No programa Pós-jogo de 2ª feira, Rui Calafate falou um pouco daquilo que pensa da estratégia comunicacional que o Sporting tem seguido nas últimas semanas. Aqui fica o vídeo:
A questão da estratégia seguida pela nova direção em relação à comunicação é muito interessante e tem sido alvo de alguma discussão.
Há muita gente que não compreende e critica o silêncio do Sporting sobre os mais diversos assuntos que têm sido notícia nas últimas semanas. Percebo que parte dos adeptos estranhem este novo paradigma, considerando que vimos de vários anos a reagir a todo e qualquer assunto - mesmo quando não mereciam qualquer reação oficial do clube face à sua insignificância -, mas parece-me que é mais uma questão de adaptação do que um problema real de comunicação. É verdade que a atual comunicação do Sporting pode ser caracterizada de minimalista, mas parece-me que é uma estratégia que, na atual situação, tem toda a lógica.
Analisando as ocorrências das últimas semanas, quantos assuntos verdadeiramente importantes não foram esclarecidos? A questão Nani, melhor ou pior, foi explicada pelo treinador na sua primeira intervenção pública após o jogo de Braga. A reação à questão de Rafael Barbosa foi feita através de um comunicado do clube - conciso, objetivo e muito claro - no próprio dia em que a notícia surgiu. O quadro das transferências foi publicado no Jornal Sporting e comunicado à CMVM. De resto, parece-me que faz todo o sentido optar-se não reagir institucionalmente a boatos lançados por terceiros, a provocações insignificantes e a casos judiciais que, diretamente, nada têm a ver connosco. De que servirá, por exemplo, o Sporting aparecer a comentar o caso e-toupeira se nada de novo tiver para acrescentar?
Parece-me, por isso, uma estratégia acertada face à conjuntura atual e também face ao passado recente, em que o Sporting padeceu de uma overdose mediática que não lhe trouxe qualquer benefício. Não só porque existem outras formas indiretas de o clube informar os sócios - através do seu jornal, do seu canal de televisão, ou da comunicação social -, mas também porque a gestão do silêncio, se for bem feita, ajudará a potenciar o efeito do uso da palavra: certamente que todos prestarão muito mais atenção ao que os representantes do Sporting terão para dizer quando entenderem que for a altura certa para falar.