Ultimamente o futebol tem sido pródigo em estratégias de defesa peculiares. Quando confrontado com a acusação de ser um dos recetores da cartilha de Carlos Janela, João Gobern invocou a 5ª emenda - que é, como quem diz, não vou responder para não me incriminar. Um par de meses mais tarde, Pedro Guerra, homem de prodigiosa memória e capacidade de organização e preparação, pareceu ser vítima de estranho caso de amnésia ao dizer que não se lembrava de ter recebido os mails de Adão Mendes.
Mas os exemplos referidos acima são insignificantes quando comparados com o que Jorge Mendes disse ao ser interrogado no âmbito do julgamento de Falcao por fraude fiscal.
Já vi desculpas mais convincentes. Aqui fica a notícia dada pelo online d' O Jogo: LINK.
Segundo o As, Jorge Mendes foi "apertado" pelo advogado do Ministério Público espanhol no interrogatório de terça-feira
O jornal espanhol As conta parte do interrogatório feito na terça-feira a Jorge Mendes por causa da alegada fraude fiscal de Falcao quando era jogador do Atlético de Madrid
O agente português disse ao juiz de instrução de Pozuelo de Alarcón, Espanha, que "nunca" assessorou em matéria fiscal os futebolistas que representa.
Acontece que o alegado esquema de fuga ao fisco acabava na empresa Multisport and Image Management (MIM), encarregue de gerir os direitos de imagem do jogador através de off-shores nas Ilhas Virgens e Panamá.
"Conhece Andy Queen?", perguntou o advogado, segundo o As. Jorge Mendes disse que sim, que era seu empregado. A acusação insistiu: "E você não sabe que o seu empregado Andy Queen, é o proprietário da MIM". Jorge Mendes, de acordo com a mesma fonte, negou, garantindo ser uma surpresa essa informação.
"Andy não me disse, é uma surpresa para mim. Juro-o", terá dito o agente.
O advogado do Ministério Público disse então à magistrada que a Polaris, de que Jorge Mendes é acionista e que procura patrocinadores para os jogadores, tem o seu domicílio na mesma rua e no mesmo número da MIM, em Dublin, na Irlanda.