segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O afastamento do Correio da Manhã das instalações do Sporting

Bruno de Carvalho anunciou ontem, na sua página de Facebook, que os profissionais do Correio da Manhã e da CMTV serão impedidos de permanecer nas instalações do clube, por alegados motivos de segurança. 

O efeito prático desta decisão acaba por ser, como todos percebem, uma proibição de acesso aos funcionários desses órgãos de comunicação social. Os termos utilizados por Bruno de Carvalho no seu anúncio são uma forma de tentar transformar a proibição de acesso a um órgão de comunicação social específico - que não é permitido por lei - numa questão de segurança. Não sei se será eficaz, mas sei que esta medida peca por tardia.

Os direitos de que usufruimos enquanto cidadãos de um país livre acabam por proteger também aqueles que se optam por se movimentar nos limites dessas mesmas liberdades, aproveitando-se disso para violar os direitos de terceiros, seja mentindo, difamando ou intrometendo-se em assuntos da vida privada de figuras públicas (e às vezes nem figuras públicas são). Infelizmente, essa gente não merece a proteção que a lei lhes confere. Falamos da mesma malta que achou boa ideia fazer um direto de um velório de uma criança e usar um drone para filmar o seu funeral, que a família pretendia que fosse privado. A partir daqui, percebe-se a falta de decência da gente que dirige aquele jornal e aquele canal de televisão. O Correio da Manhã tem tanto de jornalismo como a necrofilia tem de culinária. Os seus responsáveis são um bando de oportunistas sem quaisquer escrúpulos, habituados a alimentar-se da miséria alheia. O único critério que os guia é o sensacionalismo enquanto caminho fácil de atingir maiores audiências, pelo que esta decisão do Sporting não pode ser considerada nenhum ataque à liberdade de imprensa. 

Para além da falta de critério jornalístico, de rigor e de qualidade, há ainda a questão da isenção: o Correio da Manhã não é isento, não faz qualquer esforço para ser isento, não quer ser isento. No que diz respeito ao futebol - não vou pronunciar sobre o que fazem noutras áreas da sociedade - toma partido claro por um dos clubes concorrentes do Sporting. No meu ponto de vista, só o facto de tentarem impingir Carlos Janela aos seus espectadores como comentador isento - apesar de todos saberem que é uma das cabeças da propaganda benfiquista - seria, para mim, motivo suficiente para serem escorraçados das instalações do clube. Acrescente-se todas as outras sacanices que vão fazendo quase todo o santo dia, e é fácil perceber por que motivo apoio a 100% esta decisão de Bruno de Carvalho.

P.S.: A única questão que, enquanto sócio, posso colocar ao meu presidente é a seguinte: por que razão foi esta a gota de água e não várias das coisas, tão más ou piores, feitas no passado? Voltamos a uma conversa já tida há alguns dias: ao ter decidido misturar a sua vida pessoal com a sua vida profissional, o presidente está a arranjar lenha para se queimar. Talvez não agora, talvez não num futuro próximo... mas é seguramente um tema que os seus inimigos irão guardar para ser utilizado no momento em que lhe puder causar maior dano.