Qualquer sportinguista que começou a viver o clube a partir dos anos 80 terá seguramente ficado marcado pelas últimas pedaladas do lendário Joaquim Agostinho (lembro-me perfeitamente do momento em que soube do acidente que causaria a sua morte) e das Voltas a Portugal ganhas pelo grande Marco Chagas - numa altura em que começava a aparecer de leão ao peito um novo valor do ciclismo, de seu nome Joaquim Gomes.
Como tal, o regresso do Sporting ao ciclismo é algo que saúdo com grande satisfação, e é mais um passo na recuperação do ecletismo que faz parte da identidade do clube.
O único senão tem a ver com o situação por que passa a modalidade em si. Ao fim de tantos e tantos escândalos de doping, o ciclismo perdeu muita da sua credibilidade e encanto. Infelizmente, não é seguro que os hábitos que conspurcaram o nome da modalidade estejam definitivamente erradicados, pelo que não consigo deixar de pensar nos riscos de haver algum episódio dessa natureza a envolver o nome do Sporting.
Independentemente destes meus receios, parece-me ambiciosa (no sentido positivo) a ideia de um projeto financeiramente viável que será sustentado na equipa que tem dominado os últimos anos em Portugal num horizonte inicial de três anos. O ciclismo vai recuperar muito do seu encanto a partir de 2016.