Apesar de não concordar com a decisão da administração de Sousa Cintra em rescindir com Mihajlovic, consigo entendê-la. Ninguém pode contestar que, assim, se está a dar liberdade à futura direção de escolher o seu treinador sem estar sujeita a um encargo elevado - em virtude dos três anos de contrato e do salário milionário oferecido por Bruno de Carvalho ao sérvio. Espero apenas que o tal período experimental invocado seja efetivamente válido.
Mas uma vez tomada a decisão de se seguir por este caminho, só uma pessoa com muita fé no divino é que poderia acreditar que havia condições para contratar um treinador capaz de agradar à generalidade dos sportinguistas. Que treinador com mercado é que aceitaria vir para um clube privado das suas principais estrelas, com um contrato de curta duração (máximo de um ano) e salário moderado, sabendo que poderá não ter o apoio da direção que entrará em funções daqui a dois meses?
Acabou por ser escolhido José Peseiro. Ou seja, escolheu-se alguém com o perfil possível.
Na noite de sábado assisti a variadíssimas reações à notícia. Cheguei à surpreendente conclusão de que é uma escolha consensual, já que foi muito elogiado por todos os comentadores sportinguistas e benfiquistas. Como tal, todos podemos ficar descansados.
Não tenho vontade para dizer muito mais sobre a contratação de José Peseiro que não seja o seguinte: por muito discutível que seja a sua contratação, o treinador não tem quaisquer responsabilidades sobre o atual estado do Sporting e certamente que fará o melhor que puder neste enorme desafio que o espera. O seu sucesso será o sucesso do Sporting e, como tal, espero muito sinceramente que seja feliz neste seu regresso a Alvalade.
Boa sorte.