quinta-feira, 7 de maio de 2015

Estoril Open Media Days

É verdade que a comunicação social e programas de comentário demonstram sempre muito mais iniciativa para comentar assuntos do Sporting quando lhes cheira a sangue (a discussão sobre o futuro de Marco Silva vs. Jesus e Lopetegui é um bom exemplo), mas não é menos verdade que muitas vezes somos nós próprios a dar-lhes argumentos para prolongarem o debate. Vem isto a propósito do que se passou ao longo da última semana, e em particular no Estoril Open - que em função do desfile de figuras ligadas ao nosso clube arrisca-se a passar a ser conhecido como Sportingtalksfest.

Apesar de se tratar de uma competição de ténis, não houve dia em que o Sporting e a continuidade de Marco Silva não fosse o prato do dia na zona VIP do evento, graças às inúmeras aparições e declarações feitas por gente ligada ao clube. Ele foi o presidente em funções...


... antigos presidentes...


... antigos candidatos à presidência...

 

... antigos dirigentes...



... profissionais do catering...



... antigos diretores desportivos...


... antigos treinadores...




... antigos jogadores...


... e jogadores do plantel atual.





Juro: no sábado passado, enquanto assistia no estádio à soporífera primeira parte do Sporting - Nacional, pensei para mim mesmo que se em vez de uma bola de futebol o jogo se disputasse com uma bola de ténis, o desempenho dos nossos jogadores teria sido bem melhor, tão desviado pareceu o foco de tantos elementos do clube ao longo da semana.

É certo que uns tiveram um comportamento exemplar (como por exemplo André Martins, que disse que estava ali para ver ténis, ou melhor ainda Adrien, que conseguiu evitar os jornalistas), que outros falaram de forma inócua, mas também houve quem soltasse frases - intencional ou inadvertidamente - que ajudaram a manter viva a polémica sobre a continuidade de Marco Silva.

Independentemente disso, do ponto de vista de quem foi aturando este circo mediático ao longo do Estoril Open, fica o seguinte apelo: CALEM-SE. Até acredito que alguns de vocês gostam efetivamente de ténis (outros só devem lá ir para aparecer), enquanto cidadãos têm seguramente o direito de frequentarem os ambientes que bem entenderem, mas isso não implica necessariamente que tenham que pôr a boca em qualquer microfone que vos espetam na cara e desatar a debitar opiniões que não só não acrescentam nada de novo como acabam por prolongar o debate de um assunto que só serve para desestabilizar o clube.

Isto é responsabilidade de quem gere a comunicação do clube - que deveria dar instruções aos jogadores para entrarem mudos e saírem calados -, e de Bruno de Carvalho, que deu o mote ao aceitar dar umas palavras aos jornalistas em vez de dar um bom exemplo recusando-se a responder a toda e qualquer pergunta. 

E olhando para o efeito que as declarações que entretanto Nani fez na terça-feira num compromisso publicitário - o frete com que respondeu às perguntas é o melhor sinal de que são respostas de circunstância, mas não as torna menos desagradáveis de ouvir -, temo em pensar quantos mais tiros nos pés iremos dar até ao dia 31.