No auge da crise do subprime, com as falências do Lehman Brothers e outros bancos de investimento, o The Daily Show with Jon Stewart passou a tratar essas notícias num segmento a que chamaram "Clusterf#@k to the poor house". Cluster significa "grande aglomerado", "f#@k" é a palavra mais rica que o inglês ofereceu ao mundo e pode significar de tudo um pouco, em função das palavras que a acompanham, "poor house" é uma espécie de abrigo para os mais necessitados.
Fiquei fã da expressão Clusterf#@k, que o Jon Stewart passou a usar em situações em que foi preciso muita gente fazer em simultâneo um monte de asneiras que conduziram a consequências catastróficas.
Pois bem, à falta de uma expressão em português que tenha um efeito semelhante, creio que Clusterf#@k é a palavra que melhor pode descrever o estado da arbitragem em Portugal.
E não digo isto pelo facto de o clube do costume ter ser beneficiado há pouco num penalty ridículo por um dos (supostamente) melhores árbitros do mundo, como já vai sendo habitual.
Erros após erros, uns mais compreensíveis, outros aberrantes, a classe do apito não dá descanso a essa pequenita coisa que é a verdade desportiva. Ou são incompetentes ou são desonestos, não há uma terceira hipótese. Pressão todos vivemos nas nossas vidas profissionais e a mim os meus chefes nunca tolerariam que eu tivesse um nível de desempenho semelhante ao dos árbitros portugueses. E se não aguentam a pressão, desapareçam. Ninguém os obriga a ser árbitros.
Desde a 3ª jornada, nos jogos em que participam os 4 principais clubes já tivemos erros graves de arbitragem (com ou sem influência no resultado final) em: Sporting - Benfica, Paços - Porto, Gil Vicente - Braga, Olhanense - Sporting, Porto - Gil Vicente, Braga - Estoril, Estoril - Porto, Sporting - Rio Ave, Guimarães - Benfica, Arouca - Braga e agora Porto - Guimarães. Em 12 jogos possíveis, só 1 (Benfica - Paços) é que não teve erros graves. Dos 11 jogos com erros graves, 8 tiveram influência direta no resultado final.
Infelizmente isto não é novidade para ninguém. É a bandalheira que temos há 30 anos. Bandalheira nem é má expressão para descrever a arbitragem, mas continuo a preferir Clusterf#@k.
P. S.: o Guimarães tem dois jogadores emprestados do Porto. O Abdoulaye não jogou (parece que se lesionou ou tem uma unha encravada ou o raio que o parta) e o Tiago Rodrigues entrou aos 75 minutos. Felizmente que é tudo gente séria, senão poderíamos desconfiar de outras coisas menos lícitas.