A fase final do Euro 2016 começou oficialmente hoje, e para já Fernando Santos não está a deixar os seus créditos por mãos alheias. A boa fortuna que o Engenheiro costuma ter - em tudo aquilo que não depende dele - não o abandonou no sorteio dos grupos.
Com uma fase final com 24 equipas, seria pouco provável apanharmos um grupo da morte do tipo que nos calhou no Euro 2000. Mesmo assim era difícil termos escolhido um grupo mais acessível que este: Áustria, Hungria e Islândia.
O curioso é que, neste sistema em que os quatro melhores 3ºs classificados se apuram para a fase a eliminar, à partida parece mais vantajoso ficarmos em 2º lugar do nosso grupo do que em 1º:
Se ficarmos em 1º, jogamos com o 2º classificado do grupo E (que tem Bélgica, Itália, Irlanda e Suécia). Se ficarmos em 2º, jogamos com o 2º classificado do grupo B (que tem Inglaterra, Rússia, Gales e Eslováquia).
Certo, certo, é que estão criadas todas as condições para irmos longe na competição. Se Fernando Santos ignorar os clientelismos do costume e apostar sempre nos melhores para formar uma equipa que comece a jogar bom futebol, e se Cristiano Ronaldo chegar em boas condições físicas a junho, tudo poderá acontecer. Se, ao invés, Fernando Santos continuar a querer agradar a gregos e troianos, optando por fazer o papel de um tipo porreiro e cooperativo com os interesses de quem manda no futebol português - em vez ser o defensor nº 1 dos interesses da seleção -, temo que nos esteja reservada uma amarga desilusão, ao nível do que nos aconteceu em 2002 e 2014.
