sábado, 15 de abril de 2017

Spot on, Saraiva

Post de Nuno Saraiva, publicado há pouco:
Hoje, no pavilhão da luz durante o dérbi de futsal, a tal claque que não existe mas que beneficia de apoio total por parte da direcção do clube a que pertence, brindou-nos com mais uma exibição de desumanidade canalha e de falta de respeito pelo ser humano.
A dada altura, decidiram imitar, bem afinados o que prova premeditação, o som de um very light, repetindo aquilo que fazem desde 1996 com total impunidade, desrespeitando a memória do Rui Mendes, o adepto do Sporting Clube de Portugal assassinado na final da Taça de Portugal, no Jamor.
Onde estão agora as virgens ofendidas que rasgaram as vestes com o mau gosto dos Super Dragões? Onde está a comunicação social que se apressou a fazer alarido quando o visado era o benfica? Onde está a direcção do clube perante tamanha indignidade e falta de decência? Onde está a justiça desportiva e o Ministério Público? E depois ofendem se quando se denuncia a subserviência.
De facto, o Presidente do Sporting Clube de Portugal está coberto de razão quando denuncia as virgens ofendidas para as quais já não há paciência e a desigualdade de tratamento e de critérios perante os factos.
Aquilo a que hoje se assistiu é mais um acto inqualificável que devia envergonhar e muito a instituição em causa. Mais ainda porque se repete ano após ano. É lamentável porque não se respeita a memória de Rui Mendes nem a dor da sua família, e pelo que significa para os mais de 3,5 milhões de adeptos do Sporting CP, perante a indiferença cúmplice de uma direcção e de um presidente que até já se referiram a estes factos no passado recente como "folclore".
E é tanto mais grave porque a Justiça Portuguesa qualificou o acto como homicídio, tendo havido condenação nos termos da lei. Este caso gravíssimo não deve ser esquecido.
Qualquer pessoa decente, intelectualmente honesta, sente, ao assistir a tarjas e cânticos desta natureza que ficam sem castigo, que este é um sistema que promove a desigualdade, onde não há princípios sólidos, critérios e tratamentos idênticos. Isto é, sanciona-se em função do agente, da sua cor, e não em razão do facto, do comportamento ou da conduta.
Por nós, que temos valores, ética e princípios, nada ficará por denunciar. Porque enquanto a razão estiver do nosso lado, jamais nos calarão!


Este post de Nuno Saraiva vem na sequência do que se passou esta tarde no pavilhão da Luz, no dérbi de futsal. Na mouche, e sublinho a parte da falta de tratamento idêntico de situações similares por parte da comunicação social. Até agora, é como se não tivesse existido.