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Não é aceitável que um jogador profissional se envolva em episódios destes com uma época a decorrer. Independentemente de no dia seguinte o jogador estar de folga ou não, trata-se de um comportamento irresponsável que compromete o trabalho que a equipa técnica e o próprio jogador realizam diariamente de forma a atingir o maior rendimento possível em cada jogo.
Nem é tanto pela taxa de álcool no sangue. Basta beber um ou dois copos com a barriga mais vazia e chegamos a esse nível. O que me incomoda mais é que Maurício não tenha pensado que uma noitada realizada a 300 quilómetros de Lisboa é algo de inaceitável num jogador profissional.
É inevitável que se recupere o caso de Rúben Semedo, que perante uma infração da mesma natureza (apanhado de madrugada pela polícia) foi afastado da equipa principal. No entanto, tratam-se de casos que não são de todo comparáveis no que diz respeito à gravidade dos atos cometidos.
Maurício foi apanhado com uma taxa de álcool no sangue que é punível com uma coima. Rúben Semedo foi apanhado a conduzir sem carta, que constitui um crime cuja pena poderia ir até aos dois anos de prisão. No limite, poderia acabar com a carreira do jogador.
Parece-me, portanto, que estamos a falar de coisas completamente diferentes. Existe um regulamento interno que define a conduta que os jogadores que pertencem aos quadros do clube. O que espero é que as punições previstas nesse regulamento interno sejam executadas. Se estiver definido que o jogador deva ser afastado temporariamente da equipa principal, que assim seja, mesmo considerando que Rojo não poderá jogar contra o Rio Ave.
Podem dizer que estaremos a dar um tiro no pé, e que assim o clube está a ser penalizado duplamente. Pode ser verdade, mas creio que serão maiores os danos se os responsáveis do Sporting condescenderem com uma atitude repreensível de um jogador.
Bruno de Carvalho tem tido uma postura inflexível em situações em que os interesses do clube estão a ser lesados, como aconteceu com Bruma, Labyad, Bojinov ou Elias, só para dar alguns casos. Essa persistência pode, a curto prazo, dificultar a vida ao próprio clube, mas a médio / longo prazo contribuirá para que esse tipo de casos deixem de acontecer, por serem conhecidas as consequências a que estarão sujeitos. Na minha opinião, essa postura da direção deve manter-se, por muito que possa custar ao clube no imediato.