segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Investir ou não investir, eis a questão

Sucesso desportivo gera criação de valor que, por sua vez, pode ser utilizado para fomentar a renovação do sucesso desportivo, e assim sucessivamente. É o objetivo que qualquer sociedade desportiva ambiciona atingir e que, depois de alcançado, necessita de competência e objetividade para se manter. Mas para lá chegar é necessário ainda mais competência, porque os obstáculos que têm de ser superados implicam dificuldades muito superiores. 

O empréstimo obrigacionista que o Sporting lançou na semana passada é um bom exemplo de como os obstáculos são bem diferentes quando estamos distantes do sucesso desportivo. Apesar de ser uma ferramenta financeira a que as SAD's têm recorrido regularmente, este EO não está a ter qualquer tipo de apoio da banca na sua publicitação - canal privilegiado de contacto com os potenciais investidores -, e tem sido acompanhado de uma série de peças jornalísticas que se focam exclusivamente naquilo que pode correr mal, sem olhar para as especificidades de uma sociedade desportiva. Obviamente que o adiamento do reembolso do EO anterior contribui para que haja alguma desconfiança do mercado, mas, ainda assim, acho estranho que um empréstimo de 30 milhões encontre tantas reservas quando se sabe que o Sporting poderá conseguir isso com a venda de um único jogador ou quando está em vigor um contrato de direitos televisivos que valerá centenas de milhões de euros ao longo dos próximos anos.

Neste empréstimo obrigacionista, o Sporting vai emitir um mínimo de 15 milhões de euros e um máximo de 30 milhões, em função da procura por parte dos investidores. Se o valor total de obrigações subscritas não atingir o tal mínimo de 15 milhões, então todas as ordens de subscrição realizadas ficam sem efeito. É um passo muito relevante para a estabilização financeira do clube, e cujo sucesso afetará também a capacidade do clube em se reforçar no mercado de inverno. Como tal, é importante que todos os sportinguistas avaliem o produto e os seus riscos e potencial e, caso decidam investir, que o façam em função da sua capacidade financeira.

Eu já investi. A avaliação que fiz foi a seguinte: 
  • o juro é muito atrativo; 
  • não tenho receio de não ser reembolsado do valor investido, pois falamos de um montante que não é muito significativo face à grandeza de valores que a SAD do Sporting movimenta anualmente;  
  • o maior risco que está aqui em causa para o Sporting, a meu ver, é o investimento total não atingir os 15 milhões e a emissão obrigacionista ser cancelada - e nesse caso eu, enquanto investidor, não corro qualquer risco porque a subscrição fica sem efeito.

Caso o empréstimo obrigacionista seja emitido com sucesso, a situação financeira do Sporting ficará praticamente normalizada... e poderá melhorar ainda mais a curto prazo, caso o Sporting consiga concluir também a nova reestruturação financeira e a recompra das VMOCs. Tenho confiança no trabalho que está a ser desenvolvido pela atual administração, pelo que acredito que lá chegaremos - sendo que o sucesso do empréstimo obrigacionista facilitará certamente o sucesso das outras duas. Depois disso, serão muito menores os obstáculos que nos separam do sucesso desportivo.

P.S.: De salientar o contributo de Nani e Cédric na promoção do produto. Também Coates fez uma insta story ligada ao investimento no futuro do Sporting. É muito importante envolver os atletas e ex-atletas nas outras vertentes da vida do clube.


Eu também já investi.