Qualquer jogador, perante uma proposta como a que Adrien recebeu, ficaria muito tentado a aceitá-la. Adrien errou, obviamente, ao dar a entrevista e deixar que empresário e pai falasse publicamente sobre algo que deveria ter sido resolvido dentro de portas. O erro salta mais à vista por ser o capitão da equipa, que devia ter uma noção mais apurada do dever de lealdade que tem para com o clube.
A não concretização do negócio não foi certamente um castigo da direção, já que as negociações não deixaram de prosseguir, mas confio que Adrien tenha aprendido que atitudes como a que teve são inúteis. Agora que a transferência é uma impossibilidade, reafirmou o empenho e compromisso com os objetivos do clube. Isso, para mim, é suficiente. Não vejo necessidade de estarmos a exigir pedidos de desculpas públicos, que tipicamente servem apenas para humilhar quem prevaricou e para satisfazer o ego dos mais suscetíveis, o que não é justo para um atleta que dedicou a maior parte da sua vida ao Sporting. Aceito de bom grado as desculpas que forem dadas em campo, bastando para isso que continue a ser o guerreiro que tem sido até aqui.
No dia 10, espero vê-lo em campo, contra o Moreirense, a envergar a braçadeira e a ajudar a equipa a conquistar mais uma vitória.