terça-feira, 5 de junho de 2018

Balanço de 2017/18: Avançados



Bas Dost: *** 
2016/17: *** 

Mais uma época recheada de golos e de uma taxa de eficácia de aproveitamento assombrosa. Sobre Bas Dost não há muito mais a dizer, a não ser isto: como seria se o Sporting tivesse alas e laterais que soubessem cruzar, se houvesse médios e segundos avançados que dessem maior presença de área ao ataque do Sporting, se se organizasse de forma menos mastigada que permitisse ao holandês ter mais do que as 2 oportunidades de golo da praxe em cada jogo? No fundo... como seria se o Sporting tivesse um modelo de jogo que realmente tirasse proveito das características de Dost? Quantos golos poderia valer?


Seydou Doumbia: *

Quando foi anunciada a sua contratação, tinha muitas expectativas em relação ao que Doumbia poderia fazer ao lado de Dost num campeonato como o português. No entanto, não foi preciso muito tempo para perceber que Jesus nunca tencionou utilizar os dois em simultâneo, pois a ideia do técnico passava por utilizar Doumbia no lugar de Dost em jogos onde existisse maior possibilidade de aproveitamento do contra-ataque. Doumbia até começou bem, com dois golos fundamentais para a Liga dos Campeões (que abriram o marcador em Bucareste e Atenas) mas a partir daí foi sempre a descer de rendimento. Há que dizer que lhe faltou alguma sorte - para além de a forma de Dost o ter condenado a uma utilização irregular, também não foi feliz com as arbitragens - que lhe anularam golos limpos e não lhe assinalaram dois penáltis em jogos e momentos cruciais (Moreira de Cónegos e Porto) -, mas é perfeitamente evidente que Doumbia já não tem as mesmas características de há uns anos. Acima de tudo, o facto de ter perdido o poder de aceleração e a velocidade de ponta de outros tempos faz com que seja um jogador banal. Com um salário elevado e dois anos de contrato para cumprir, é um dos jogadores que urge transferir neste defeso.


Fredy Montero: **
2015/16: *
2014/15: **
2013/14: **

Foi uma contratação de inverno que não me entusiasmou. Não que não reconheça qualidade ao jogador (tem técnica e é matador), mas a sua inconsistência faz com que a sua contribuição para o jogo seja constantemente uma incógnita. No geral acabou por corresponder às expetativas, tendo um rácio interessante de golos por minuto. Vai entrar na sua última época de contrato (o Sporting tem opção para estender por mais dois anos), e parece-me uma boa opção para ter no banco caso consiga manter o rendimento dos últimos meses.


Rafael Leão: -

As suas prestações surpreendentes na II Liga e na Youth League valeram-lhe a confiança de Jorge Jesus. Fez por merecê-la: em 134 minutos de utilização marcou um golo contra o Oleiros, fez uma assistência para Gelson naquele jogo surreal contra o Moreirense e apontou um excelente golo no Dragão. Parecia estar pronto a explodir, mas infelizmente acabou por ser vítima de lesões que o deixaram fora dos relvados até ao final da época. É, evidentemente, um jogador com lugar reservado no plantel de 2018/19 e, caso não tenha a mesma infelicidade com questões físicas, vai certamente valer muitos golos à equipa.


Gelson Martins: ***     
2016/17: ***
2015/16: ** 

Os números dizem que o seu rendimento se traduziu em 13 golos, 11 assistências e inúmeras ocasiões de golo criadas, mas convém não ignorar os intangíveis: a magia de Gelson justifica sempre o preço do bilhete e a sua disponibilidade para trabalhar em prol da equipa - nomeadamente no constante apoio defensivo que dá ao seu lateral - deveria justificar sempre a admiração de todos os sportinguistas. O esforço que foi exigido dele e a utilização quase ininterrupta num calendário ultra-preenchido acabaram por deixá-lo arrasado fisicamente, e isso acabou por ter influência na quebra de rendimento registada nos últimos jogos. De qualquer forma, isso não apaga aquilo que para mim é uma evidência: foi mais uma grande época de Gelson.


Marcos Acuña: **     

Bem sei que é mais médio ou defesa do que extremo, mas coloquei-o aqui por causa do papel que deveria ter tido e que o trouxe até ao Sporting. Acuña aproveitou bem o embalo do ritmo competitivo que trouxe da Argentina e iniciou a época de forma brilhante. Com o passar do tempo a sua influência ofensiva começou a desvanecer-se e acabou como uma solução mais credível para lateral do que para extremo. É um jogador raçudo, tecnicamente evoluído, mas o Sporting sentiu falta de um desequilibrador no flanco esquerdo. Se continuar, é bem provável que passe a ser lateral a tempo inteiro.


Daniel Podence: **
2016/17: **

Uma época reduzida a quatro meses devido a duas lesões. Não desperdiçou o tempo de jogo que teve, conseguindo somar 7 assistências em pouco mais de 1000 minutos de utilização. Podence é um desequilibrador que joga de forma inteligente e é bastante eficaz no último passe, e poderia ter sido muito útil na segunda metade da época. Está, no entanto, mais que provado que não é solução para segundo avançado: depois de 4 épocas de utilização pela equipa principal do Sporting (apesar de ter feito efetivamente parte do plantel em apenas época e meia) não conseguiu marcar qualquer golo. Lamento a decisão de ter rescindido com o clube, visto que tinha espaço para continuar a evoluir e ser um jogador útil no Sporting.


Iuri Medeiros: *     

Um talento que tanto o Sporting como o próprio jogador não conseguiram aproveitar. Entre agosto e o início de outubro teve oportunidades suficientes para demonstrar qualquer coisa que justificasse a continuidade da aposta, mas nunca conseguiu fazê-lo. É verdade que não foram as condições ideais para um jogador das suas características se afirmar, mas um clube como o Sporting não se pode dar ao luxo de estar à espera ad eternum por alguns sinais de utilidade. Bem sei que, ao contrário de Iuri, outros jogadores tiveram essa paciência por parte do treinador... mas isso é outra conversa.


Rúben Ribeiro: *

Contratado em janeiro, foi imediatamente a jogo como titular com o Aves. Começou muito bem com uma assistência no jogo de estreia, mas rapidamente perdeu a simpatia das bancadas, pois é um jogador excessivamente complicativo, que demora demasiado tempo a definir mesmo quando o resultado não é favorável e o tempo escasseia. Não justificou a contratação e considerando a sua idade, creio que não deveria permanecer no plantel em 2018/19. Mais vale investir num dos muitos talentos para as alas que academia produziu, como Matheus Pereira ou mesmo Elves Baldé.