Até podia ser para o Torneio do Guadiana. Um Sporting - Benfica é sempre um acontecimento por si só, um daqueles jogos em que uma derrota nos deixa aziados durante semanas, e em que uma vitória é garantia da melhor das disposições para os tempos que se seguem. Mas o jogo de hoje não é apenas um Sporting - Benfica. É um dérbi que define um título - coisa que, excluindo a Taça Lucílio Baptista, já não sucedia desde a infame final da Taça de Portugal de 1996 - e que poderá ter um peso psicológico imenso para o arranque de temporada de ambos os clubes.
Neste momento os resultados da pré-época ainda pesam na cabeça dos adeptos - mais moralizados nós, menos os benfiquistas -, mas o efeito dos particulares realizados até agora ficarão em suspenso a partir do apito inicial de logo. Se o Sporting ganhar, o efeito da pré-temporada ampliar-se-á significativamente. Se o Benfica ganhar, será´praticamente como se a pré-época não tivesse existido.
Sim, o Sporting tem dados sinais muito positivos, a pré-temporada do Benfica desiludiu os seus adeptos, mas é um jogo de tripla em que o sentido do resultado pode ser definido por um único erro, por um momento de inspiração ou pelo bafejar da sorte numa altura crítica da partida.
Em relação ao onze, não parecem existir grandes dúvidas na defesa e meio-campo. Lá mais para a frente, há as questões Brian Ruiz / Carlos Mané e Teo Gutierrez / Fredy Montero. Aposto no costa-riquenho (tem mais jogos nas pernas e Jesus já disse que "sabe tudo em relação a todos os momentos do jogo") e em Montero, que se tem demonstrado em melhor forma que o compatriota.
Muito respeito pelo adversário - mesmo que o coletivo possa estar enferrujado não faltam individualidades que podem resolver - e confiança no trabalho feito até agora. Com isto, uma arbitragem isenta e se a D. Sorte não atrapalhar, é bem provável que o nosso museu vá receber a sua 8ª Supertaça.
