sábado, 28 de novembro de 2015

A mediocridade do suplente Sílvio

Não, ao contrário do que poderão estar a pensar, não estou a falar do defesa direito do Benfica que até agora tem realizado uma época abaixo das expetativas. Esse Sílvio, o defesa direito, tem sido titular desde que Nélson Semedo se lesionou. E já tinha sido titular na Supertaça. O Sílvio que este post aborda é um eterno suplente, e já toda a gente percebeu que não tem valor para aspirar a mais que um lugar na equipa B.

Estou a falar DESTE Sílvio:


Sílvio Cervan, vice-presidente suplente do Sport Lisboa e Benfica a quem foi atribuído o relevante pelouro de representação institucional do clube nos jogos da equipa B.


Falando por mim, tenho uma dificuldade crónica em gostar dos dirigentes dos clubes adversários, sou capaz de encontrar inúmeros defeitos em todos eles, mas também sou capaz de lhes reconhecer algumas qualidades. No entanto tenho que confessar que, ao fim de tantos anos de exposição mediática, ainda não consegui perceber qual a mais-valia que Sílvio Cervan dá ao Benfica ou à sociedade em geral - a não ser, suponho, a utilidade que advém da sua experiência de boy na vida partidária nacional.


Sílvio é um senador benfiquista que tem o carisma de uma alforreca que se deixou encalhar na areia de uma praia enquanto a maré descia e a eloquência de um Rui Gomes da Silva num dia mau. Aliás, Sílvio parece ser mesmo uma cópia mal amanhada do paineleiro benfiquista da SIC Notícias. Rui Gomes da Silva tem uma página n' A Bola para escrever disparates com muitas reticências, Sílvio Cervan tem uma coluna n' A Bola para escrever disparates com menos reticências. Um bom exemplo foi a coluna impregnada de azia que escreveu ontem, e que podem ver à esquerda.

Revelando compreensíveis dificuldades em lidar com mais uma derrota do seu clube frente ao Sporting e ao segundo objetivo nacional gorado, o vice-presidente suplente benfiquista com pelouro para a equipa B aproveita o espaço de que dispõe no jornal para menorizar alguns jogadores leoninos, para equiparar o Sporting ao Gondomar, para demonstrar alguma infantilidade ao chamar a atenção de forma gratuita para a pesada derrota do Sporting na Albânia, e para responsabilizar Jorge Sousa pela derrota na Taça de Portugal e por alguns desaires no passado do Benfica. Infelizmente, como a coluna não é propriamente ampla, não sobrou espaço para refletir sobre o que tem corrido mal ao seu clube, o que também não é surpreendente.

Até aqui, nada de particularmente novo ou grave. Aliás, os sportinguistas não se devem sentir melindrados pela comparação que Sílvio Cervan faz entre o Sporting e o Gondomar. É o que dá andar três anos a conviver com clubes de escalões inferiores, não há conhecimento de causa para mais.

O que deve realmente ser destacado nesta coluna é aquilo que Sílvio escreve sobre Hugo Miguel, o árbitro do Braga - Benfica da próxima segunda-feira. O vice-presidente suplente benfiquista com pelouro da equipa B acusa Hugo Miguel de não ser isento, a três dias de uma partida que, correndo mal, pode comprometer o principal objetivo da época. Repito, quem escreve isto é um vice-presidente do Benfica - suplente, é certo, mas não deixa de ser vice-presidente.

Pergunto: isto não deveria ser considerado coação? Será que a APAF, tão expedita a saltar em defesa dos árbitros quando o Sporting os critica APÓS as partidas, continuará muda perante mais um ataque benfiquista?