Miguel Sousa Tavares, em grande forma, escreveu esta semana mais um inesquecível momento de opinião incisiva na sua página do jornal A Bola:
Há dois anos, a Liga de Clubes também resolveu marcar o Benfica-Porto que iria decidir o título para dois dias depois de vários jogadores portistas terem jogado em diversas partes do mundo pelas suas selecções. Mas isso foi uma jogada pensada, que o FC Porto denunciou e reclamou, em vão. Também é conhecida a forma como o FC Porto deu a volta a essa jogada de bastidores, em especial no que tocou ao seu jogador mais importante, na altura: James Rodriguéz. James terminou um jogo pela Colômbia, em Miami, à meia-noite da véspera do jogo; foi metido num avião particular que chegou a Lisboa ao fim da manhã do dia do jogo e foi posto a dormir toda a tarde no Hotel Altis; André Villas Boas levou o para o banco e, a meia-hora do fim, soltou-o; James marcou um golo e assistiu o outro; o FC Porto ganhou e foi campeão em pleno Estádio da Luz, com as luzes desligadas e a rega ligada. Foi das maiores lições e dos maiores enxovalhos que o anti-desportivismo alguma vez levou entre nós.
À consideração do autor:
1. Talvez James não fosse o jogador mais importante numa equipa que tinha Hulk (que por acaso até marcou um golo estrondoso nesse jogo) e João Moutinho -- mas isso até se aceita pois é uma avaliação subjetiva
2. Em vez de André Villas-Boas, suponho que se esteja a referir a Vítor Pereira, treinador do Porto na época 2011/12
3. Em vez de se tornar campeão em pleno Estádio da Luz com direito a sistema de rega e a luzes apagadas, suponho que se quisesse referir apenas à liderança isolada que o Porto alcançava à 21ª jornada, pois ambas as equipas estavam em igualdade pontual antes do jogo
A agência Lusa esqueceu-se de verificar os factos com Miguel Sousa Tavares quando fez a crónica do Benfica 2- Porto 3 |