sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Bem-vindos ao nosso mundo

Quando Bruno de Carvalho declarou guerra via Facebook a Mr. Burns, o presidente do Sporting não abriu nenhuma nova frente de batalha às muitas que estava a combater. A guerra com o Benfica já existia. Não de forma direta - os ataques ao Sporting vindos de dirigentes de relevo do Benfica não passaram de uns "piropos" esporádicos -, mas recorrendo a um vasto número de "jornalistas", "comentadores" e "notáveis" que foram capazes de, durante meses, açambarcar o tempo de antena das rádios e televisões e espaço dos jornais comentando de forma negativa tudo aquilo que dizia respeito ao Sporting.

Desde que Jorge Jesus decidiu trocar o clube não houve dia em que não aparecesse alguém ligado ao Benfica a falar sobre assuntos do Sporting. Gente como Jaime Antunes, António Figueiredo, Gaspar Ramos, Carlos Janela, até vices de Vale e Azevedo (!), fosse criticando a estratégia da direção no processo de renovação de Carrillo, fosse dando sentenças sobre a disputa com a Doyen sobre Rojo, fosse condenando o dinheiro gasto pelo Sporting em contratações, fosse o quer que servisse para atacar o clube num dado momento. Tudo foi motivo de crítica, mesmo que na sua própria casa os exemplos dados fossem iguais ou piores.

Temos também os paineleiros benfiquistas como Pedro Guerra, Diamantino, João Gobern ou António Simões que, por força do seu papel têm legitimidade para comentar assuntos do Sporting, mas que conseguiram ir bastante mais além do que é razoável: atacando o clube recorrendo a documentos confidenciais que uns dias mais tarde apareceriam no Football Leaks, ou fazendo acusações graves sem qualquer tipo de prova - como o episódio dos SMS's de Jesus, a existência de salários em atraso ou a revelação de supostas divergências entre o presidente e o treinador do Sporting.

E, como é evidente, temos também os mais indignos soldados desta guerra, que são os jornalistas que não conseguem esconder a sua total parcialidade, como Rui Pedro Braz ou José Manuel Delgado. O primeiro é um vendaval diário de opiniões enviesadas e informações muito convenientes para a narrativa benfiquista (o suplente do Enzo que tinha mais lugar no mundial que Adrien, as renovações do Sporting que dificilmente iriam acontecer, como as de Slimani, João Mário e Jefferson, a utilização de 4% de vouchers do Kit Cortesia pelos árbitros, delegados e observadores, o preço de custo da camisola do Eusébio, a diferença de tratamento dos casos Shikabala e Taarabt), enquanto que o segundo tenta comportar-se com a dignidade de um senador mas que não consegue esconder o esforço que faz para canalizar as conversas para aquilo que lhe interessa. Quem quiser recordar o que estes dois isentos jornalistas têm dito nos últimos tempos, pode carregar nos links que deixei mais acima nos respetivos nomes.

Durante meses o ataque foi furioso e ininterrupto, colocando no debate mediático qualquer tema relacionado com o Sporting que pudesse gerar polémica. E foi assim até que Bruno de Carvalho decidiu contra-atacar com as mesmas armas, colocando no centro da discussão as ações e práticas do Benfica. Com uma diferença fundamental: não se escondeu atrás de uma legião de avençados. Fê-lo frontalmente e apresentando factos que não podem ser desmentidos. Daí o silêncio que encontra como resposta no outro lado.

Nos últimos 11 dias, Bruno Carvalho não tem parado. Resultado? Os benfiquistas, que nem há duas semanas estão a provar aquilo que os sportinguistas tiveram que aturar durante 4 meses, já andam a dizer que é ruído sem sentido, que não há pachorra para o aturar, que isto faz muito mal ao futebol, ou que não se responsabilizam por qualquer tragédia que possa acontecer num estádio de futebol.

Não tenho dúvidas que Bruno de Carvalho vai continuar a falar constantemente, pelo menos até ao dérbi de dia 25. E faz bem, porque finalmente a guerra está a ser feita no território do Benfica. O melhor que conseguem é responder com processos judiciais absurdos, que até teve o condão de expor os benfiquistas ao rídiculo com a valorização de 1 euro por cada um dos 14 milhões de adeptos que dizem ter.

Aos benfiquistas que rasgam as vestes perante o ataque cerrado de que têm sido alvos na última dúzia de dias, só tenho uma coisa a dizer: bem-vindos ao nosso mundo. É melhor que se vão habituando.