Não foi preciso esperar mais que dez minutos para que o Sporting cumprisse aquilo que prometia em função das exibições registadas nos últimos jogos. Depois de uma entrada personalizada do Tondela, os jogadores de Jorge Jesus pegaram no jogo e impuseram um ritmo de jogo sufocante que gerou ocasiões de perigo consecutivas junto à baliza dos recém-promovidos. Adivinhava-se o golo a qualquer momento que acabaria por não tardar graças a um remate de João Mário, mas desperdiçámos neste período a oportunidade de matar em definitivo a partida.
O Tondela conseguiu estancar a avalanche ofensiva dos leões e tentou aproveitar os lances de bola parada para recuperar da desvantagem, acabando por consegui-lo graças à maior concentração de más decisões que uma equipa de arbitragem cometeu num único lance. E acabaria por ser outra má decisão da equipa de Carlos Xistra a ajudar o Sporting a alcançar uma vitória que parecia irremediavelmente desperdiçada, a meias com uma ação de um herói improvável que tinha saltado do banco minutos antes e com um batedor de penáltis com gelo nas veias.
O Tondela conseguiu estancar a avalanche ofensiva dos leões e tentou aproveitar os lances de bola parada para recuperar da desvantagem, acabando por consegui-lo graças à maior concentração de más decisões que uma equipa de arbitragem cometeu num único lance. E acabaria por ser outra má decisão da equipa de Carlos Xistra a ajudar o Sporting a alcançar uma vitória que parecia irremediavelmente desperdiçada, a meias com uma ação de um herói improvável que tinha saltado do banco minutos antes e com um batedor de penáltis com gelo nas veias.
Positivo
- Ganhámos, #@£@[%*! - segundo jogo oficial nos últimos três em que a estrelinha nos sorriu na altura certa. Uma tendência que seria melhor evitar assegurando as vitórias de forma mais confortável, mas que é sempre bem-vinda quando tal não é possível. Três pontos essenciais que permitem manter os níveis de confiança intactos nesta fase tão fundamental da época.
- Vinte minutos de luxo - aquele período entre os 10 e os 30 minutos foi um deleite para os olhos de qualquer sportinguista. Um dinamismo ofensivo diabólico que tornava impossível ao Tondela perceber de onde viria a investida seguinte. As ameaças são demasiadas e imprevisíveis: a qualquer momento pode sair um passe em profundidade a rasgar a defesa adversária ou, quando há espaço para isso, aproveita-se o espaço para as subidas dos laterais. O golo surge numa jogada de envolvimento com duas desmarcações e em que participou meia equipa: lançamento de Carrillo - desmarcação de Teo - novo lançamento de Carrillo - desmarcação de Ruiz - cruzamento para Slimani - e João Mário a marcar na 2ª bola. Podíamos e devíamos ter acabado com o jogo neste período, tantas foram as ocasiões de que dispusémos para marcar novamente.
- #RenovaCarrillo - o peruano foi na minha opinião o homem do jogo, o único jogador que foi uma dor de cabeça para o Tondela ao longo dos 90 minutos. Carrillo lançou em profundidade, procurou desmarcações, driblou, rematou, fez de tudo. Grande exibição.
- A fezada em Gélson - perto dos 90 minutos, Jorge Jesus lançou Gelson Martins para o lugar do desgastado João Mário. O miúdo tentou pegar no jogo mas as coisas não lhe correram bem, até que apareceu no momento e no lugar certo a sofrer o penálti que nos daria a vitória. Foi o talismã da noite.
- A onda verde - impressionante a invasão sportinguista a Aveiro. Está visto que será mais uma época em que vamos jogar em casa muito para além dos 17 jogos agendados para Alvalade.
Negativo
- 4 erros de arbitragem na origem do golo do Tondela - surgiu de um livre marcado ao contrário, pois Naldo não só não fez qualquer falta como também foi puxado pelo adversário; livre batido, há um primeiro toque de Bruno Nascimento com o pé a adiantar a bola para Luís Alberto que, em posição de fora-de-jogo, controla a bola com o braço (até pode ter sido um movimento inadvertido, mas tirou proveito direto dessa ação) e num 2º momento com o cotovelo. Admito que o lance foi muito rápido e difícil de ajuizar, mas foram infrações a mais a passarem impunes.
- O lançamento de João Pereira que antecede o penálti - não precisei de qualquer repetição para perceber que o lançamento foi efetuado de forma irregular, tão gritante foi a invasão daquele pé direito no momento em que o lateral soltou a bola. O penálti de Murillo (ironicamente um jogador cedido pelo Benfica) sobre Gelson Martins é, no entanto, tão indiscutível quanto desnecessário.
- A finalização - desperdiçámos demasiadas ocasiões de golo. Podíamos ter marcado 3 ou 4 golos sem grande favor, mas houve sempre um pé providencial dos jogadores do Tondela ou simplesmente má pontaria dos nossos jogadores - com Slimani a ser o mais perdulário. Há que melhorar a eficácia nas ocasiões de golo de que dispomos para não ter que ouvir o pior chavão que existe no futebol: quem não marca arrisca-se a sofrer.
- Rui Patrício e os cruzamentos - se é verdade que o golo do Tondela foi irregular, não é menos verdade que a bola apenas chega a Bruno Nascimento porque Patrício - mais uma vez - optou por ficar entre os postes numa bola bombeada para a pequena área. É o ponto fraco de um enorme guarda-redes, que infelizmente de tempos a tempos permite que se marquem golos numa área de ação que deveria ser sua.
- A exibição na segunda parte - muito distante daquilo que fizemos na primeira, com vários jogadores a estarem furos abaixo do que tinham conseguido nos primeiros 45 minutos. Jefferson raramente conseguiu um cruzamento (ou mesmo marcar cantos de forma competente), Ruiz foi uma sombra do desequilibrador que semeou o pânico na defesa adversária na primeira parte, Teo desapareceu, João Mário pareceu muito desgastado. Como é óbvio, há também que dar mérito ao Tondela por ter conseguido conter de forma bastante mais eficiente as nossas iniciativas de ataque.
- Descuidos que nos podem sair caros - a evolução defensiva da equipa em relação ao ano passado é provavelmente o aspeto mais positivo do trabalho de Jorge Jesus até ao momento. As equipas que defrontámos até hoje tiveram imensas dificuldades em chegar à nossa área com perigo, conseguindo-o sobretudo através de bolas paradas e no aproveitamento de desequilíbrios causados por maus passes ou perdas de bola dos nossos jogadores. Há por isso que ter mais inteligência e evitar faltas desnecessárias no nosso meio-campo (foram várias as situações em que fizemos faltas junto à linha com o adversário de costas para o campo) e ter mais cuidado nos passes. É claro que impossível que isso deixe de acontecer por completo, mas é claramente um ponto em que temos que melhorar.
- Aviso à navegação - isto é válido tanto para os jogadores como para nós, adeptos: por muito que a equipa prometa serão imensos os obstáculos que teremos que superar. Alguns naturais e outros nem tanto. Felizmente que hoje tivemos uma lição de borla, mas que por pouco não teve custos muito desagradáveis para todos nós.
O fundamental era ganhar e acabámos por consegui-lo de forma dramática, mas justa. Venha o CSKA.