No Play Off do passado domingo, Rui Santos afastou, de forma perfeitamente clara, qualquer suspeita de Tonel ter cometido o erro com o objetivo de beneficiar o Sporting. Aqui ficam as suas palavras.
Muito bem! Rui Santos a fazer a óbvia distinção daquilo que é um erro grave (no sentido em que custou um ponto à sua equipa) de uma ação propositada cometida com o objetivo de beneficiar o adversário. Realço as seguintes palavras:
"Nunca em circunstância alguma me passou pela cabeça que Tonel pode ter feito aquilo com a intenção de prejudicar o Belenenses e beneficiar o Sporting. Nunca!"
No final ainda criticou veementemente as inaceitáveis acusações de Rui Gomes da Silva. Perfeito.
Pena que, uns dias antes, no programa Tempo Extra, Rui Santos tenha tido uma postura bastante mais ambígua sobre o lance de Tonel:
João Abreu, o jornalista interlocutor de Rui Santos, colocou-lhe uma pergunta muito clara sobre uma eventual intenção de Tonel em beneficiar o Sporting. A pergunta do telespectador não era tão direta, mas toda a gente percebia que era isso que estava em causa.
Durante a longa resposta de Rui Santos, João Abreu deu-lhe várias oportunidades para clarificar a sua opinião sobre se Tonel colocou a mão na bola com a intenção de beneficiar o Sporting. Rui Santos optou sempre por não colocar de parte essa hipótese. Preferiu, ao invés, alimentar a questão no estilo sensacionalista que o caracteriza, nunca dizendo explicitamente mas insinuando a existência de má-fé do jogador, aproveitando para jogar com os termos deliberado e intencional que, como o próprio sabe muito bem, têm outro significado quando são usados no âmbito da avaliação de um lance pelas equipas de arbitragem.
E, azar dos Távoras, chegou mesmo a usar argumentos semelhantes aos que Rui Gomes da Silva tinha utilizado na noite anterior - nomeadamente quando disse que Tonel devia ser alvo de uma atitude dura por parte dos dirigentes do Belenenses.
O que terá feito Rui Santos ser mais claro no último domingo? Será que o processo colocado por Tonel a Rui Gomes da Silva também terá tido alguma influência? Ou então é possível que tenha sido por causa das três asneiradas ainda mais óbvias de Trigueira, Ofori e Marco Baixinho que ajudaram Benfica e Porto a obter os três pontos. Mesmo para os padrões de Rui Santos seria demasiado rebuscado defender a teoria de que em três jogos realizados no espaço de uma semana, jogadores de uma determinada equipa tiveram intenção de prejudicar as suas próprias equipas em benefício dos adversários.