Agora que li os mails entre Pedro Guerra e Adão Mendes (publicados na edição de hoje do Record - quem não os leu, pode fazê-lo aqui: LINK), já me posso pronunciar sobre o assunto.
Só um idiota chapado descreveria explicitamente um esquema de corrupção ou qualquer outro tema comprometedor num email, que é uma forma de comunicação que deixa de ser controlável pelo emissor a partir do momento em que o botão para enviar é premido. E quem diz emails, diz também conversas telefónicas ou presenciais - pois nunca se pode garantir que não existam ouvidos indiscretos e indesejados a registar aquilo que vai sendo dito. A consequência lógica é que se tomem precauções, e assim se explica o recurso à conversa em código que, infelizmente, tem uma longa tradição no submundo do futebol português: como esquecer expressões como os "quinhentinhos", a "fruta" ou o "café com leite"?
Ainda assim, é fácil encontrar um fio condutor na conversa entre Pedro Guerra e Adão Mendes:
"Hoje o SLB manda mesmo", "Hoje quem nos prejudicar sabe que é punido", "Vamos ter os padres que escolhemos e ordenamos, nas missas que celebramos", "Quanto às missas temos bons padres para todas", "AGORA APAGUE TUDO".
Mesmo recorrendo por vezes a linguagem codificada, não vejo que seja possível ser-se muito mais claro do que isto. Apito abençoado.
Sobre padres escolhidos e ordenados, é disto que se está a falar:
É verdade que os mails, só por si, não provam absolutamente nada... mas são um excelente ponto de partida para se investigar - até porque ninguém ficou surpreendido com alguns dos nomes referidos, tal é o historial de infelicidades em momentos convenientes e a presença regular em momentos decisivos das últimas épocas. Se fosse eu a decidir, começaria por verificar a evolução do património dos visados e dos familiares mais próximos (cônjuges, filhos e irmãos) ao longo dos últimos cinco anos.
Só um idiota chapado descreveria explicitamente um esquema de corrupção ou qualquer outro tema comprometedor num email, que é uma forma de comunicação que deixa de ser controlável pelo emissor a partir do momento em que o botão para enviar é premido. E quem diz emails, diz também conversas telefónicas ou presenciais - pois nunca se pode garantir que não existam ouvidos indiscretos e indesejados a registar aquilo que vai sendo dito. A consequência lógica é que se tomem precauções, e assim se explica o recurso à conversa em código que, infelizmente, tem uma longa tradição no submundo do futebol português: como esquecer expressões como os "quinhentinhos", a "fruta" ou o "café com leite"?
Ainda assim, é fácil encontrar um fio condutor na conversa entre Pedro Guerra e Adão Mendes:
(via @BaluarteDragão) |
in Record |
"Hoje o SLB manda mesmo", "Hoje quem nos prejudicar sabe que é punido", "Vamos ter os padres que escolhemos e ordenamos, nas missas que celebramos", "Quanto às missas temos bons padres para todas", "AGORA APAGUE TUDO".
Mesmo recorrendo por vezes a linguagem codificada, não vejo que seja possível ser-se muito mais claro do que isto. Apito abençoado.
Sobre padres escolhidos e ordenados, é disto que se está a falar:
(via @BaluarteDragão) |