quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Paineleiros: O Dia Seguinte

Num post anterior, que podem ver aqui, fiz a avaliação dos paineleiros do Trio de Ataque. Tratam-se de pessoas equilibradas, civilizadas, com quem facilmente nos veríamos a falar das tricas clubísticas sem grandes pretenciosismos, deixando as intrigas de bastidores e as caldeiradas para outros.

Por falar em intrigas de bastidores, vamos falar no programa O Dia Seguinte.

Começo por recordar os parâmetros de avaliação, que vai de 1 a 5:

Fala de forma entusiasmada e apaixonada do seu clube



Independência dos dirigentes do clube, no passado e no presente, diz aquilo que pensa quando as coisas correm mal, sem seguir a cartilha de qualquer facção do clube

Manda veneno aos adversários de forma oportuna e implacável



Tem memória, recorda factos que os adversários gostariam que fossem esquecidos



Mantém uma postura que dignifica o clube que representa



Nota final





Guilherme Aguiar / O Dia Seguinte (SIC Notícias)

Senador do futebol português, Guilherme Aguiar mostra que, como qualquer senador (no sentido de indivíduo que acumulou no passado uma grande experiência numa determinada área) vive hoje mais dos rendimentos do que do trabalho que tem que fazer, paineleiristicamente falando. Tem connections e sabe o que se passa mas limita-se a mandar umas insinuações sem nunca concretizar. Diz, de forma muito descontraída, aquilo que quer dizer sem se dar ao incómodo de se alongar em grandes explicações (até porque às vezes não dá jeito), ignorando as acusações lançadas pelo outro interveniente (o uso do singular não é acidente), sendo a pessoa certa para contrapor a Rui Gomes da Silva. Afinal, não é qualquer um que se pode gabar de nunca ter ouvido nenhuma das escutas do apito dourado. Resumindo, é um paineleiro pouco estimulante que deixa os outros ganhar por falta de comparência.






Rui Gomes da Silva / O Dia Seguinte (SIC Notícias)

Se Guilherme Aguiar é um homem descontraído, Rui Gomes da Silva é um agitador. É um homem com uma missão, direto, contundente, que deve conhecer os podres todos do futebol português e que, felizmente, vai partilhando de vez em quando com a sua audiência -- desde que não tenha nada a ver com o Benfica, claro. É capaz de desconcertar qualquer adversário (Dias Ferreira que o diga) com exceção de Guilherme Aguiar, e já pagou por isso com o corpinho. Pertence aos órgãos sociais do clube e vai mostrando que está ali para defender mais a direção do Benfica do que o próprio Benfica. Para ele, a(s) venda(s) de Roberto nada têm de estranho. Também fala com pouca paixão, típica de quem manda nos clubes de futebol. É precisamente essa falta de independência do poder que o impede de ser o melhor paineleiro a atuar nos estúdios portugueses.




Rui Oliveira e Costa / O Dia Seguinte (SIC Notícias)

Foi a grande transferência do defeso. O mestre das sondagens, cuja empresa falhou redondamente as previsões das eleições do seu clube (dando constantemente vantagem à lista que apoiava), é um homem que gosta de começar e acabar as suas análises no sistema tático adotado pelo Sporting. "Não foi em 4-4-3, foi em 4-2-3-1" e está mais ou menos tudo explicado. A postura é muito sóbria, mas abandona-a desastrosamente com as constantes dislexias na pronunciação de nomes de jogadores (p.ex.: o Baláru ou agora o Sereno) e quando manda bacoradas como a dobradinha do futsal. Teve o seu ponto alto na altura da greve dos árbitros aos jogos do Sporting chamando-os de cobardes, de olhos na câmara. Só é pena que ache que os erros de arbitragem sejam exclusivamente de incompetência e não motivados por razões menos dignas. Não é propriamente um bem amado de alguns sportinguistas, por estar associado à linha roquetista e ser daquela velha guarda que acha que o Benfica é o demónio e o Porto são rapazes porreiros. Tão porreiros que é conhecida a admiração que ROC nutre por Pinto da Costa, a quem serviu de guarda-costas nos desacatos do último Sporting-Porto. Homem habituado aos camarotes, está agora a adaptar-se a uma nova realidade, mais afastada, o que do ponto de vista estritamente paineleirístico é positivo. Até agora tem sido ponderado e justo nas avaliações à nova direção do Sporting. Esperemos para ver quando os maus resultados aparecerem.




Nota: a avaliação de ROC não teve em consideração isto.


Não sei quem foi o autor. Se vier a saber quem foi hei-de colocar aqui a fonte.

E, já agora:

Dias Ferreira

Outro que decidiu abandonar um programa em direto, indignado por não ter o carinho que Paulo Garcia reservava para outros paineleiros. Foi o único bom momento televisivo que, enquanto paineleiro, nos proporcionou nos últimos 5 anos.