quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Notas soltas sobre o Benfica - Sporting

1. Sentimento agridoce com o jogo de hoje: por um lado, voltámos a não conseguir segurar um resultado positivo; por outro, um empate na casa de um adversário direto nunca pode ser considerado negativo. Objetivamente falando, é pior resultado para o Benfica do que para o Sporting.

2. Obviamente que a exibição do Sporting deixou muito a desejar, principalmente na segunda parte. Se na primeira parte ainda se viu algum controlo das operações com alguma capacidade para segurar bola e aproveitar os espaços dados pelo Benfica, a segunda parte foi paupérrima. Na minha opinião, faltou-nos meio-campo. O Benfica teve uma imensa facilidade em aproveitar o espaço entre-linhas para se aproximar com perigo da baliza de Rui Patrício. Aqui, é necessário destacar pela negativa a exibição de William, sem velocidade, sem agressividade e incapaz de dar o que o Sporting precisava na saída para o ataque, fazendo a pior exibição de que me lembro nas últimas cinco épocas de leão ao peito. Valeu-nos a cabeça fria da nossa linha defensiva - que upgrade em relação à época passada - e o desacerto dos jogadores do Benfica na finalização.

3. Jesus tem razão quando diz que Rui Patrício não fez nenhuma defesa, mas não se pode esquecer que o Benfica dispôs de demasiadas oportunidades de remate com pouca ou nenhuma oposição que não soube direcionar devidamente. Só Jonas, que normalmente é mortífero com espaço à entrada da área, desperdiçou duas ou três. Mais a bola na barra, o corte de Piccini em cima da linha, e ainda outras situações de caos na área sempre bem resolvidas pela defesa. Num dia de menos sorte, poderíamos ter saído deste jogo com uma derrota clara.

4. Mas a verdade é que já vi este filme demasiadas tantas vezes: o Sporting a jogar melhor e acabando a empatar ou a perder. Desta vez foi ao contrário. Que seja sinal de uma maior estabilidade emocional da nossa equipa em relação a anos anteriores.

5. O VAR, dentro dos meios e indicações q tem, tomou as decisões que tinha de tomar. No golo de Gelson, sem acesso à linha nos seus monitores, não tinham forma de ter certezas no fora-de-jogo de Acuña para reverter a decisão do árbitro principal. 

6. Quanto aos penáltis reclamados pelo Benfica, todas as decisões de Hugo Miguel e do VAR foram boas. Convém relembrar o briefing que a FPF fez na época passada sobre as situações de bola não mão ou mão na bola.


- A bola na mão de Piccini cai no 4º caso. O jogador italiano tem o braço numa posição natural e não tem tempo de reagir a um remate à queima.

- O penálti que o Benfica reclama por mão de Coentrão na área cai no 5º caso: a bola bate primeiro na cabeça do lateral e ressalta para o braço. É irrelevante, nestes casos, que haja aumento de volumetria do braço (e escusam de comparar com o caso de Pizzi no dérbi do ano passado, aí há um segundo toque com o braço, que não resulta de ressalto e que lhe permite ajeitar a bola para iniciar o contra-ataque).

(via @_Cesinando)
- No penálti que o Benfica reclama por mão de William, é uma questão de verem com atenção as repetições: há um jogador do Benfica que lhe está a agarrar o braço que acaba por bater na bola. Quando muito é falta do Benfica.

Como tal, boas decisões de Hugo Miguel e do VAR Tiago Martins. Assinale-se, no entanto, mais uma sessão de pura hipocrisia de Rui Vitória ao "avisar" os árbitros sobre decisões futuras que venham a tomar em situações semelhantes. Para quem não gosta de falar de arbitragens, ontem não se poupou.

7. Convém relembrar, no entanto, o amarelo perdoado a Fejsa ao agarrar um jogador do Sporting e impedi-lo de iniciar um contra-ataque, seguido, pouco depois, de uma entrada de pitons na canela de Bruno Fernandes que deveria ter sido punida com vermelho direto. Rui Vitória foi inteligente, aproveitou a benesse e retirou o sérvio de campo...