A vinte dias do início da época, o plantel do Sporting continua com uma série de questões a carecerem de definição. Não é uma situação particularmente grave, se nos lembrarmos que o onze base do final da época passada se mantém - pelo menos para já - praticamente intacto. Este conjunto de jogadores chegou e sobrou para a generalidade das exigências do campeonato passado, e é natural que esta época o cenário não se altere. Mas existe uma diferença importante: o Sporting vai participar também na Liga dos Campeões, o que significa um acréscimo de desgaste e, consequentemente, um aumento de probabilidade de ocorrência de problemas físicos - e isto faz com que aquilo que era suficiente há um ano possa ser curto para a nova época.
O reforço do plantel parece estar, neste momento, dependente da dispensa de jogadores que têm um peso importante no orçamento. Se o clube se conseguir ver livre da carga salarial de Aquilani, Teo e Barcos, passa a haver espaço para trazer dois jogadores que possam entrar de caras no onze ou, no mínimo, disputar a titularidade com alguns dos jogadores mais influentes do Sporting. Estenda-se o raciocínio a jogadores que não fazem parte das 1ªs (ou mesmo 2ªs) linhas de Jesus, como Labyad, Naldo, Ewerton e Jefferson, e maior folga existirá.
A contratação de mais um ponta-de-lança é fundamental. Assumindo que Slimani não sairá, o Sporting tem apenas um homem-golo para atacar uma longa e desgastante época - que, para piorar, estará indisponível durante todo o mês de janeiro, por causa da CAN. É fundamental, por isso, arranjar pelo menos mais um jogador que garanta pelo menos 20 golos mediante uma utilização regular. O meio-campo também está deficitário de um jogador de elevada intensidade que possa disputar o lugar com Adrien - Ruiz não é nem nunca será esse homem. Podence e Alan Ruiz prometem, mas ainda se está por perceber se algum deles é o 2º avançado que Jesus idealiza para o seu sistema. Há ainda a questão do guarda-redes suplente e, pelo que se vai dizendo nos jornais, o clube também está à procura de outro defesa central.
O campeonato arranca daqui a 3 semanas, mas a Liga dos Campeões começa apenas a 14/15 de setembro, ou seja, daqui a cerca de 50 dias. Como tal, não se pode dizer que exista uma enorme urgência na resolução destes problemas. Obviamente, quanto mais cedo se resolverem, melhor, mas nesta fase ainda não se justifica que o clube se precipite ou faça cedências excessivas por causa da pressa de os fechar.
Neste momento, pelo que me parece, o Porto vive uma situação semelhante à do Sporting: suponho que ainda exista a necessidade de vender um ou outro jogador, o que, neste momento, poderá estar a condicionar o reforço do plantel. Têm, no entanto, o playoff da Liga dos Campeões na segunda quinzena de agosto, pelo que a pressão já deverá ser superior nos escritórios do Dragão. O Benfica parece ser o clube, dos três grandes, que vive uma situação mais estabilizada, assumindo que já vendeu quem necessitava de vender.