segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Venda-se depressa alguém!, para fazer a vontade à SIC


Estas imagens são da conferência de imprensa que se realizou após a vitória de sábado sobre o Marítimo. Como se pode ver, a vontade de certa comunicação social em arranjar problemas é tanta, que nem deixam que a realidade se ponha no caminho de uma boa pazada de carvão. Slimani não foi convocado? Então a conclusão lógica (na cabeça destas mentes iluminadas) é que o treinador não conta com ele. Na realidade, Slimani estava castigado e não podia ser convocado, mas pelos vistos isso é um pormenor pouco importante para o jornalista da SIC.

Tem sido interessante, aliás, acompanhar a evolução das preocupações de vários comentadores dos canais de informação, começando pela SIC Notícias. Há uma semanas, o grande problema estava na vontade de sair dos jogadores com mais mercado, e nas implicações catastróficas na gestão do plantel se ficassem contrariados. Como todos viram, esses jogadores continuaram no Sporting, treinando e jogando, o que estragou as teorias do apocalipse que dominaram a antena desses canais. Agora o foco mudou ligeiramente: já não se centra na insatisfação dos jogadores, mas sim no rombo que o plantel e as aspirações ao título terão com a eventual saída de Slimani e dos campeões da Europa - como se o Sporting alguma vez fosse vender meia equipa titular na mesma janela de mercado.

O discurso da direção tem sido no sentido de não haver necessidade de vender jogadores. É compreensível que assim seja: reconhecer o contrário seria estar a desvalorizar automaticamente os ativos do clube. Não tenho, no entanto, grandes dúvidas em como o Sporting necessita de vender um (1) jogador bem vendido, por vários motivos: a tesouraria e as contas da SAD agradecem; facilitará o reforço do plantel até ao fecho do mercado; mostrará ao mercado que é um clube que vende apenas pelo preço que considera justo; demonstra ao plantel que não será um entrave à progressão das carreiras dos jogadores, desde que os interesses do clube saiam acautelados.

Mas em qualquer exercício que se faça, há que relembrar que o Sporting tem todos os seus jogadores seguros em contratos de longa duração com cláusulas de rescisão elevadas. Ou seja, o clube tem a faca e o queijo na mão: só venderá SE e QUANDO quiser. Era bom que os senhores comentadores considerassem este pequeno pormenor no momento em que debitam as suas opiniões.