domingo, 25 de outubro de 2015

#DiaDeSporting: O jogo dos jogos


Não sei se esta boca de Rui Vitória foi uma tentativa falhada de mind game ou apenas uma observação deselegante em relação ao Sporting, mas a visão que eu (que assumo que não percebo nada disto, mas ainda assim tenho uma opinião) tenho do atual estado das duas equipas é praticamente o oposto daquilo que o treinador benfiquista disse.

Vejo o Benfica como uma equipa muito perigosa sobretudo graças aos três foras-de-série que tem no plantel - Jonas, Gaitán e Júlio César, dos quais os dois últimos estão num momento de forma sublime. Mas enquanto coletivo, não há muita coisa no Benfica que me assuste. Se o Sporting conseguir arranjar forma de anular Jonas e limitar os estragos de Gaitán (tenho esperanças que a meio da segunda parte se ressinta do esforço do jogo da Turquia e que vá desaparecendo gradualmente da partida), ficará muito próximo de trazer um resultado positivo da Luz. Para além das individualidades que referi, diria que o perigo do Benfica surgirá sobretudo a partir do aproveitamento de jogadas de contra-ataque e das bolas paradas ofensivas, aspetos do jogo em que são muito fortes.

Do lado do Sporting, não vejo uma dependência tão grande das individualidades para resolver jogos. Claro que ajuda imenso ter de volta esse monstro que é William Carvalho (que será o nosso único verdadeiro fora-de-série), mas os estragos que o Sporting costuma causar não só não dependem de nenhum jogador em particular - as trocas de jogadores têm sido frequentes sem que o rendimento da equipa oscile significativamente -, como também surgem diversas vezes a partir de erros que os nossos jogadores forçam o adversário a cometer.

E é precisamente nesse ponto que vejo as nossas maiores possibilidades para vencer logo: o Benfica não me parece uma equipa suficientemente organizada para controlar o Sporting, nem me parece uma equipa suficientemente consistente para ser imune a cometer daqueles erros que já nos valeram tantos golos e pontos nesta temporada.

Há um outro fator fundamental: as repercussões deste resultado poderão ditar muito do que será a época das duas equipas, pela positiva ou pela negativa. Nesse sentido o Sporting até tem um pouco menos de pressão em cima: uma eventual derrota deixar-nos-á a apenas três pontos do líder - caso o Porto ganhe o seu jogo -, o que não será nenhuma tragédia. Seguramente que o vencedor sairá com um enorme boost de moral, por tudo aquilo que tem sido o relacionamento entre as duas equipas desde que Jesus trocou de equipa. Mas uma derrota do Benfica em casa contra o seu antigo treinador, com a garantia de que fica pelo menos a 5 pontos do Sporting, é coisa para abalar os seus alicerces.

Parece-me que Jorge Jesus irá apostar na experiência, para um maior controlo emocional perante um ambiente que será extremamente hostil, e lançará Gelson, Matheus ou Mané (2 destes, talvez) a meio da segunda parte para aproveitar os espaços que entretanto começarão a surgir em virtude do desgaste natural de um jogo de intensidade máxima e - desejo meu - do cansaço adicional que muitos jogadores do Benfica poderão começar a sentir na sequência da exigente deslocação à Turquia.


Estou confiante. Diria que se se disputassem 10 jogos entre este Sporting e este Benfica, o Sporting ganharia 5 e dividiria os restantes 5 num número indeterminado de empates e vitórias para o Benfica. Mas como só haverá um jogo, 90 minutos em que tudo pode acontecer, será sempre um jogo de tripla.

Este é o jogo dos jogos. Fica o meu desejo de paz nas bancadas, espetáculo no relvado e ausência de casos de arbitragem. Que ganhe o melhor, e que o melhor seja o Sporting!