Quem manda no Sporting são os sócios. Não são os adeptos sportinguistas que não querem ou não podem fazer parte da família, muito menos os adeptos de outros clubes, e ainda menos os profissionais da Comunicação Social que têm feito um pobre esforço para esconder as suas preferências pessoais em relação ao tema que domina a atualidade nacional como nenhum outro tema alguma vez dominou.
O que temos visto em Portugal não tem nada a ver com o Sporting, clube. As televisões descobriram um novo filão e decidiram substituir as repetitivas novelas portuguesas e brasileiras pela guerra de poder que há no clube. Transformaram os seus jornalistas desportivos em produtores e guionistas, dando palco a um interminável elenco de heróis, vulgo notáveis, e ao ocasional capanga que ainda teima em defender o inimigo número 1 de Portugal.
As sondagens que alguns jornais têm publicado nos últimos dias estão ao nível dos resumos dos próximos capítulos das novelas, ao melhor estilo da TV Guia. Não interessa se são sócios, se vão votar, e quantos votos terão na decisão de logo. O que interessa é que se garanta ao público desta novela que o capítulo final irá ao encontro das suas pretensões: o povo português, depois de ter investido tantas horas ao longo do último mês no acompanhamento desta trama carregada de heróis grisalhos e de um vilão sem escrúpulos seguido por uma legião de groupies acéfalos, merece um final feliz.
Resta saber esse pequeno pormenor do que pensam os sócios sportinguistas votantes. Não faço ideia de qual será o resultado da votação, mas espero que, independentemente do que for decidido, se respeite a vontade da maioria. Refiro-me aos sportinguistas, obviamente... porque aquilo que pensam os outros do resultado, pouco ou nenhum interesse tem. Isto pode ser o capítulo final para 9.830.000 portugueses, mas para os 170.000 sócios sportinguistas há ainda muito por fazer e muito por decidir.
O Sporting é dos sócios sportinguistas e de mais ninguém, e é assim que terá que continuar a ser... doa a quem doer.