Concordo com o presidente do Sporting na ideia de que um apoio ativo e constante dos sportinguistas à sua equipa é fundamental para o futuro do clube.
Não tanto pelas receitas diretas que assim se conseguirão gerar, pois a venda de gameboxes, bilheteira, assinaturas de jornal e quotização têm um peso bastante inferior do que as receitas televisivas e publicidade. Duas mil gameboxes a €200 valem €400.000. Não será esse valor que salvará o Sporting da bancarrota.
No entanto, um clube que demonstre capacidade para atrair uma grande massa de adeptos torna-se imediatamente mais apetecível para todo o tipo de parcerias, com todos os benefícios financeiros daí inerentes. E o cumprimento dos objetivos estabelecidos será fundamental para tranquilizar os credores do clube.
Acho bem que Bruno de Carvalho faça este apelo tão direto à consciência e à carteira dos sportinguistas. Somos todos suficientemente adultos para perceber que a crise financeira do Sporting está longe de ser ultrapassada, e é importante que todos façam uma contribuição mais efetiva em função das suas possibilidades.
Prefiro esta apresentação de números de forma crua, dura e real, do que fantasias românticas que uma direção de outro clube gosta de apregoar, como a lenda dos 300.000 sócios pagantes que depois na prática se traduzem numa média de apenas 30.000 pessoas no estádio.
Voltando ao Sporting, há dois aspetos que estão longe de ser os ideais para recuperar o apoio ativo dos sportinguistas. O primeiro é o horários dos jogos.
Com exceção da primeira jornada com o Arouca, os horários dos jogos do Sporting têm sido altamente desmobilizadores. Suponho que existam cláusulas contratuais com a Sport TV que permitam ao canal definir os horários dos jogos em função dos seus interesses, mas a verdade é que afastam as pessoas do estádio.
Temos o exemplo do jogo de logo, que nem sequer será transmitido pela Sport TV. Numa semana em que meio país tirou férias, não conseguem encontrar um melhor horário do que as 20h45 de domingo? A noite da véspera em que a maior parte das pessoas volta ao trabalho?
Esta é uma luta que vale a pena assumir na Liga. O regulamento estabelece os slots horários para a realização de jogos, pelo que será possível contornar nos regulamentos a ditadura de horários da Sport TV. Acredito que haja vontade no Sporting para este tipo de mudança, mas arranjar uma maioria de clubes suficiente para alterar os regulamentos deve ser bem mais complicado.
O segundo aspeto que afasta as pessoas do estádio é a falta de verdade desportiva. Arbitragens como as de Duarte Gomes e Manuel Mota são um golpe profundo na recuperação de público para o futebol. Infelizmente não vejo o que podem fazer Bruno de Carvalho ou os sportinguistas para resolver este problema a curto/médio prazo. Basta olhar para a reação da APAF e comunicação social ao roubo da última jornada para vermos como estão desequilibrados os pratos da balança.
O segundo aspeto que afasta as pessoas do estádio é a falta de verdade desportiva. Arbitragens como as de Duarte Gomes e Manuel Mota são um golpe profundo na recuperação de público para o futebol. Infelizmente não vejo o que podem fazer Bruno de Carvalho ou os sportinguistas para resolver este problema a curto/médio prazo. Basta olhar para a reação da APAF e comunicação social ao roubo da última jornada para vermos como estão desequilibrados os pratos da balança.