quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O empréstimo de Spalvis ao Belenenses

Numa altura em que é óbvia a carência de homens-golo no Sporting - Dost está a sair melhor do que a encomenda, mas André e Castaignos não têm estado nada bem na finalização -, pode causar alguma estranheza o empréstimo de Spalvis ao Belenenses.

Em primeiro lugar, devo dizer que tinha (e tenho) grandes expetativas para o que Spalvis poderia (e pode) fazer no Sporting. Fiquei muito satisfeito com o anúncio da sua contratação, e achava que o lituano poderia ser bastante útil já nesta época. No entanto, mesmo acreditando no potencial do jogador, e mesmo conhecendo os problemas que temos no plantel atual, parece-me que a decisão de emprestar o jogador ao Belenenses faz todo o sentido.

Spalvis vem de uma lesão grave. A última vez que jogou, se deixarmos de fora os escassos minutos que alinhou no jogo da pré-época em que se lesionou, foi em maio. Nunca seria simples, para qualquer jogador que estivesse nas mesmas circunstâncias, apanhar o comboio em andamento. Mas ainda haveria a dificuldade adicional de o titular se chamar... Bas Dost. Spalvis não poderia ambicionar a mais do que a uma utilização esporádica, mesmo assumindo que passaria à frente de André e Castaignos na hierarquia de pontas-de-lança do plantel.

Sem ritmo de jogo, tendo um nível de entrosamento muito inferior ao dos colegas, e sem perspetivas de ser utilizado de forma minimamente contínua, é utópico pensar que Spalvis se revelaria o goleador que desejamos que seja. Acredito que tem valor para isso, mas convém que se criem as condições necessárias para que isso aconteça - até porque, caso não tivesse a sorte de ser decisivo, muitos adeptos colocariam-lhe-iam, de imediato, o rótulo de contratação falhada, sem olhar para as circunstâncias do seu percurso no Sporting.

Sendo emprestado ao Belenenses, terá oportunidades para jogar com frequência e ambientar-se à competição portuguesa. Terá muitas e melhores oportunidades para demonstrar se está pronto para ser opção no Sporting.