segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As intervenções públicas non-stop de Bruno de Carvalho

Creio que é fácil perceber que Bruno de Carvalho é, atualmente, a figura mais controversa do futebol português. Esse estatuto é totalmente injustificado, porque existem outras personalidades que, entre muitas outras coisas, já foram apanhadas a escolher ou a subornar árbitros, que usam as suas influências para colocar gente de confiança nos lugares certos da estrutura do futebol português, e que controlam meios de comunicação social como autênticos instrumentos de propaganda. Mas como Portugal é um país onde as pessoas se chocam muito mais facilmente com indivíduos frontais e politicamente incorretos do que com gente desonesta e dissimulada, não é surpreendente que as critícas a Bruno de Carvalho sejam, nos dias que correm, o passatempo preferido de muitas das pessoas que opinam sobre o nosso futebol.

Referi no passado sábado que, na minha opinião, Bruno de Carvalho pode melhorar ao nível do conteúdo das suas intervenções. Não concordo, no entanto, com aqueles que dizem que Bruno de Carvalho aparece demasiado, que fala demasiado ou que escreve demasiado. Sim, é verdade que o presidente sempre falou muito, e também é verdade que nos últimos tempos tem falado ainda mais, mas se isso tem acontecido deve-se sobretudo às inúmeras tentativas de desestabilização que são feitas diariamente pelas máquinas de comunicação (ou, se preferirem, de propaganda) do Porto e, sobretudo, do Benfica.

O trabalho dessas máquinas é ininterrupto e ensurdecedor. Para quem tiver uma memória curta, sugiro que vão à barra lateral do blogue e carreguem na etiqueta Jornalismo de trampa, e leiam os exemplos que aí aparecerão. É impossível uma pessoa não se revoltar com a desonestidade e desigualdade de tratamento dada ao Sporting pela maior parte da nossa comunicação social desportiva que, como bem sabemos, tem lealdades clubistas bem definidas. Olhemos, por exemplo, para as notícias que circularam na quinta-feira passada sobre o Sporting:
  • Chamada de capa no JN para um carro bloqueado no Estádio de Alvalade que está em nome de Bruno de Carvalho (!);
  • Chamada de capa no CM para um processo colocado pelo Benfica que poderá implicar uma suspensão de um ano a Bruno de Carvalho;
  • Uma reportagem d' A Bola sobre Carrillo com o título "Como cresceu este miúdo";
  • Notícia no Record que diz que não foi cumprida a promessa de aumentar William;
  • Chamada de capa d' O Jogo sobre os 11 milhões de euros de contratações de Bruno que estão empatados em jogadores emprestados;
  • A Antena 1 lembrou-se de ir perguntar a opinião do presidente do Sindicato de Jogadores do Peru (!!!) sobre o caso Carrillo;
  • O destaque dado pela comunicação social à permanência de Carrillo na lista da Liga Europa (como se não tivessem a obrigação de saber que o Sporting só podia inscrever 3 novos jogadores, tendo sido retirados em troca 4 jogadores que saíram: Montero, Tanaka, Jonathan e Boeck; ou seja, de nada servia retirar Carrillo da lista);
  • A revista Sábado a fazer capa com os milhões que Álvaro Sobrinho "desviou" para o Sporting.

Tudo isto, repito, foi posto a circular pela comunicação social no dia 5 de fevereiro de 2016. De todas elas, a única que deveria efetivamente preocupar de alguma forma os sportinguistas é a de William Carvalho. Tudo o resto são criações da imprensa ou questões totalmente irrelevantes para a vida do clube, mas que em conjunto têm um propósito bem definido: desgastar a imagem do presidente do Sporting, envenenar a mente dos sportinguistas e procurar desmobilizar a crescente onda de apoio ao clube.

Ao longo da última semana, sportinguistas dos cinco continentes têm colocado faixas de apoio a expressar o seu desejo e crença em ver o Sporting campeão. A adesão de novos sócios não tem parado: já somos cerca de 135.000. O pavilhão avança em excelente ritmo. Na rua, começamos novamente a ver miúdos a envergarem com orgulho camisolas do Sporting. Gradualmente os sportinguistas vão recuperando o hábito de serem presença constante no estádio. E ao longo de toda esta época, a tenacidade e espírito de união dos sportinguistas em Alvalade tem sido inigualável: seja a perder por 2-0 ao intervalo, seja em desvantagem numérica e a perder por 1-0, seja ao assistir a assaltos à mão armada na nossa própria casa, testemunhamos um apoio ininterrupto e entusiasmante, do primeiro ao último minuto. Pode não haver dinheiro para criar coreografia espetaculares em todas as bancadas, mas conseguimos criar momentos ainda arrepiantes e genuínos com O Mundo Sabe Que, apenas com a força e a colocação da nossa voz. 

Isto tem sido fruto, sobretudo, de movimentos espontâneos que materializam a incrível comunhão que existe entre os sportinguistas, e o enorme desejo que todos temos em ver o clube regressar aos momentos de glória que ajudaram a construir a história deste enorme clube. Um fortíssimo sentimento de pertença e de crença na vitória que há poucos anos julgávamos impossível poder ressurgir num futuro tão próximo.

Os nossos adversários sabem perfeitamente o significado da vitalidade que o Sporting demonstra atualmente. E é notória a sua preocupação pelo rendimento que a equipa de futebol continua a demonstrar semana após semana, mesmo com as interferências externas que temos visto. Como tal, atravessamos um período em que vale tudo para tentar desmotivar e desmobilizar os sportinguistas. Estando a maior parte dos órgãos de comunicação social sob uma forte influência benfiquista e portista, a única figura de que o Sporting dispõe que é capaz de se fazer ouvir acima do ruído ensurdecedor e combater as tentativas de intoxicação da opinião pública, é o próprio Bruno de Carvalho.

Perante tanta tentativa de desestabilização do Sporting, o presidente é mesmo obrigado a aparecer em tantas ocasiões. E é inevitável que nos tempos próximos continue a ser assim. Não há alternativa.