Apesar de a partida não ter sido particularmente brilhante do ponto de vista exibicional, a noite acabaria sempre por ser positiva mesmo que o Sporting não tivesse ganho: notou-se empenho por parte dos escolhidos por Marco Silva, enquanto foram onze mandaram confortavelmente no jogo e foi bom ver que todos fizeram por aproveitar a oportunidade que lhes foi dada.
Claro que não foi ópera, mas isso seria esperar demais de um onze composto por jogadores que são pouco mais do que estranhos entre si. No meio-campo, por exemplo, alinharam Rosell (equipa principal), Gauld (equipa B) e Slavchev (terra de ninguém), três jogadores chegados ao Sporting no defeso e com percursos completamente diferentes até agora.
Pelos vistos o presidente trocou o banco pela linha de fundo |
Positivo
Boas indicações de Gauld - fica ligado à vitória pela jogada que dá origem ao penálti: recupera a bola no meio-campo do Boavista, entrega a Tanaka e procura a desmarcação, conseguindo antecipar-se ao guarda-redes - que depois foi incapaz de evitar o contacto. Mas para além disso teve pormenores muito interessantes ao longo do jogo, e até esteve perto de marcar na primeira parte. Precisa no entanto de ser menos intermitente do que foi hoje para ser uma opção credível para a equipa principal.
Finalmente viu-se Slavchev - não é que tenha feito uma *grande* exibição, mas pela primeira vez desde que chegou ao Sporting vi-o fazer um jogo bastante afirmativo. Nunca se escondeu - esteve constantemente a procurar linhas de passe para receber a bola, seja na ligação com a defesa seja perto da área através de desmarcações - e com a bola nos pés teve uma atuação bastante positiva. Notou-se que jogou com confiança (que pode ser um indicador de que os problemas de adaptação estarão a ser ultrapassados) e fiquei com muita vontade de o voltar a ver em campo. Felizmente que daqui a uma semana terá nova oportunidade no Restelo.
Negativo
A expulsão de Rosell - o segundo amarelo é forçado, mas o catalão não se pode queixar: a falta que lhe valeu o primeiro amarelo foi violentíssima e devia ter visto logo no momento o vermelho direto. A sua imprudência afasta-o do jogo com o Rio Ave, juntando-se a Adrien e Maurício no lote dos indisponíveis.
Laterais no apoio ofensivo - quer Miguel Lopes quer Geraldes fizeram um jogo competente do ponto de vista defensivo, mas ofensivamente foi um dia para esquecer. Miguel Lopes foi solicitado várias vezes no ataque, mas praticamente nada lhe saiu bem. Geraldes simplesmente não existiu a partir da linha do meio-campo (já com o Guimarães isso aconteceu), mas é compreensível atendendo que não é a sua posição preferencial.
A forma como a vitória foi alcançada acaba por ser gratificante e ajuda a alimentar o bom momento que o clube atravessa - sete vitórias consecutivas e seis jogos sem sofrer golos. É também bom vermos que há jogadores que estão cada vez mais perto de virem a ser opções a ter em conta para a equipa principal. E para além disso, ao fim de duas jornadas podemos dizer que o apuramento para a fase seguinte está muito bem encaminhado. Nada mau, considerando o nível de dificuldade do grupo e a estratégia de utilização de jogadores seguida pelo clube para esta competição.