Como se não bastasse todo o momento futebolístico que temos vivido nos últimos meses, a série de acontecimentos que antecederam a partida de ontem encarregaram-se de dar uma nota de surrealismo à noite que se viveu em Alvalade.
Começou pela chuva torrencial que caiu durante quase todo o dia e que afastou muitos sportinguistas do estádio, continuou com as buscas relacionadas com o ataque de Alcochete e que deixaram deserto um setor normalmente preenchido e ruidoso, e terminou em mais uma exibição pouco conseguida que ia comprometendo o resultado pela forma negligente como nos deixámos empatar em superioridade numérica, que foi salva, de forma não menos incrível, por um penálti caído do céu.
Começou pela chuva torrencial que caiu durante quase todo o dia e que afastou muitos sportinguistas do estádio, continuou com as buscas relacionadas com o ataque de Alcochete e que deixaram deserto um setor normalmente preenchido e ruidoso, e terminou em mais uma exibição pouco conseguida que ia comprometendo o resultado pela forma negligente como nos deixámos empatar em superioridade numérica, que foi salva, de forma não menos incrível, por um penálti caído do céu.
O resultado - se havia coisa de que o Sporting não precisava, considerando tudo o que se tem passado, era de passar as próximas três semanas a levar com o carimbo de crise também por causa dos resultados e do afastamento à liderança. Seria ainda pior se tivéssemos empatado por termos sofrido um golo em superioridade numérica. Numa altura em que entra o novo treinador, era fundamental ter a tranquilidade de um resultado positivo para esta espécie de pré-época relâmpago que acontecerá nesta pausa no campeonato.
Uma primeira parte razoável - o ritmo imposto esteve uns furos abaixo do desejável, mas ainda assim houve bons momentos de futebol durante a primeira parte. O melhor foi, obviamente, a jogada do golo: a receção orientada de Acuña é uma delícia, o cruzamento faz um arco perfeito e o cabeceamento de Dost ao canto inferior esquerdo da baliza é indefensável.
A reação do público ao golo sofrido - depois de alguns segundos de silêncio com o choque do golo (e que golo) sofrido, seguiu-se de imediato um forte apoio à equipa. Foram poucos os adeptos presentes em Alvalade, mas naquele momento foram muito bons.
Postura negligente - a segunda parte foi paupérrima. Em vez de se tentar acelerar o ritmo de forma a alcançar o golo da tranquilidade, a qualidade de jogo do Sporting voltou ao marasmo que tem sido regra ao longo desta época. Pode-se alegar que o desgaste do jogo de Londres servia de atenuante, mas esse argumento cai por terra quando vimos o adversário trocar a bola como queria quando já estava em inferioridade numérica, nomeadamente tirando partido da auto-estrada que se abriu constantemente no flanco esquerdo do Sporting. Uma postura negligente que nos poderia ter custado muito caro. Claro que seria injusto termos empatado - considerando as oportunidades de golo de que o Chaves (não) dispôs -, mas todos têm a obrigação de saber que no final apenas contam as bolas que entram na baliza.
Exibições - não me parece que Nani renda tanto estando encostado no flanco direito. Diaby entrou e foi incapaz de agitar o jogo, mostrando pormenores que me levam a estar muito pouco otimista em relação ao seu futuro no clube. Jovane continua a parecer-me muito mais útil saindo do banco do que como titular. Gudelj parece incapaz de assumir o transporte de bola e de fazer um remate em condições, mas desta vez esteve bem no passe (particularmente nos passes longos) e nos duelos defensivos. Bruno Fernandes continua muitos furos abaixo do que sabe.
MVP - Bas Dost
Nota artística - 2
Arbitragem - há dois momentos muito polémicos. A expulsão de Bruno Gallo pareceu-me justa no estádio, mas ao ver mais tarde a repetição creio que houve rigor a mais e que, sendo uma daquelas situações alaranjadas, podia ter-se resolvido com um cartão amarelo. O penálti é polémico por causa da questão do critério, pois agarrões daqueles há muitos em cada jogo. Eu não teria marcado. A questão é que Tiago Martins tinha mandado parar a marcação do canto para avisar William que não podia usar os braços daquela coisa para envolver Dost... e depois William voltou a fazer exatamente isso sem sequer olhar para bola, mesmo nas barbas do árbitro. É muito pouco comum haver penáltis apitados nestas circunstâncias, mas o jogador não lhe deu grande alternativa.
(via @VPoursain) |
Segundo lugar isolado, a dois pontos do Porto. Candidatos ao título? Dost disse tudo em relação a isto na flash interview: primeiro temos de jogar mais futebol, só depois é que se poderá falar em títulos. Tem a palavra Marcel Keizer.