sábado, 3 de setembro de 2016

Assim foi Islam Slimani

Foram inúmeros os grandes momentos que Slimani nos proporcionou ao longo dos três anos em que jogou de leão ao peito, mas se tivesse que escolher apenas um, seria este:


Final da Taça de Portugal. Disputada com menos um jogador desde o quarto de hora e a perder por dois golos desde os 25 minutos, este jogo parecia perdido para todos os sportinguistas. Nas bancadas, o apoio ia-se fazendo ouvir, mas a fé era escassa. No relvado, a equipa mostrava-se impotente para dar a volta a uma desvantagem que parecia irrecuperável. Mas se havia falta de ideias, nunca deixou de haver na frente um leão a lutar contra todos as adversidades, incessantemente, como se a sua vida dependesse disso. Raramente a bola lhe era colocada em condições, mas nunca abdicou de a perseguir e de pressionar os adversários que a tivessem na sua posse. Até que, a menos de cinco minutos do fim do tempo regulamentar, teve a sua oportunidade. Teve a sua oportunidade e não a desperdiçou, despertando a crença em colegas e adeptos. O resto pertence à história. Se o Sporting conquistou a Taça de Portugal, deve-o, em primeiro lugar, a Islam Slimani.

Slimani é isto: um jogador com uma vontade férrea e mentalidade vencedora, que nunca desiste e que faz questão de aparecer sempre nos grandes momentos. Foi assim desde que chegou: terminou a primeira época com um golo marcado a Benfica, Porto e Braga, que valeram duas vitórias tangenciais e uma dramática ida a prolongamento para a Taça; na segunda época marcou um golo na Luz no seu jogo de estreia, somou outros dois golos ao Braga e ainda outros dois golos na Liga dos Campeões; na terceira época, com Jorge Jesus, assistimos ao aparecimento do goleador, que faturou por 31 vezes - 2 desses golos foram marcados ao Benfica, 4 ao Porto e 3 ao Braga).

Faltou-lhe apenas ganhar o campeonato, mas ainda está a tempo de o conseguir. Se o Sporting alcançar esta época o seu objetivo, Slimani terá desempenhado um papel curto, mas importante: pode ter disputado apenas dois jogos, mas foi decisivo em ambos.

Para os sportinguistas, Slimani tem o encanto adicional de ter chegado a Alvalade como matéria-prima em estado bruto. Não sendo um produto da nossa formação, registou uma evolução técnica e tática inacreditável. Chegou a Alvalade como um tosco e saiu como um craque.

Prosseguirá agora a sua carreira nos maiores palcos da Europa. Fez por merecê-lo. Merece também continuar a ser feliz. Boa sorte e obrigado, Slimani!

(vídeo de André Lucas)