quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Convocados para a Taça da Liga


Considerando a convocatória, eu iria assim a jogo:


Mais claro do que isto é impossível - parte 3

Todos se lembram o que aconteceu quando o Sporting começou a estabelecer cláusulas de rescisão de 45 e 60 milhões de euros. Caiu o Carmo e a Trindade. Muitos jornalistas sentiram-se incomodados com esta loucura: ou era porque os salários dos jogadores não eram proporcionais ao valor da cláusula - como se a cláusula tivesse que ser, necessariamente, uma avaliação realista do valor atual de um jogador -,  ou porque os jogadores ficavam reféns do clube.

Não lhes ocorreu, na altura, que o clube estivesse, pura e simplesmente, a defender os seus interesses. E nenhum mal daí adveio para as carreiras dos jogadores. Não foi por terem uma cláusula astronómica que lhes cortaram as pernas. João Mário, jogador que se valorizou imenso, foi vendido abaixo da cláusula de 60 milhões. Montero, jogador que se valorizou menos, foi vendido por um valor muito, muito inferior ao da cláusula. William e Gelson (infelizmente) não acabarão a carreira no Sporting, pois, numa altura que o clube considerar apropriada, terão a sua oportunidade de brilhar em campeonatos mais competitivos do que o nosso.

Mas, entretanto, os outros clubes passaram também a estabelecer cláusulas de rescisão elevadas. Não me lembro, porém, de ler críticas idênticas às que foram dirigidas ao Sporting quando, por exemplo, Taarabt assinou com uma cláusula de 45 milhões, ou quando Gonçalo Guedes renovou com uma cláusula de 60 milhões.

Quando as cláusulas elevadas passaram a ser praticadas noutros emblemas que não o Sporting, a doutrina divide-se entre aqueles que, há uns tempos, não se pouparam nas criticas: temos os que se abstêm de voltar a expressar a sua discordância, e temos os que as celebram. Para estes últimos, é uma forma de o clube passar uma mensagem para o mercado, de demonstrar confiança nos jogadores, e uma fonte de inspiração para os colegas. O único risco? Os jogadores poderão deslumbrar-se. Esqueçam os reféns e a desproporcionalidade entre o salário e o valor da cláusula... são apenas "pérolas seguras".

As cláusulas que não se entendem




As cláusulas que se entendem



Foi bom o Benfica ter chegado às cláusulas de 80 milhões. Pode ser que o Sporting tenha agora alguma liberdade para poder determinar as suas cláusulas, sem ter que se sujeitar ao habitual coro dos indignados.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mais claro do que isto é impossível - parte 2

No essencial, não vejo grandes diferenças entre o jogo que o Sporting fez em Guimarães e o jogo que o Benfica fez em Istambul. O Besiktas é uma equipa mais forte, como é evidente, mas nem num caso nem noutro se pode, de forma alguma, desperdiçar uma vantagem de 3-0. Consequências: o Sporting perdeu 2 pontos num campeonato que ainda tinha, na altura, 27 jornadas por disputar; o Benfica perdeu 2 pontos que teriam garantido o apuramento para a fase seguinte, tendo agora que se sujeitar a uma autêntica final frente ao Nápoles, que ditará o seu destino na competição. 

Seria de esperar, portanto, que as reações aos dois jogos, na perspetiva das equipas que perderam a vantagem, fossem semelhantes. Certo? Errado. Apesar de estarem apenas separados no tempo por cinco semanas, há quem consiga fazer análises e conclusões bem diferentes.

Como não posso conceber que essas diferenças de opinião se explicam por determinadas preferências clubísticas do escriba - que tem o dever da imparcialidade -, só posso assumir que teve a ver com o dia da semana em que os desaires sucederam: deve ser mais grave estourar uma vantagem de 3 golos num sábado do que numa quarta-feira.

Aos sábados: "As duas caras do leão - o filme de Guimarães é um pesadelo que o Sporting terá muita dificuldade em gerir"


Às quartas: "Há empates que vêm por bem - a primeira parte foi tão impressionante que deveria ser mostrada nas escolas de futebol"


"Às vezes é bom voltar a sentir o chão"... isto devia passar a fazer parte da letra do "Always look on the bright side of life".

#ForçaChape


Mais claro do que isto é impossível - parte 1

Há cerca de um ano e meio, a seleção portuguesa esteve presente no Europeu sub-21. A participação foi muito meritória, tendo a seleção acabado por cair na final, frente à Suécia. O futebol praticado pela equipa de Rui Jorge foi de luxo, e, como consequência natural, vários jogadores portugueses foram incluídos no onze ideal do torneio. Um deles, inclusivamente, foi considerado o melhor jogador da competição (William Carvalho, para quem não se lembra).

Entretanto, esses jovens jogadores portugueses continuaram a evoluir, afirmando ou consolidando a sua importância nos clubes que representam. Ontem, a UEFA publicou uma análise à evolução dos jogadores que participaram nessa competição, formando um onze com os atletas que, ao longo desse ano e meio, mais deram nas vistas. Nesse onze, a UEFA elegeu quatro jogadores que representaram a seleção portuguesa, e um jogador estrangeiro que joga em Portugal. 

Agora a pergunta: se trabalhassem num jornal desportivo português, como dariam a notícia?

Pois bem, o jornal A Bola decidiu dá-la desta forma:


Destacaram Lindelof, pois claro. Os quatro portugueses não tiveram direito a serem mencionados pelo nome. Mais tarde, percebendo a magnitude do título escolhido, corrigiram.


É uma coisa sem importância, mas, precisamente por ser uma coisa sem importância, revela bem como estão formatadas aquelas mentes. Benfica über alles, mesmo que no alles esteja a seleção do seu próprio país.

Tenham vergonha.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Tanque

Outra das boas exibições da noite de sábado foi a de William Carvalho. Está num bom momento de forma: fisicamente muito forte e muito seguro na condução, teve 100% de sucesso nos 6 dribles que tentou (apenas Gelson conseguiu mais, 7 em 8 tentados) e ganhou todos os duelos aéreos em que esteve envolvido.

Depois de ter sido o jogador do Sporting que mais correu contra o Real Madrid, mais uma partida em que demonstrou elevada disponibilidade física. E ainda deu para fazer um sprint de um lado ao outro do campo aos 94 minutos...

The Gelson Martins Show: Bessa edition

Começa a não haver adjetivos que cheguem para descrever o impacto de Gelson Martins no jogo. É verdade que tem contrato até junho de 2021 e uma cláusula de 60M, mas já fez o suficiente para merecer um aumento salarial considerável. Renove-se com ele e aumente-se a cláusula: 60 milhões começa a não parecer um valor inatingível.

Contra o Boavista, mais uma grande exibição. Aqui ficam alguns momentos de Gelson no sábado:

domingo, 27 de novembro de 2016

Tão grande como os maiores da Europa!

Foi num ambiente frenético que o Sporting garantiu o resultado que lhe permitirá marcar presença na Final Four da UEFA Futsal Cup. Empate a 3 contra o Dynamo (com golos de João Matos, Diogo e Cavinato), num jogo intenso que sofreu várias reviravoltas no marcador, mas, no final, o Sporting teve a frieza necessária para segurar o resultado que lhe permitirá, no final de abril, contra o Ugra, Kairat Almaty e Inter Movistar, lutar pela concretização de um sonho que nos foge há muito: o título de campeão europeu em Futsal.


Uma vitória para acabar com traumas recentes

Depois do afastamento da Liga dos Campeões, e face à desvantagem pontual para o Benfica no campeonato, era absolutamente imperioso que o Sporting saísse do Bessa com os três pontos no bolso. A tarefa era tudo menos fácil: num campo complicado (onde, há um ano, perdemos dois pontos), contra uma equipa muito batalhadora (apesar de muito desfalcada), que tentou desgastar o Sporting, desde o início, através de uma pressão intensa, de forma a tentar tirar proveito da ressaca do esforço dispendido contra o Real Madrid.

Convém não esquecer que o Boavista - que é sobretudo vista como uma equipa de pinos caceteiros -, estava, à partida para esta jornada, na metade de cima da classificação, já não perdia há 5 jogos (quando se deslocou ao Dragão), e é orientada por um bom treinador, Miguel Leal.

O Sporting soube impor-se desde cedo, foi a única equipa que causou perigo, e poderia ter vencido confortavelmente caso a eficácia na finalização tivesse sido superior. O único período de maior preocupação veio com a (incorreta, a meu ver) expulsão de Rúben Semedo, aos 83', mas o Sporting soube, então, adaptar-se às circunstâncias - revelando uma faceta que ainda não tinha demonstrado esta época: soube ser uma equipa cínica, usando, para variar, o antijogo em seu favor.

Uma vitória duplamente importante: pelos pontos conquistados, obviamente, mas também porque a equipa estava a precisar de ganhar um jogo em que fosse obrigada a sofrer até ao fim - para ajudá-la a ultrapassar traumas recentes de golos sofridos ao cair do pano.





A linha avançada, na primeira parte - Jesus optou (finalmente) por colocar Campbell no apoio a Dost, com Bruno César encostado à esquerda e Gelson a semear o caos pela direita. Foi uma aposta ganha, o que não é uma propriamente uma surpresa: estes quatro elementos têm demonstrado ser os melhores da equipa para cada uma destas posições. A mobilidade desta linha complicou as tentativas de marcação do Boavista, e, a partir dos 15 minutos, o domínio sportinguista foi avassalador, sucedendo-se as oportunidades e adivinhando-se o golo, que acabaria, finalmente, por surgir aos 25', após uma grande jogada de Gelson para uma bela finalização de Bas Dost. Já antes Dost tinha atirado ao poste, após bom entendimento com Campbell, e Gelson (que exibição!) tinha falhado o golo, na cara de Agayev, após grande passe de Dost. É verdade que, na segunda parte, o rendimento ofensivo caiu um pouco e as oportunidades foram mais espaçadas - destacando-se mais um grande trabalho de Gelson a servir Bruno César, para um remate à barra -, mas creio que Jesus encontrou finalmente o melhor onze.

Um Adrien para 90+90 minutos - pode-se perceber agora que, até à lesão, estávamos perante um Adrien a 70% da sua capacidade física. A paragem forçada pela lesão contraída em Guimarães permitiu uma intervenção cirúrgica para resolver um outro problema que o impedia de estar a 100% - eram notórias as dificuldades a partir dos 60 minutos, obrigando a uma gestão cuidadosa de esforço -, e, nesta semana, o capitão teve uma prova de fogo, que superou plenamente: foram 90 minutos de intensidade máxima frente ao Real Madrid, e, quatro dias depois, novos 90 minutos de grande qualidade, sobretudo defensiva. Se o Boavista não criou qualquer perigo em lances de contra-ataque, deve-se muito à rapidez com que Adrien cortou muitas dessas iniciativas. Justiça seja feita, ajudou o facto de estar acompanhado por um grande William Carvalho, que também fez uma excelente exibição.

Uma vitória para dar confiança - é evidente que teria sido melhor vencer por 3 ou 4, caso tivéssemos concretizado as ocasiões flagrantes de que dispusemos, mas também estávamos necessitados de ganhar um jogo apertado e em condições adversas, para ajudar a ultrapassar os resultados que deixámos escapar nos últimos minutos contra o Real Madrid (por duas vezes) e V. Guimarães. Perante a contrariadade da expulsão de Semedo, a equipa manteve-se tranquila e lúcida, como se pôde comprovar pela... (avancemos para o próximo ponto)

Excelente gestão dos últimos minutos - depois de Rúben Semedo ter sido expulso, o Sporting praticamente não permitiu que se jogasse mais. Não é bonito de se ver, mas a equipa fez aquilo que tinha a fazer, perante uma vantagem tangencial no marcador e a desvantagem numérica a que ficou sujeita para os últimos dez minutos de jogo. Rúben adiou o mais possível a saída de campo - o suficiente para que Paulo Oliveira pudesse entrar ainda antes da marcação do livre -, tivemos as clássicas câimbras do guarda-redes, demora na reposição da bola em jogo, e aproveitaram-se todas as oportunidades em posse para conduzir a bola para junta das bandeirolas de canto opostas à baliza de Rui Patrício e mantê-la lá tanto tempo quanto possível. Neste departamento, estiveram particularmente bem Marvin Zeegelaar e Bryan Ruiz, que queimaram metade dos cinco minutos de descontos em sucessivos cantos e lançamentos laterais. Fazia falta esta ratice. A repetir sempre que se registarem circunstâncias idênticas.

Last, but not the least - mais atrás, de registar o bom jogo de Coates (o que é um hábito) e de Marvin Zeegelaar. Em relação ao holandês, parece estar a recuperar a confiança perdida. Já tinha feito uma boa exibição contra o Real, e repetiu-a hoje. A insistência de Jesus no holandês parece estar, finalmente, a dar frutos.



"Pôs-se a jeito", o #@$%*& - foi muito ouvido por aí, no rescaldo do jogo com Real Madrid: o João Pereira não fez nada, mas pôs-se a jeito. E já adivinho que, com Rúben Semedo, muita gente volte a ter a mesma opinião - "não acertou no outro, mas já tinha amarelo, pôs-se a jeito". Lamento, mas não estou de acordo. Rúben Semedo entra de forma impetuosa, sim, mas em momento algum coloca em risco a integridade física do adversário, que não estava assim tão próximo. Pôr-se a jeito é quando se faz efetivamente algo que justifique a punição, porque os árbitros estão lá para fazer cumprir as leis. Jogo perigoso, sim, mas apenas isso. Quando um jogador não faz nada que justifique um cartão, não se está a pôr a jeito, está a... jogar. Aos 3', Carlos Santos cortou um ataque mais que prometedor com um pisão perigoso no calcanhar de Gelson (até o descalçou):



Carlos Santos "pôs-se a jeito" para jogar 87 minutos sem margem para se "pôr a jeito" outra vez, mas, para sua felicidade, Fábio Veríssimo não viu aqui qualquer motivo para cartão. Carlos Santos, que, por acaso, acabaria por ver mesmo um amarelo aos 30 minutos. O que aconteceu com Rúben Semedo não foi uma questão de "se pôr a jeito", foi apenas um caso evidente de dualidade de critérios (e existiram vários, durante os 90 minutos).



Missão cumprida, com o bónus adicional de ter valido o segundo lugar isolado, já que, de seguida, o Porto empataria em Belém. O ciclo infernal continua já esta quarta-feira, num jogo em Alvalade - que se prevê quentinho -, para a Taça da Liga, contra o Arouca.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Sporting 16 - Targu Mures 1

Com a vitória do Dynamo sobre o Gyor por 5-1, o Sporting necessitava de vencer por 12 golos para se superiorizar aos russos no goal average, importante para garantir que o empate nos serve na última jornada. A vantagem de 3-0 que o Sporting levou para o intervalo, frente ao Targu Mures, indiciava que seria complicado ultrapassar os russos na classificação. No entanto, a equipa fez uma segunda parte absolutamente arrasadora, marcando 12 golos nos primeiros 15 minutos, colocando-se, assim, na primeira posição do grupo.

Os golos foram marcados por Marcão, Diogo (3), Dieguinho (2), Varela (3), Déo, Fortino (3), Cavinato (2) e Pedro Cary.

Aqui ficam os segundos finais, altura em que o Sporting decidiu abrandar o ritm-- não abrandou nada, marcou mais um golo.


A última vez que o Sporting ganhou 16-1 numa competição organizada pela UEFA... ganhou o troféu. Que a história se volte a repetir.

A facilidade (ou não) com que se mostram cartões na Liga NOS

O Pawn_pt (o autor do artigo sobre as estatísticas da eficácia dos guarda-redes que coloquei na semana passada) recolheu dados estatísticos interessantes sobre a facilidade (ou falta dela) que os árbitros têm no momento de puxar do cartão contra as equipas da Liga NOS. Organizou os dados num quadro com o número de faltas que cada equipa comete e sofre, em média, para cada cartão amarelo visto ou exibido ao adversário, para todas as equipas da Liga NOS, referente às 10 primeiras jornadas. Fez também um segundo quadro com a diferenciação entre os jogos em casa e os jogos fora.

Em primeiro lugar, como qualquer trabalho desta natureza, existem fatores que não são levados em consideração. A gravidade das faltas cometidas, a propensão disciplinadora de cada árbitro, ou mesmo a agressividade com que cada equipa joga. Mas não deixa de ser possível retirar daqui alguns padrões, considerando aquilo que se conhece de cada uma das equipas, do seu poderio e da sua forma de jogar.

Ainda antes de mostrar os quadros, começo por fazer um comentário sobre os números do Sporting: vão ao encontro daquilo que esperava, ou seja, os cartões saem muito mais facilmente para os jogadores do Sporting do que para os seus rivais. Qualquer sportinguista mais atento aos jogos da sua equipa já reparou nisso. É particularmente evidente, por exemplo, no primeiro cartão mostrado em cada partida: quantas vezes não aconteceu já, esta época, quando é o adversário a cometer a primeira falta dura, o árbitro fazer aquele sinal de "não vou permitir mais isto", adiando a exibição do cartão?; no entanto, se é um jogador do Sporting a cometer a primeira falta dura, o normal é sair logo amarelo. Tem sido assim na maioria dos jogos do Sporting.

O que não esperava é que os números fossem... tão claros.

Começando pelo quadro que inclui todos os jogos:


FC Team: faltas cometidas pela equipa
FC Opp: faltas cometidas pelo adversário
Am. Team: cartões amarelos exibidos à equipa
Am. Opp: cartões amarelos exibidos ao adversário
FC/A Team: média de faltas cometidas por cada cartão amarelo 
FC/A Opp: média de faltas sofridas para cada cartão amarelo exibido ao adversário
FC/A Team-Opp: diferencial entre as duas médias anteriores

Como se pode ver, o Sporting é, dos 18 clubes em competição, o segundo que pior diferencial tem, o que é um contrassenso face ao que seria expectável para uma equipa que, normalmente, tem um volume ofensivo muito superior ao dos seus adversários. O Sporting vê um amarelo em cada 6,4 faltas cometidas, mas os adversários precisam de fazer 9,4 faltas para verem um amarelo. Em toda a liga, apenas o Arouca se aproxima ao Sporting em relação a esta disparidade. No espectro oposto está o Porto, que vê um amarelo a cada 10,6 faltas cometidas, mas cujos adversários apenas precisam de fazer 5,2 faltas para ver um amarelo.

Fazendo a separação entre jogos em casa e fora, os números ficam organizados da seguinte forma:


FC Team: faltas cometidas pela equipa
FC Opp: faltas cometidas pelo adversário
Am. Team: cartões amarelos exibidos à equipa
Am. Opp: cartões amarelos exibidos ao adversário
FC/A Team: média de faltas cometidas por cada cartão amarelo 
FC/A Opp: média de faltas sofridas para cada cartão amarelo exibido ao adversário
FC/A H-A: diferencial entre as duas médias anteriores

Em média, as equipas que jogam em casa necessitam de fazer 7,62 faltas (no quadro está arredondado para 8) para ver um amarelo, enquanto que as equipas que jogam fora necessitam de fazer 7 faltas para ver um amarelo.

Quer enquanto equipa visitada, quer enquanto equipa visitante, o Sporting apresenta diferenciais negativos semelhantes, ou seja, não há uma grande diferença de tratamento dos árbitros em função do terreno em que o Sporting disputa os seus jogos. Só há, na realidade 3 desvios enormes em relação à média: o Estoril, quando joga fora, é imensamente penalizado, enquanto que o Benfica (que viu apenas 1 amarelo em 43 faltas cometidas enquanto equipa visitada) e o Porto (3 amarelos em 55 faltas), quando jogam em casa, têm diferenciais positivos avassaladores.

Golos do Sporting 4 - Gyor 1

O Sporting estreou-se na UEFA Futsal Cup com uma vitória por 4-1 sobre o Gyor, com os golos a serem marcados por Cavinato, Diogo, Dieguinho e João Matos.


Hoje defrontamos o Targu Mures, que ontem perdeu com o Dynamo por 11-1. Será importante, portanto, que o Sporting goleie o campeão romeno - que é, teoricamente, a equipa mais fraca do grupo -, de forma a tentar obter a vantagem de goal average, para que um empate seja suficiente no jogo com os russos, na última e decisiva jornada.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Sorteio da Taça de Portugal: V. Setúbal - Sporting

Deslocação complicada a Setúbal. Curiosamente, defrontaremos o Vitória por duas vezes, no espaço de 10 dias. Em janeiro, o Sporting também jogará no Bonfim para a Taça da Liga.


Ainda sobre os 10 anos de Rui Patrício

Vale a pena ver a peça feita pela Sporting TV.

#DiaDeSporting: começa a ronda de elite da UEFA Futsal Cup

Começa hoje a participação do Sporting na ronda de elite da UEFA Futsal Cup, contra os húngaros do Gyor, às 20h30. 

A lotação do pavilhão de Odivelas está praticamente esgotada, o que significa que voltaremos a ter um forte apoio, fundamental para ajudar a equipa a seguir na rota de um dos grandes objetivos da época. Que seja uma repetição do fantástico ambiente que existiu há dois anos.

Deixo, de seguida, um vídeo com as declarações de Nuno Dias, dos restantes treinadores do grupo, e ainda de Miguel Albuquerque.



O Sporting defrontará os romenos do Targu Mures na quinta-feira, às 20h30, e fechará a ronda no domingo com o confronto com o adversário teoricamente mais forte, o Dynamo, às 17h.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Karma II

Rui Gomes da Silva, também no final do V. Guimarães - Sporting.


Karma

O empate do Benfica apenas me interessa na medida em que não poderá poupar jogadores contra o Nápoles, que é o jogo que antecede o dérbi. Mas é sempre giro recordar o que um certo ex-VP do Benfica escreveu quando o Sporting empatou em Guimarães.


Oh não, mais uma notícia sobre novos investidores e VMOC's!

Tempos a tempos, temos de voltar ao mesmo. Quando o fumo do carvão anterior lançado sobre o Sporting começa a dissipar-se, e não havendo nada de novo para introduzir na discussão mediática, tenta-se recuperar temas antigos sob uma capa nova.


Oh não, outra vez a venda de 21% da SAD!

Refiro-me às notícias divulgadas no início desta semana sobre o facto de o Sporting estar vendedor de uma parte da SAD. Na segunda-feira, na TVI24, Sousa Martins iniciou o programa Prolongamento da seguinte forma:


"Sporting tem 21% do capital da SAD à venda!". Bombástico! Fiquei a saber, entretanto, que este tema já tinha sido noticiado, horas antes, no Jornal das 8 da TVI, como destaque das notícias de desporto. Primeiro falaram na questão do investidor, e só depois falaram no Sporting - Real Madrid. Estranha escolha de prioridades: a TVI optou por dar maior destaque à venda de 21% do capital da SAD do que do grande jogo que estava marcado para o dia seguinte.

Aqui fica, para quem não teve oportunidade de ver:


Só há duas hipóteses para explicar esta peça: ou os jornalistas da TVI andam a dormir, ou então foi mais uma encomenda vinda do sítio do costume. É que esta entrada de capital não tem nada de novidade: está prevista na reestruturação financeira acordada entre Sporting e banca, onde ficou definido a realização de um aumento de capital de 38 milhões - 20 milhões da Holdimo, pela troca de passes de jogadores, e 18 milhões de um novo investidor, através da entrada de dinheiro na SAD.

Este requentamento de notícias que se tentam fazer passar por novidades começa a ser uma praga: esta mesma operação de venda de 21% do capital da SAD já tinha sido requentada pelo Expresso... em junho de 2015!


Nada de novo nesta "notícia" da TVI, portanto. A única pergunta que fica no ar é: de onde é que veio a ordem para fazerem esta peça?


Oh não, outra vez as VMOC's

Na terça-feira, o Sporting emitiu uma nota de imprensa para (mais uma vez) esclarecer as "notícias" do dia anterior. Infelizmente, colocaram um quadro que acabou por levantar mais perguntas do que aquelas que esclareceu.


O quadro é perfeitamente claro, mas foi de uma enorme insensatez ter-se colocado a parte das VMOC's tal como está.

Em primeiro lugar, a situação atual é a seguinte: o Sporting emitiu 135M em VMOC's - 55M na primeira emissão e 80M na segunda emissão. Desses 135M, o Sporting só pode recomprar 44M, conforme foi divulgado no primeiro R&C da SAD após a reestruturação.



Ou seja, isto significa que o Sporting nunca recomprará 91 milhões (135 - 44) das VMOCs que, findo o prazo, serão convertidas em ações da SAD. Daí que, na última coluna do quadro, se possa ver que a banca ficará com 91 milhões de euros em ações.

Nada de novo, portanto.

Aquilo que lança mais confusão, neste caso, é a terceira emissão de VMOCs, no valor de 55 milhões. No entanto, também isto já estava previsto na reestruturação financeira:


Como se pode ver, esta terceira emissão de VMOCs já estava prevista, e servirá, no caso de vir efetivamente a acontecer, para pagar as primeiras VMOCs. Na prática, é apenas uma forma de estender o prazo das primeiras.

A única grande questão que me parece estar em aberto - e que também não é novidade nenhuma - é: para manter a maioria do capital da SAD, o clube terá de entrar com 99 milhões na altura em que as VMOCs forem convertidas em capital. Qual é o plano da direção do clube para concretizar esta operação?

P.S.: esta é a minha interpretação em função do que conheço sobre o assunto e daquilo que foi publicado nos últimos dias. No entanto, a SAD deve prestar esclarecimentos adicionais que dissipem as dúvidas criadas pelo quadro que foi enviado para a imprensa.

P.S. 2: de relembrar que a questão da maioria da SAD é, sobretudo, simbólica, devido à existência de 2 categorias de ações. 

As ações de categoria A só podem ser detidas pelo clube, têm poder de veto sobre todas as decisões tomadas em AG, incluindo a nomeação da administração da SAD, alterações de estatutos e aumentos de capital. 

As ações de categoria B são aquelas detidas por outros acionistas. Se o Sporting vender ações de categoria A a outros acionistas, estas transformam-se automaticamente em ações de categoria B. As ações de categoria B têm outra restrição: nenhum acionista, independentemente da percentagem de capital que possua, pode ter um peso superior a 10% nas votações da AG da SAD. Por outro lado, acionistas que tenham 10% ou mais do capital têm o direito de nomear um elemento para o Conselho de Administração da SAD.

Um filme já visto

A receção ao Real Madrid foi uma reprodução fiel daquilo que tem sido a prestação do Sporting na edição deste ano da Champions: a equipa foi competente e combativa, e jogou, na esmagadora maioria do tempo, de igual para igual contra um adversário temível, mas faltou, em determinados momentos decisivos, o killer instinct e/ou serenidade que poderiam ter ajudado a escrever um final mais feliz do que o que se registou.

No entanto, não tenho nada a apontar a Jesus e aos jogadores: a equipa jogou de forma ambiciosa e construiu (mais uma vez) o suficiente para alcançar um resultado melhor. Não o conseguimos por algumas falhas próprias, é certo, mas também porque o árbitro não ajudou, e porque defrontávamos aquela que é, simplesmente, a melhor equipa do mundo - atual campeão europeu e líder destacado da liga espanhola -, que veio a Alvalade com a consciência de que um mau resultado lhe poderia causar grande incómodo.

Foto: @BryandeBrito_04



A dupla de centrais - frente a jogadores a quem não se podia dar um milímetro de espaço, Coates e Semedo não facilitaram e realizaram uma exibição de grande qualidade. Só não foi perfeita por causa do golo de Benzema, numa jogada em que o francês conseguiu fugir à marcação de Coates para cabecear para o fundo das redes de Rui Patrício. Mas, convenhamos, não sei quantos centrais no mundo conseguiriam evitar este golo: o cruzamento, a desmarcação e a finalização foram perfeitos.

A diferença de ter Adrien - não fez uma exibição imaculada, com uma ou outra perda de bola em locais complicados, mas é fácil perceber tudo aquilo que acrescenta ao coletivo com a sua presença tentacular e a sua raça. Converteu, de forma exemplar, o penálti que igualou a partida, e foi buscar a bola ao fundo das redes porque ainda queria ganhar o jogo. Mais uma grande exibição de um verdadeiro líder. 

O ambiente em Alvalade - estiveram presentes 50.046 espectadores - um recorde de assistência no novo Estádio José Alvalade -, que não se pouparam no apoio à equipa, do princípio ao fim. Grande, grande ambiente.



Killer instinct precisa-se - tem sido um problema nesta época e ontem voltou a sê-lo. Chamem-lhe falta de capacidade técnica, excesso de ansiedade, vontade em complicar ou, simplesmente, azar, mas voltámos a dispor de oportunidades suficientes para conseguir um resultado melhor. Não vale a pena estar a particularizar, porque são vários os jogadores que teimam em não tomar as melhores decisões quando as grandes oportunidades aparecem. Se já nos tem causado amargos de boca contra equipas teoricamente mais fracas, é evidente que, a este nível, tem tudo para ser fatal. E foi mesmo.

A expulsão de João Pereira - depois de ver várias vezes a repetição, continuo a não perceber o que viu a equipa de arbitragem para expulsar o lateral português. Um amarelo para cada lado seria aceitável, apesar de a coisa se poder resolver com um aviso. Um amarelo para um e um vermelho para outro, não só é incompreensível, como também poderá ter sido decisivo para o desfecho final da partida. Infelizmente, é uma situação que o Sporting conhece demasiado bem, face ao que se tem passado nas nossas recentes participações na Liga dos Campeões.



Na última jornada, o Sporting lutará com o Legia pela vaga que dá acesso à Liga Europa. Obviamente que, apesar do ambiente hostil que nos espera, temos obrigação de sair da Polónia com uma vitória. O facto de ser um jogo que se disputará em vésperas de dérbi não ajuda, é certo, mas não poderão existir poupanças. São dois jogos em que o Sporting terá, obrigatoriamente, de fazer tudo para vencer. Até lá, não há motivos para depressões: contra adversários de top mundial - excetuando a primeira parte com o Dortmund em Alvalade - a equipa tem feito excelentes exibições e demonstrado muita qualidade. Agora é tempo de mudar o chip para o jogo com o Boavista.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O onze para o Real


Youth League: decisão adiada para a última jornada

Com a derrota do Sporting frente ao Real por 1-3 e com o empate a 3 entre Dortmund e Légia, a decisão sobre o 2º classificado no grupo é adiada para a última jornada. O Sporting mantém-se em segundo, e depende apenas de si próprio para se apurar: a vitória será suficiente, e, eventualmente, o empate também poderá chegar, caso o Dortmund não vença em Madrid.

Real Madrid: 13 pontos
Sporting: 6 pontos
Borussia Dortmund: 5 pontos
Legia: 2 pontos

"Made in Sporting": a reportagem do New York Times sobre a formação do Sporting

Vale a pena ler esta deliciosa reportagem de Rory Smith (@RorySmith) para o New York Times sobre a formação do Sporting. O artigo original, em inglês, pode ser lido aqui (LINK).



"Made in Sporting: a Academia do clube de Lisboa mostra como se destaca


Jovens jogadores de futebol treinam na produtiva Academia do Sporting em Alcochete, Portugal

Segundo a forma como a história é contada no Sporting, nem sequer foi preciso ver Cristiano Ronaldo jogar para perceberem que ele era especial. Foi suficiente vê-lo com a bola nos pés, e à demonstração do magistral controlo em cada toque dado pelo sossegado e lingrinhas rapaz de 12 anos.

Basicamente, toda a gente do Sporting conhece a história, que hoje faz parte do folclore do clube; basicamente, toda a gente conta a história da mesma forma, com uma cadência e um elenco de personagens que parece saído do Natal. Uma história em que até entram três homens sábios.

Em 1997, o presidente de um núcleo do Sporting na ilha da Madeira entrou em contacto com Aurélio Pereira, o diretor de recrutamento de jovens do clube de Lisboa. Havia, dizia ele, um rapaz prodigiosamente talentoso nas equipas jovens do Nacional, um dos três clubes profissionais da capital da ilha, Funchal.

Pereira, astuto e bigodudo, rapidamente enviou um olheiro para avaliar o que lhe tinham transmitido. O prodígio em questão iria participar num torneio pelo Nacional. Quando o emissário do Sporting chegou, no entanto, descobriu que o seu alvo não iria ser utilizado. Encontrou-o, ao invés, fora de campo, junto à linha lateral, sozinho com uma bola, absorvido a praticar o seu repertório de toques e fintas. Observou-o durante um bocado.

Ele não sabia na altura, claro, que Ronaldo viria a tornar-se num dos melhores jogadores da históra, vencedor de três Bolas de Ouro, vencedor de três Ligas dos Campeões, campeão da Europa por Portugal e, durante algum tempo, o jogador mais caro do mundo. Mas sabia o suficiente. O olheiro avisou Pereira e disse-lhe para convidar Ronaldo a deslocar-se imediatamente a Lisboa para um teste.

Quase 20 anos após a chegada de Ronaldo - e 13 após a sua partida -, o Sporting continua tremendamente orgulhoso de tudo o que Ronaldo alcançou. A sua imagem está estampada num mural junto aos balneários, no interior do Estádio José Alvalade, e os adeptos do clube irão proporcionar-lhe uma generosa receção quando ele entrar em campo pelo Real Madrid, contra o Sporting, na Liga dos Campeões, na terça-feira. Ele não terá quaisquer dúvidas sobre o quanto significa para eles.

Da esquerda para a direita, Luís Martins, o coordenador técnico de Alcochete; Aurélio Pereira, o diretor de recrutamento do Sporting; e Virgílio Lopes, o diretor de Academia, regularmente recebem visitantes interessados no segredo para produzir jogadores de topo.


A uma hora de distância, no gabinete de Aurélio Pereira na Academia de Alcochete, a reverência é semelhante. As paredes estão cheias de imagens de Ronaldo, e duas camisolas assinadas, dos seus tempos no Manchester United, estão penduradas atrás da secretária do diretor. Pereira ainda vasculha as suas memórias com alegria.

Ele lembra-se de dar uma palestra à equipa, e olhar para o seu lado e reparar em Ronaldo, aborrecido e impaciente, a fazer malabarismos com uma garrafa de água com os seus pés. Lembra-se das noites em que Ronaldo e o seu amigo José Semedo saltavam o muro e entravam no ginásio para fazer uns improvisados - e estritamente proibidos - treinos de pesos.

A sua memória predileta é, no entanto, aquela que envolve um semáforo na Praça do Marquês de Pombal. "Foi perto do sítio onde os jogadores mais novos costumavam viver," disse Pereira numa entrevista na sexta-feira. "Ronaldo ia para o semáforo. Havia uma estrada inclinada logo ao lado. Ronaldo atava pesos às suas pernas, e esperava que o sinal passasse para verde. Depois ele fazia corridas contra os carros pela estrada acima."

No escritório de Pereira, na Academia do Sporting em Alcochete, está pendurado um quadro que contém fotografias de jogadores com quem trabalhou ao longo dos anos

Mas se Ronaldo pode ter um destaque significativo aqui, não é o único jogador cuja fotografia está presente nas paredes do escritório. Dúzias de outros jogadores estão presentes, também: fotos amarelecidas de Paulo Futre e Luís Figo, imagens mais recentes de Nani e Simão Sabrosa, bem como impressões frescas da vitoriosa equipa portuguesa no Euro 2016, a maioria dos jogadores a cores, e um punhado em tons de cinzento.

Todos no Sporting sabem o motivo, também: dos 14 jogadores que Portugal usou na final contra França, 10 são "made in Sporting".

Ronaldo é o maior achado de Aurélio Pereira, mas está longe de ser o único. Alcochete, como é conhecida a Academia do Sporting, é considerada, pelo International Center for Sports Studies, como uma academia mais produtiva que as do Barcelona, Real Madrid e Manchester United.

O escritório de Pereira também tem outras relíquias como, da esquerda para a direita, a camisola de Ronaldo do Manchester United, a camisola de Nani do Manchester United, e a camisola de Ronaldo do Real Madrid.

Numa métrica, apenas três clubes (Ajax, Partizan Belgrado e Dinamo Zagreb) têm mais jogadores formados a alinhar nos principais escalões de futebol na Europa que o Sporting. A história de como Ronaldo foi para Lisboa pode ser contada como um conto de fadas, mas lê-se melhor como um case study daquilo que, exatamente, faz o Sporting distinguir-se.

"Não temos quaisquer segredos," disse Virgílio Lopes, o diretor da Academia. Os seus atos sustentam as suas palavras: clubes de todo o mundo visitam regularmente o Sporting para descobrir o que está por trás da sua taxa de sucesso. São recebidos por Lopes, Pereira e Luís Martins, o coordenador técnico de Alcochete.

"Dizemos-lhes tudo o que podemos," disse Virgílio Lopes. "Bem, nós dizemos-lhes quase tudo o que podemos."

Detalham, por exemplo, a atmosfera que tentam criar: jogadores com liberdade, não enjaulados, segundo uma analogia de criação de frangos de Aurélio Pereira. "Eles são jovens que jogam futebol; não são apenas pequenos futebolistas,", acrescentou Lopes. "Não queremos que sejam profissionais aos 14 anos. Queremos que ainda sejam profissionais aos 29."

Jogadores começam, a juntar-se para uma sessão de treino na Academia do Sporting em Alcochete.

Eles dizem-lhes para se manterem fiéis ao que fazem, ao que sempre fizeram, em vez de mudarem. E também mostram os seus modelos de treino, explicando como tudo é adaptado ao indivíduo. "Identificamos os pontos fortes e fracos de cada jogador", disse Martins. "Cada jogador necessita de coisas diferentes, por isso mudamos os planos de treino para refletir isso."

Isso aplica-se ao ginásio, onde cada jogador tem um plano físico, e no campo. "Se um jogador está a ter dificuldades em fazer bons passes, nós alteramos o seu treino," disse Martins. Os técnicos do Sporting também incorporam elementos menos tradicionais. "Jogamos futebol-squash e foot-vólei usando as paredes," disse Martins. "Ajuda-os com a tomada de decisão."

Não existe um template ao estilo do Barcelona para um determinado sistema ou forma de jogar. "Não achamos isso importante," disse Martins. "As coisas vão ficando mais complexas à medida que crescem. Necessitam de saber jogar em diferentes cenários porque é isso o que os profissionais têm de fazer."

Há apenas uma coisa que eles não contam aos seus visitantes, a coisa que toda a gente no clube identifica como a sua principal vantagem, a sua maior arma. "O recrutamento é o primeiro passo," disse Martins. E ninguém, como ele sabe, é melhor no recrutamento do que o Sporting, tal como a parábola de Cristiano Ronaldo demonstra, porque ninguém mais pode telefonar a Pereira.

Um veterano há 50 anos no Sporting - como jogador, treinador e agora olheiro - Pereira foi o homem responsável por criar o departamento de recrutamento jovem do clube, em 1987. Construiu uma base de dados com os mais talentosos jovens jogadores em Portugal, ao escrever a cada um dos sócios do Sporting no país, todos os 96.000, e pedindo-lhes para recomendarem talentos existentes na sua zona.

Uma vez reunidas as respostas, começou por tentar obter mais informação. "Falei com treinadores, árbitros, bombeiros, polícias, sobre os mais promissores," disse. "Trouxemos os melhores a Lisboa para treinar. Foi assim que nos tornámos o primeiro clube do país a organizar scouting de jovens a um nível nacional."

Também tem a ver, claro, com a construção de uma rede tão fiável que, ao ouvir falar de um prometedor jovem de 12 anos de uma ilha mais próxima da costa africana do que de Lisboa, o presidente de um núcleo pôde escrever ao quartel-general aconselhando-os que o observassem. Tem a ver com a forma como apurou a identificação de jogadores, que permitiu que um olheiro nem precisasse de o ver jogar para perceber que valia a pena acompanhá-lo. E tem a ver como construiu um sistema que descobriu não só Ronaldo, mas todos aqueles que o antecederam, e todos aqueles que continuaram a aparecer depois.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Rui Patrício nomeado para a Equipa do Ano da UEFA


Rui Patrício é um dos quatro guarda-redes em quem se pode votar para a equipa do ano da UEFA, juntamente com Buffon, Navas e Oblak. Mais um justo e importante reconhecimento pela grande época que realizou. A votação decorre no site da UEFA, aqui: LINK.

Sete questões sobre a alteração da contabilização dos títulos

Já muito foi escrito e debatido sobre a questão dos títulos, mas parece-me útil reunir uma série de questões que resumem as óbvias inconsistências na tese atual de juntar as ligas experimentais aos campeonatos nacionais e de ignorar os Campeonatos de Portugal. Aqui ficam as sete questões:

1. Se os clubes, jogadores e treinadores que venceram o Campeonato de Portugal entre 1922 e 1937/38 eram, na altura, reconhecidos unanimemente como campeões de Portugal ou campeões nacionais, com que direito (e com que Direito) é que alguém, posteriormente, lhes negou essa distinção?


2. Em complemento à questão anterior, se os clubes, jogadores e treinadores que venceram os Campeonatos da Liga experimentais, disputados entre 1934/35 e 1937/38, não eram, na altura, reconhecidos como campeões nacionais, com que direito é que alguém, décadas mais tarde, lhes atribuiu essa distinção?


3. Considerando que os Campeonatos da Liga experimentais disputados entre 1934/35 e 1937/38 eram vistos como uma prova secundária em relação aos Campeonatos de Portugal - com tudo o que isso implica em termos de compromisso por parte dos clubes que as disputaram -, como é que, décadas mais tarde, alguém lhes atribuiu a mesma importância de uma competição efetivamente prioritária?

4. Se, em 1938, os Campeonatos da Liga experimentais e os Campeonatos de Portugal se passaram a designar, respetivamente, Campeonato Nacional e Taça de Portugal, e se os segundos são o prolongamento dos primeiros, por que razão a FPF, na altura, decidiu começar a contar a partir do zero os títulos conquistados nas novas competições? E por que razão a FPF, em 2005, ao decidir somar os Campeonatos da Liga experimentais aos Campeonatos Nacionais, não fez o mesmo em relação aos Campeonatos de Portugal e às Taças de Portugal?

5. Quem defende a atual forma de contagem de campeonatos - adotada há cerca de 10 anos -, utiliza, como argumento principal, que a questão do formato da competição se sobrepõe ao significado que o Campeonato de Portugal tinha na altura. Se o formato é a questão principal e o significado é uma questão secundária, então por que motivo não se chama ao vencedor da liga atual "campeão em todos-contra-todos a duas mãos" em vez de "campeão nacional" ou "campeão português"?

6. Se o formato é uma questão assim tão importante, por que razão é que os defensores da atual forma de contagem de campeonatos - adotada há cerca de 10 anos - cometem a incongruência de colocar as duas Taças dos Clubes Campeões Europeus do Benfica e a Taça dos Clubes Campeões Europeus do Porto de 1987 - conquistadas numa altura em que eram disputadas em eliminatórias puras e de acesso exclusivo aos campeões nacionais da época anterior - ao mesmo nível dos atuais vencedores da Liga dos Campeões - competição com designação diferente, composta por equipas não necessariamente campeãs nacionais, e disputada num sistema diferente? Ou por que razão é que o Uruguai, campeão do mundo em 1950, é reconhecido como tal, apesar de se ter sagrado campeão numa poule final em que todos os participantes jogaram entre si, e não através de eliminatórias?

Assim se determinou o campeão do mundo em 1950

7. Quando a FPF decidiu alterar a contagem dos títulos, como decorreu esse processo? Quem tomou a iniciativa de o fazer? Com que motivação? Quem foi consultado? Quem foi envolvido na decisão?

Liga Allianz, 8ª jornada: Sporting 3 - Estoril 1

Vitória do Sporting sobre o Estoril que foi mais complicada do que à partida se esperaria, com o golo que deu a vantagem no marcador a surgir apenas aos 80'. 

Foto: José Cruz / Sporting
Os golos foram marcados por Matilde Figueiras, Tatiana Pinto e Patrícia Gouveia. Vale a pena ver o resumo, em particular pelo grande golo de Tatiana Pinto.

O Sporting alinhou com: Patrícia Morais; Rita Fontemanha, Bruna Costa, Matilde Figueiras  e Bárbara Marques; Fátima Pinto, Patrícia Gouveia e Tatiana Pinto (Constança Silva); Ana Capeta (Catarina Lopes), Diana Silva e Solange Carvalhas (Filipa Mandeiro).

No próximo domingo, o Sporting desloca-se a Ourém para defrontar o Atlético Ouriense.





Ordinário

O blogue Mister do Café publicou, recentemente, um vídeo em que José Nuno Martins faz comentários depreciativos sobre Rui Patrício:


Estas palavras de José Nuno Martins são um nojo autêntico. Não há outra forma de as classificar. Partindo de uma chamada de capa que O Jogo fez sobre os 10 anos de Rui Patrício na equipa principal do Sporting, o diretor do jornal O Benfica fez um ataque inqualificável a um jogador que, convém lembrar, foi considerado pela UEFA o melhor guarda-redes do Euro 2016. E teve essa distinção, obviamente, pela contribuição incontornável que teve para a maior conquista da história do futebol português. Ah, e é um dos nomeados para o Ballon D' Or. Coisa pouca.

Para quem "não gosta de falar nos outros", seria de esperar que revelasse menor prazer do que aquele que saltou à vista enquanto insultava um dos símbolos atuais do Sporting.

Poderia dizer que fiquei chocado com esta prestação de José Nuno Martins, mas não seria verdade. O homem é um ordinário. Relembro que já protagonizou episódios semelhantes num passado não muito distante: 


Outro bom exemplo é a forma como José Nuno Martins goza com um problema físico de Octávio Machado, que podem ver no Mister do Café (LINK). Quando chegamos a este ponto, fica tudo dito sobre a estrutura moral deste indivíduo.

Há que dizer, no entanto, que existe uma possível atenuante para este discurso mesquinho de José Nuno Martins. Não pude deixar de notar um certo arrastamento de voz, à medida que ia debitando alarvidade atrás de alarvidade. Pode ter sido apenas uma sobredosagem de anti-histamínicos por causa de alguma irritante alergia, mas as más-línguas das redes sociais dizem que já ia bem aviado de outro tipo de substâncias, daquelas mais líquidas. Nada mau, considerando que eram apenas 11 da manhã.

P.S. 1: Os conteúdos da BTV têm pouca divulgação, em virtude de ser um canal pago. Mas, mesmo assim, são vários os exemplos de programas e comentadores que dedicam uma grande do seu tempo a falar mal do Sporting. Uma pessoa pode apenas imaginar qual o nível de atenção dedicado ao Sporting na programação do canal. Não são apenas os paineleiros: o próprio canal de televisão parece não dar grande importância ao apelo do seu presidente.

P.S. 2: José Nuno Martins, pelo cargo que ocupa no Benfica, é uma figura suficientemente relevante para medir as palavras que diz, por uma questão da repercussão mediática que estas poderão ter. No entanto, esta barbaridade, tanto quanto me apercebi, não foi comentada em qualquer programa de debate de futebol. Imagine-se o que seria se fosse Rui Miguel Mendonça ou Nuno Saraiva a dizer, na Sporting TV, as mesmas palavras sobre um jogador do Benfica... de um especial CMTV não se livraria.

sábado, 19 de novembro de 2016

Dez anos de Rui Patrício


Dez anos de Rei Patrício. É um privilégio e um orgulho podermos contar com um guarda-redes, formado na Academia, que se tornou dos melhores do mundo na sua posição. Foram tantos os grandes momentos, que se torna difícil fazer um resumo que faça justiça ao seu percurso: a defesa de um penálti logo na sua primeira intervenção enquanto sénior, defesas míticas como aquela que fez no último minuto no City of Manchester, o golo marcado ao Twente nos descontos e que valeu um apuramento numa pré-eliminatória da Champions, a exibição do outro mundo que fez em Alvalade contra o Chelsea, o penálti defendido no final da Taça de Portugal que abriu caminho à conquista do troféu, ou o inesquecível europeu que lhe valeu a consagração internacional - melhor guarda-redes do torneio e nomeação para o Ballon d' Or - que lhe recusam em Portugal

Rui Patrício é já um símbolo do Sporting, e é uma questão de (pouco) tempo para se tornar o jogador que mais vezes envergou a listada na centenária história do clube.

E o que é o melhor de tudo isto? É que Rui Patrício tem apenas 28 anos, e vai agora entrar naqueles que costumam ser os melhores anos dos guarda-redes.

RUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUIIIIII!!!!!!












Títulos de campeão nacional de futebol

Escrito por Adolfo Sapinho no espaço Escrevem os leitores, do jornal Record (LINK).



Muito se tem discutido a questão dos "títulos" nacionais no futebol ao longo dos últimos tempos e ontem fomos brindados com uma capa do jornal "A Bola" que em vez de esclarecer, apenas vem adensar a polémica. Penso que o vosso jornal, na minha opinião o mais isento dos três jornais desportivos diários, poderia prestar um bom serviço a toda a comunidade que se interessa pelo tema e esclarecer definitivamente as pessoas, pois o que está em causa é essencialmente uma questão de português e da sua correcta interpretação.

E a questão é muito simples. Tudo depende do que se está a analisar, pelo que existem várias interpretações legítimas da contabilização dos "títulos".

Mas primeiro, alguns factos incontestáveis à luz da história:

1) O vencedor do Campeonato de Portugal foi sempre considerado à época, até à sua SUBSTITUIÇÃO, o campeão de Portugal, ou seja, o campeão nacional.

2) A I Liga, apesar de experimental (no sentido de aferir a viabilidade um campeonato de todos contra todos e esse campeonato passar a atribuir o título de campeão de Portugal) não deixa de ser uma competição oficial, e como tal deve contar para o palmarés dos seus vencedores;

3) O vencedor da I Liga, durante a sua curta existência, não recebia o título de Campeão de Portugal, mas apenas de campeão da I Liga, tendo a mesma ACABADO em 1938.

4) O título de Campeão de Portugal apenas passou a coincidir com o vencedor da Liga a partir da época 1938/39.

Estes factos estão atestados por actas da própria FPF:

Criação da I Liga em 1934 - "promover a título experimental o Campeonatos das Ligas, 1.ª e 2.ª Divisões, sem prejuízo dos Campeonatos Distritais, nem do Campeonato de Portugal";

Criação do actual Campeonato em 1938 - "acabar com os Campeonatos das Ligas e substituir o Campeonato de Portugal das jornadas em sucessiva eliminações, por um campeonato de maior rigor e regularidade, pelo sistema de "poule" em duas voltas".

Reparem bem nesta última Acta. O que é substituído é o Campeonato de Portugal e não o Campeonato das Ligas, o que é inequívoco acerca de qual a competição que até então atribuía o título de campeão nacional, o campeonato de Portugal. Caso fosse a então I Liga, então seria esta a ser substituída e não a acabar, como sucedeu.

Estes factos são indesmentíveis à luz da história, sendo totalmente descabido um revisionismo mais de meio século depois, apenas porque o formato da competição era X e não Y. Esse argumento é totalmente inaceitável, até porque há imensas competições que já atribuíram o mesmo título em diversos formatos (competições europeias e mundiais (mesmo de clubes), diversas modalidades (sistemas de playoff), escalões de formação, etc.), além de existirem países que contabilizam os seus campeões nacionais de futebol independentemente do formato da competição, mas sim com base no que era então convencionado. E em Portugal, desde 1921 até 1938, estava claramente convencionado qual a competição que atribuía o título de Campeão de Portugal. Era uma convenção aceite por toda a comunidade à época, pelo que tentar alterar, mais de meio século depois, o que as pessoas sentiam e aceitavam então, é totalmente inaceitável.

Isto não significa que não se considere mais justo um vencedor de uma Liga do que um sistema a eliminar. De facto, essa opinião é totalmente legítima, não pode é, só porque é mais justo, passar a ser mais de meio século depois o que não era então. De facto já na altura alguns defendiam que o campeão nacional deveria ser o campeão da Liga e não o vencedor do Campeonato de Portugal, mas isso, não passava de uma opinião, sem a necessária sustentação administrativa por parte da FPF. É exactamente o mesmo que defender uma alteração qualquer legislativa. Até pode existir unanimidade acerca da mesma, no entanto a mesma só passa a ser lei depois de aprovada nos órgãos competentes. E foi o que aconteceu também neste caso. Com base nessa "justiça", considerando que o Campeão Nacional deveria ser encontrado através do sistema de Liga, em 1938 a FPF, após 4 anos de experiência, decide passar a atribuir o título ao vencedor da nova liga então criada SUBSTITUINDO O CAMPEONATO DE PORTUGAL.

Ora perante este novo cenário, tratando-se de uma nova competição e tendo em conta que o campeão de Portugal se passou a apurar num sistema diferente do que acontecia até então, a generalidade da imprensa decidiu separar todos estes títulos (Campeonato de Portugal, I Liga e Campeonato Nacional), contabilizando-os separadamente até meados dos anos 2000. É fácil ver nos vossos registos e publicações isso mesmo.

Portanto, o que não se entende (porque está historicamente errado) é adicionar os títulos da I Liga aos títulos do campeonato nacional e designar os mesmos de "campeão nacional", pois não é a mesma coisa. Isto foi erradamente aceite pela imprensa desportiva a partir de meados dos anos 2000, mas constitui uma imprecisão histórica que deve ser esclarecida, até porque durante mais de 60 anos tudo era contabilizado distintamente, e sem polémicas.

E mesmo que isto, em determinado momento, tenha sido aceite pela FPF, é dever da imprensa desportiva resgatar a verdade histórica, pois, pura e simplesmente, esses títulos não podem ser, 60 anos depois, o que não eram então, mesmo que um qualquer órgão o delibere agora. Isso sim é revisionismo. É o mesmo que o parlamento alemão decretar que o Holocausto não existiu. Até poderia haver unanimidade, mas isso mudava o que de facto aconteceu?

Ou seja, voltando ao início, respeitando a história, tudo não passa de uma correcta aplicação do português.

Assim, se estivermos a falar de títulos de "campeão da Liga", efectivamente a contabilidade dos três grandes é a seguinte:

SLB - 35
FCP - 27
SCP - 18

devendo neste caso ser ressalvado que três dos títulos do SLB, bem como um do FCP, foram da I Liga (1934 a 1938),aos quais não correspondia então o título de campeão nacional.

Caso estejamos a falar de títulos de "campeão nacional", a contabilidade é a seguinte:

SLB - 35
FCP - 30
SCP - 22

devendo neste caso ser ressalvado que três dos títulos do SLB, bem como quatro do FCP e do SCP, foram do Campeonato de Portugal (1921 a 1938), prova em sistema de eliminatórias que foi substituída em 1938/39 pelo Campeonato Nacional.

Tudo isto, porque durante 4 anos, efectivamente, a Liga não atribuiu o título de "campeão de Portugal", mas apenas de vencedor da I Liga, cabendo o título de "campeão de Portugal" ao então vencedor do Campeonato de Portugal.

Devido a todo este historial, e perante um novo sistema instituído em 1938/39, no qual, pela primeira vez, o campeão da Liga (então designado Campeonato Nacional), passa a ser considerado o Campeão Nacional, a generalidade da imprensa decidiu contabilizar tudo separadamente, considerando apenas como campeão nacional os vencedores do campeonato nacional a partir de 1938/39. Apesar de não ser a mais correcta interpretação sob o ponto de vista histórico, como se viu atrás, foi de facto uma decisão salomónica, e que na verdade, durante mais de meio século, não mereceu grande contestação. Sob este prisma a contabilidade é a seguinte:

SLB - 32
FCP - 26
SCP - 18

Como referi anteriormente, durante mais de meio século, esta última contabilidade sempre foi relativamente pacífica, até que em meados dos anos 2000, decide-se alterar, e, imagine-se!, da pior forma, ou seja, considerando os títulos da I Liga, ao invés dos títulos do Campeonato de Portugal, como títulos de campeão nacional, ao arrepio da história e do que então estava convencionado e era formalmente reconhecido à época pela FPF. Porquê?

Espero sinceramente que o Record, respeitando também a sua história e todas as publicações que lançou ao longo dos tempos e que mais do que sustentam o que transmiti, saiba esclarecer definitivamente a opinião pública sobre o tema, a bem da verdade, e nada mais do que isso.

Dizer, por fim, que contabilizar os títulos do Campeonato de Portugal como títulos da Taça de Portugal, só porque se tratava de um sistema de eliminatórias e a taça era semelhante, é um exercício totalmente absurdo, pois ignora totalmente o contexto à época e as convenções então instituídas. Quem defende isso, demonstra bem o respeito que tem pela história - zero!