partida em apenas 45 minutos. Na segunda parte deu para gerir o jogo, apesar de alguns momentos displicentes que devolveram ao Guimarães alguma da confiança perdida pelas ocasiões de perigo que geraram, mas nada que alguma vez colocasse em causa a indiscutível vitória do Sporting.

Curiosamente, estas duas últimas vitórias revelaram um leão a jogar mais pelo seguro e frio no aproveitamento das oportunidades que cria. Menos quantidade, mais qualidade e menos risco. Nada contra: valeu-nos 6 pontos em 6 possíveis, e o meu sistema nervoso agradece a gentileza.



Positivo

A assinatura de João Mário na vitória - marcou o primeiro, assistiu Nani para o remate que daria origem ao 1º penálti, e fez o passe para Mané no lance do 2º penálti. Fez uma excelente primeira parte, quer a defender quer a atacar, baixando depois de rendimento na 2ª parte, tal como o resto da equipa. Foi, na minha opinião, o melhor em campo.

O raçudo Miguel Lopes - está inevitavelmente ligado à vitória pela sua participação nos três primeiros golos da equipa: no primeiro ao recuperar a bola e ultrapassar com determinação um adversário para depois entregar a Carrillo; mandou uma bomba à barra que esteve na origem do penálti do 2-0; e fez um cruzamento milimétrico para Slimani picar o ponto. Para além disso, entendeu-se com Carrillo numa dinâmica muito interessante no corredor direito, de onde surgiram a maior parte dos nossos lances de perigo. Não esteve exemplar a defender, mas no global teve uma exibição muito positiva.

A execução de Carrillo no cruzamento para João Mário - fabuloso. E mais uma assistência para a contabilidade do peruano. Para quando a renovação?

A segurança de Ewerton - aposta ganha de Marco Silva, foi o melhor jogador do nosso setor defensivo. Nas situações de um contra um conseguiu sempre resolver sem problemas, e esteve também muito bem nas bolas aéreas. 


Negativo

Mais um golo sofrido ridículo para a coleção - livre para o Guimarães. A bola bate na barreira, e ressalta num arco altíssimo que acaba por cair à entrada da pequena área. Rui Patrício teve mais que tempo para sair dos postes e apanhá-la ou socá-la para outras paragens, mas por algum motivo que não compreendi preferiu ficar entre os postes. Quando a bola termina o seu percurso descendente, Kanu dá-lhe um toque frouxo de cabeça que a encaminha para uma zona onde está um companheiro seu e Jefferson. Falham ambos o pontapé e a bola continua placidamente o seu caminho até repousar nas redes da baliza. Para piorar o absurdo da situação, foi pelo menos a terceira vez na época em que sofremos um golo na marcação de uma falta que nos reduziu a 10: aconteceu o mesmo quando Maurício viu o 2º amarelo contra o Schalke na Alemanha e quando Tobias foi expulso contra o Penafiel.

Tolerância zero - é possível que um sportinguista esteja insatisfeito com a arbitragem apesar dos dois penáltis assinalados (não tenho dúvidas no 2º, preciso de rever o 1º) a favor? Sim, é, pelo menos comigo. Foi um festival de cartões que não encontra qualquer justificação plausível no nível de correção com que a partida se disputou. Se Jorge Sousa tivesse sido o árbitro do Barcelona - Real Madrid e aplicasse o mesmo critério que vimos em Alvalade, o clássico espanhol teria acabado pelo menos com três expulsões para cada lado. Ainda sem ter revisto na televisão os lances em que foram mostrados cartões, o segundo amarelo a Paulo Oliveira pareceu-me de um rigor excessivo, não tive dúvidas no estádio - mesmo à minha frente - que o amarelo a Adrien é exagerado, e não percebi o admoestação a Carlos Mané. Junte-se a isso a falta de coerência no critério seguido em faltas semelhantes cometidas pelos jogadores do Guimarães. Resultado: em Paços de Ferreira lá teremos que apresentar a quinquagésima sétima dupla de centrais diferente em jogos oficiais esta época. Ah, e Jorge Sousa também fez vista grossa aos persistentes bloqueios que André André fazia a Rui Patrício nos cantos a favor do Guimarães.

Podem parar com os olés, faxavor? - a sério, outra vez? Não bastou o que aconteceu com o Benfica e com o Schalke (sim, fizemos os olés quando marcámos o 3-1, e pouco depois os alemães reduziram e deixaram-nos com o coração nas mãos nos 10 minutos finais)? Está longe da figura ridícula que fizeram os cabeçudos que se lembraram de colocar a faixa de "reservado" em Vila do Conde, mas é uma mania que gostaria que terminasse de uma vez por todas. Manda o sinal errado para dentro das 4 linhas. Os jogos só acabam quando o árbitro apita para o final.



Fotografia tirada durante o intervalo do jogo

Foi, em todos os sentidos, um belo fim de tarde em Alvalade. Conseguimos uma vitória expressiva que nos permitiu recuperar alguns pontos para as equipas da frente e deixar a questão do 3º lugar definitivamente arrumada. Bom ambiente para preparar o ataque à última e decisiva fase da época, após a pausa de quinze dias para os compromissos das seleções.