A Bola noticiou, há uns dias, que o V. Setúbal pode dificultar as desvinculações de Gauld e André Geraldes e, consequentemente, impedir que os jogadores sejam utilizados pelo Sporting ou emprestados a outro clube no segunda metade da época.
O Record publicou ontem os aditamentos aos contratos de empréstimo, assinados entre o Sporting e o V. Setúbal, onde é atribuído o direito ao Sporting de resgatar os jogadores até 15 de janeiro (nº 4 dos documentos que podem ver em baixo). Se o Sporting decidisse resgatar os jogadores entre 15 e 31 de janeiro, então seria obrigado a colocar jogadores que os substituíssem (nº 5).
Aditamento ao contrato de empréstimo de Ryan Gauld |
Aditamento ao contrato de empréstimo de André Geraldes |
Por aqui, não há grandes dúvidas de que o Sporting tinha direito a chamar de volta os jogadores de forma unilateral. No entanto, o V. Setúbal invoca os regulamentos para dar estas cláusulas como inválidas. No regulamento de competições da Liga está definido o seguinte:
No ponto 5, de facto, pode ler-se que não são válidas cláusulas que dão o poder unilateral ao clube cedente de resgatar os atletas, para efeitos da alínea c) do nº 4, o que se sobrepõe aos tais aditamentos. Mas, por outro lado, a alínea c) do nº 4 refere-se apenas à possibilidade de o jogador cedido voltar a ser inscrito pelo clube cedente, que, neste caso, não é aquilo que o Sporting pretende - o Sporting quer emprestar os jogadores a um terceiro clube. E a verdade é que, no texto, podia estar escrito "O jogador cedido só poderá voltar a ser inscrito e representar, na mesma época, o clube cedente ou outro clube", mas não está.
Outra hipótese é o Sporting alegar o incumprimento por parte do V. Setúbal - previsto na alínea b) do nº 4 -, em função dos acontecimentos ocorridos após o final da partida.
Tecnicalidades que podem gerar diferentes interpretações aos olhos de cada uma das partes, e complicar a resolução deste caso. Aguardemos pelas novidades que nos trarão os próximos dias.