quinta-feira, 24 de maio de 2018

Balanço de 2017/18: GRs e Defesas


Rui Patrício: *** 
2016/17: **
2015/16: *** 
2014/15: *** 
2013/14: ***


Melhor época de sempre. Não seria tarefa fácil compilar os melhores momentos de Rui Patrício ao longo deste ano, tantas foram as ocasiões em que impediu golos que pareciam inevitáveis. Imperial entre os postes e no 1 contra 1, conseguiu desenvolver suficientemente o seu jogo de pés e a saída aos cruzamentos para os deixarmos de ver como fraquezas. O único ponto fraco do seu jogo que resta é o controlo da profundidade, mas isso não invalida que seja neste momento um enorme guarda-redes. A infelicidade na Madeira que acabou com as ténues esperanças que ainda existiam para acabar em segundo lugar e a desoladora saída em lágrimas no Jamor foram um final tremendamente injusto face à quantidade de vezes que nos salvou ao longo da época. É possível que a sua história no Sporting tenha chegado ao fim, o que torna tudo ainda mais amargo - não só pela forma como tudo acabou, mas também porque o segundo jogador mais utilizado na história do Sporting merecia sair com um campeonato no palmarés. Que seja feliz e que consiga conquistar aquilo que não conquistou connosco. Merece o melhor.


Salin: -

360 minutos de utilização distribuídos equitativamente entre confrontos de exigência reduzida na Taça de Portugal e na Taça da Liga são demasiado escassos para podermos avaliar se Salin é a pessoa certa para o papel de segundo guarda-redes. Se tivesse que arriscar, diria que não -  caso contrário, Jesus ter-lhe-ia confiado a baliza em bastantes mais ocasiões. Uma coisa é certa: nunca senti o mesmo conforto que sentia quando havia Beto no banco.


Cristiano Piccini: **

O mundo sportinguista - incluindo yours truly - torceu o nariz quando viu Piccini ser apresentado em Alvalade. Apesar de ser um desconhecido para a maior parte dos adeptos, o italiano foi rotulado de flop no dia da sua apresentação por causa da sua fraca estatística de cruzamentos - qualidade que todos julgavam ser prioritária havendo Dost para servir. E, de facto, nesse sentido, os receios eram fundados, pois Piccini não convenceu do ponto de vista ofensivo. Mas é justo dizer que não tardou a demonstrar ser um exímio defensor, com uma fantástica capacidade de posicionamento e antecipação. É um jogador talhado para os grandes jogos. Depois há a outra face da moeda: as suas insuficiências ofensivas fazem com que perca grande parte da sua utilidade contra adversários que se fecham na defesa - ou seja, estaremos a falar de 70% dos jogos das competições nacionais. Não sendo o lateral ideal para o campeonato português, é um lateral que interessa ter no plantel.


Stefan Ristovski: **

De início parecia a antítese de Piccini: de vocação bem mais ofensiva e sempre disponível para explorar o espaço no seu corredor, mas com alguns problemas para controlar os extremos adversários em tarefas defensivas. Ainda assim, as suas primeiras exibições foram prometedoras a ponto de se estranhar a falta de oportunidades concedidas por Jesus. Passou depois por um período de menor fulgor, parcialmente justificável por ser utilizado de forma muito esporádica, mas conseguiu acabar a época em bom plano, mostrando melhorias ao nível do posicionamento defensivo e confirmando capacidade para criar desequilíbrios no ataque.



Fábio Coentrão: ** 

A chegada por empréstimo de Coentrão levantou muitas dúvidas nos sportinguistas por causa dos conhecidos problemas físicos, psicológicos e (para alguns, nos quais não me incluo) do passado no Benfica e as juras de amor feitas ao rival. Os primeiros jogos foram algo angustiantes por causa da evidente falta de confiança que tinha na sua condição física - quando Coentrão caía no relvado, o estádio inteiro sustinha a respiração com medo do pior. Mas com o tempo foi recuperando a confiança e acabou por conquistar das bancadas com a sua garra e vontade de vencer. O Coentrão que tivemos está longe do lateral explosivo de há muitos anos, mas não deixa de ser um jogador que sabe sempre o que fazer em campo. A meio gás, foi, confortavelmente, o melhor lateral esquerdo que tivemos em muitos, muitos anos.


Jonathan Silva: *
2015/16: *
2014/15: *

Conforme se esperava, voltou da Argentina sendo o mesmo jogador que era quando saiu de Portugal. Acumulou bastantes minutos no primeiro terço da temporada devido à gestão física / lesões de Coentrão, e deu para ver que manteve as qualidades que tinha e, sobretudo, os defeitos. A raça sul-americana não consegue disfarçar as gritantes insuficiências defensivas. Não surpreendentemente, foi dado como dispensável. Surpreendentemente, a Roma veio buscá-lo. Não surpreendentemente, pouco jogou e na próxima temporada cá o teremos de volta, provavelmente por pouco tempo.


Lumor Agbenyenu: -

Reforço de inverno, não poderia ter tido pior receção do que aquela que Jesus lhe dispensou, pois o primeiro comentário do treinador não podia ter sido mais humilhante. Acabou por ir a jogo mais vezes do que se esperaria, mas apenas numa ocasião jogou mais do que 25 minutos. Nas oportunidades que teve, não se destacou (o que era difícil) nem comprometeu (o que já não é mau). Ou seja, estamos na mesma em relação a janeiro: continua a dúvida sobre se poderá ser uma boa solução para o lugar.


Sebastián Coates: **
2016/17: ***
2015/16: ***

Depois de uma época em que foi uma espécie de pronto-socorro de uma defesa demasiado instável, Coates teve, finalmente, a possibilidade de jogar ao lado de um central de créditos firmados e de laterais que sabem o que fazer no momento defensivo. Estranhamente, esta acabou por ser a época mais irregular do uruguaio desde que chegou ao Sporting: protagonizou demasiadas situações de desconcentração ou excesso de confiança em relação ao que nos tinha habituado. Ainda assim, a época foi globalmente positiva - convém relembrar que foi dos jogadores mais utilizados (54 jogos) e que teve influência decisiva em alguns deles (como nas meias-finais da Taça, em Tondela ou em Vila da Feira).


Jérémy Mathieu: ***

Chegou como um central velho, lento, propenso a lesões e, ainda por cima, fumador - apesar de haver dados suficientes para desmentir a parte do lentidão e das lesões -, mas precisou apenas de dois jogos para conquistar Alvalade, quando, contra o Setúbal, com o jogo empatado a 0 e o tempo a aproximar-se do fim, decidiu fazer duas arrancadas como se de um extremo esquerdo se tratasse para abanar os companheiros da apatia em que tinham caído. Classe imensa, velocidade, espírito vencedor. Ah, e também sabe bater livres. Mais uma época destas, se faz favor.


André Pinto: **

Cumpriu muito bem o papel de terceiro central. André Pinto teve o primeiro teste a sério da época em Vila do Conde quando teve que substituir o lesionado Mathieu à passagem da meia-hora e a defesa não se ressentiu. Continuou a estar globalmente num bom nível nos vários jogos de dificuldade elevada que se seguiram (Juventus, Braga e Olympiakos). Considerando a utilização irregular que teve (já que Coates e Mathieu tiveram épocas muito consistentes), creio que não seria justo exigir-se mais a André Pinto.


Tobias Figueiredo: -
2015/16: *


2014/15: **

Foi com alguma surpresa que ficou no plantel, acabando por participar em apenas quatro jogos. Pode ter sido pouco tempo, mas foi suficiente para perceber que a confiança não abundava - de Tobias em si próprio e da própria equipa e público em Tobias. A sua saída para Inglaterra acabou por ser um desfecho natural.